Ela começou a carreira bem nova, entrou no estúdio para gravar seu primeiro disco quando tinha apenas 12 anos. Depois lançou o segundo, “The High Road”, que na segunda-feira, 17, já completou 10 anos de existência. Logo após, ela morreu, mas agora está bem viva. Joanna Levesque, ou JoJo, retornou ao mundo da música com “Mad Love”, álbum lançado na sexta-feira, 14, após conseguir finalmente se livrar do contrato com a antiga gravadora. Mas, vamos falar do passado antes de retornar ao presente…
Você provavelmente se lembra da música “Too little too late”, aquela que tem um clipe com a cantora na bad contemplando a chuva que molha a janela (aliás, parece que a artista realmente gosta de janelas, pois é um elemento que se repete no vídeo de “Say Love” – recente, mas que não integra álbum). Esse foi o single mais popular lançado por JoJo, sem dúvidas.
“Too Little Too Late” passou 22 semanas nos charts, alcançando o 3º lugar da parada de singles da Billboard. Além da canção, “Exceptional” e “How To Touch a Girl” são outras que se tornaram populares nesse álbum; músicas que tratam de aceitação pessoal e consequentemente a fuga de um falso amor cilada; além da certeza em relação às qualidades que um possível interesse amoroso deva ter.
Eu sempre tive muita opinião própria, precoce, confiante em mim mesma. Então, eu cheguei (na indústria musical) achando que tinha uma identidade… E teve pessoas que ajudaram a me guiar, me moldar, mas eu já era bem barulhenta. Eu me apresento desde os seis anos, época que colocava um chapéu na rua e ganhava dinheiro. Eu era uma criança estranha (JoJo, em entrevista ao Zach Sang Show).
Quem a ouviu pela primeira vez lá pelos anos 2000, com certeza, duvidou que se tratava de uma garota tão jovem. Isso porque ela já arrasava nos vocais naquela época. Se revisitarmos o primeiro álbum, “JoJo”, mal podemos acreditar que estamos ouvindo uma jovem de 13 anos cantando seus “problemas amorosos” ( é tudo fake aí, gente, segundo a própria cantora).
Vamos lembrar o single mais importante do primeiro disco?
Com a mesma idade de JoJo hoje (25 anos), posso revisitar o trabalho e fazer um parênteses e talvez uma confissão: embora a considere importante para a formação de uma geração de garotas que buscam/buscavam empoderamento, não consigo considerar “The High Road” como um todo em termos de criatividade musical e lírica. Acredito que faltou sincronia e link de canção à outra, o que prejudicou bastante o material.
Como comparação, o novo “Mad Love” está bem amadurecido e não podia ser diferente já que JoJo passou por momentos difíceis: a perda do pai no ano passado (a canção “Music” é um tributo), além do tempo em que ficou na geladeira até assinar nova parceria com a Atlantic Records. Destaque também para as faixas “I Can Only”, parceria com Alessia Cara, uma música sobre superação e confiança; “F*** Apologies”, parceria com Wiz Khalifa, que reflete basicamente o estado mental de alguém que não tá nem aí para nada e dane-se (é tipo libertação mesmo); além de “FAB (feat. Remy Ma.)”, música que é sobre falsos amigos e libertação dessas pessoas também .
“Continuar a mesma de 10 anos atrás seria estranho. 15 versus 25 são momentos diferentes na sua vida. Eu acho que a coisa mais importante é o quanto eu cresci como colaboradora e compositora e como minhas influências cresceram. Esse álbum é o reflexo das coisas que eu cresci ouvindo. Você pode ouvir aquele soulful, inspiração retrô na música “Mad Love”. Além disso, também há coisas que estão acontecendo e me inspiram, como a própria vida. Eu passei pelo meu inferno pessoal e profissional, lutando contra meus demônios. Estou do outro lado disso. Eu estou escrevendo meu caminho. Sou totalmente imperfeita. Eu acho que minha força é na honestidade e vulnerabilidade, é isso que tento colocar na minha vida (JoJo, em entrevista à Rolling Stone)”.