Quando Priscilla Block, uma estrela country em ascensão, escreveu a música “Just About Over You”, ela não imaginava que a sua carreira tomaria um novo rumo. Depois de lançar oficialmente o single oficialmente, em outubro de 2020, as coisas só melhoraram; o que antes já era um viral no TikTok converteu-se em números em diversas plataformas e um contrato de gravadora.
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No dia 11 de fevereiro, a artista lançou seu álbum de estreia, “Welcome to the Block Party”. O projeto inclui não só a canção que transformou sua trajetória, como outras faixas já conhecidas por seu público (como “Wish You Were The Whiskey”, “I Bet You Wanna Know” e uma versão de “Thick Thighs”).
Antes da divulgação de seu primeiro disco, Priscilla Block cedeu uma entrevista ao Tracklist, onde falou sobre o projeto e os temas inseridos nas músicas; sua história com a música, dificuldades enfrentadas no início da carreira e mais.
Acompanhe, abaixo, a entrevista com Priscilla Block
Como você se interessou pela música, e começou a vê-la como uma escolha de carreira?
“Eu sempre amei música country. Enquanto crescia, eu encontrava músicas que conseguiam representar o que eu estava passando. E, não sei, eu sempre fui fã de música por toda a minha vida. E, quando eu tinha 15 anos, eu peguei um violão pela primeira vez, e me apaixonei por composição. Eu descobri que podia colocar meus sentimentos em uma música, e isso era tão legal para mim. E, naquela época, eu fiquei obcecada pela música”.
Após terminar seus estudos, você decidiu se mudar para conseguir mais oportunidades de iniciar a carreira. Você escolheu Nashville, conhecida como a Capital da Música Country. Seguir o gênero sempre foi sua primeira escolha, ou você pensou em outras possibilidades?
“Eu realmente já estava decidida sobre Nashville desde o início. Eu queria fazer música country, então era o lugar para ir. Não acho que realmente havia algo que eu quisesse fazer mais do que isso, e meio que apenas fazia sentido me mudar para cá e dar uma chance justa a isso”.
Como foi esse período da sua vida? Foi difícil para você?
“Sim, foi. Eu era essa garota de 18 anos, recém-chegada em um lugar. Eu não conhecia ninguém, era assustador. Você se sente meio perdido. Quando se tem esse sonho, e não sabe como chegar lá, não tem conhecidos, era só… foi demais. Foram muitos momentos e tempos difíceis que tive. Quer dizer, logo na primeira semana que cheguei aqui, minha casa foi invadida. Muitas coisas poderiam ter me feito voltar atrás, mas eu vim para cá por uma razão, e é isso – para ser capaz de fazer da música uma carreira”.
Você já comentou que Taylor Swift é uma grande inspiração, e te incentivou por meio de um breve encontro. Qual é a história por trás disso?
“Sim, Taylor Swift foi uma grande inspiração para mim enquanto eu crescia. Ela era a garota fazendo o que eu queria fazer, sabe? Ela me fez sentir como se eu pudesse fazer isso”.
“E quando eu estava há um ano em Nashville, minha vida estava meio que desmoronando. Eu liguei para minha irmã, e eu pensei em fazer as malas e voltar para casa naquele dia. Eu estava vestindo uma camiseta da Taylor Swift, e estava voltando do trabalho, e ela estava dirigindo e me viu. Ela literalmente parou o carro no canto da estrada, pulou para o banco do passageiro, abriu a porta do carro e ficou tipo: ‘Ei, eu amei a sua camiseta’. Foi um grande momento, onde senti que estava no lugar certo, na hora certa. Depois, decidi largar meu emprego, largar os estudos e dar à música outra chance”.
Sua carreira tomou um novo rumo quando “Just About Over You” se tornou viral no TikTok. Qual é a história por trás desta música, e o que ela significa para você?
“Essa é a música que mudou completamente a minha vida. Quero dizer, em um segundo ninguém sabia quem eu era, e então eu lancei a música e tudo meio que explodiu a partir daí. Essa canção, eu escrevi sobre encontrar meu ex em um bar e toda aquela sensação de estar tipo: ‘Ah, sim, eu estou ótima, estou linda, vou ter uma noite divertida’. E aí você vê seu ex e fica tipo: ‘[Chorando]. Sabe, triste com isso’”.
“Escrever essa música foi realmente terapêutico, mas também muito triste. Mas eu não tinha ideia de que escrever sobre aquela noite seria o que mudaria a minha vida, mas aconteceu”.
Faixas como “My Bar” e “Thick Thighs” incentivam o protagonismo feminino e o movimento de body positivity. Sendo uma mulher que atua em um meio tão tradicional, é importante para você abordar esses assuntos em seu trabalho?
“Eu acho importante compartilhar minhas histórias com as pessoas. E há algo empoderador sobre essas músicas. Tipo, dizer ‘esse é o meu bar’; e, por outro lado, ter uma música [que fala sobre] ser dona de seu corpo e de quem você é. Acho que essas músicas são bem importantes para eu explicar. Mostra um pouco do porquê sou como eu sou. E eu não quero caber dentro de uma caixa, eu quero forçar um pouco os limites; então, eu gosto de cantar músicas que são empoderadoras e fazem as pessoas se sentirem mais confiantes”.
Seu álbum de estreia, “Welcome to the Block Party”, está prestes a ser lançado*. Quais são os temas centrais do álbum, e o que você buscou passar nas músicas?
*Como dito anteriormente, a entrevista deu-se antes do lançamento do disco.
“Ai meu Deus, não consigo acreditar que está quase aqui… é uma loucura. Eu acho que são muitas canções sobre a vida – seja você estando preso a alguém; seja se você está seguindo em frente, ou se convencendo de que está seguindo em frente; ou se você está na sua fase festeira, ou na sua fase triste. Acho que há músicas para todos os momentos da vida que você possa estar, e quero que as pessoas saibam que está tudo bem ser como você é. Você não precisa ser nada do que não é, e isso é o que eu procurei criar na minha música”.
Por último, você gostaria de mandar uma mensagem para os fãs brasileiros?
“Sim, meu Deus! Espero um dia poder ir ao Brasil, e saibam que aprecio todo o apoio que vocês me deram até aqui”.