Na tarde de ontem (20), Arthur Aguiar, Jade Picon e Linn da Quebrada finalmente chegaram à casa mais vigiada do Brasil. Além da animação já esperada, um detalhe chamou a atenção dos espectadores. A blusa usada por Linn da Quebrada traz à tona um assunto fundamental, que vale ser discutido dentro e fora do BBB22.
A mulher estampada na camisa de Linn é Anastácia, mulher negra escravizada que é conhecida por uma imagem sua onde aparece amordaçada. A pintura original, do artista francês Jacques Etienne Arago, é datada entre os anos 1813 e 1820 e atravessou séculos por causa da notória violência à qual eram submetidos os negros escravizados no Brasil.
A blusa de Linn, no entanto, traz uma releitura. Feita pelo artista contemporâneo Yhuri Cruz, a blusa retira a mordaça da mulher e coloca nela um semblante feliz, cercado por flores.
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O conceito por traz da blusa de Linn da Quebrada no BBB22
A peça e obra tem nome de “Monumento à Voz de Anastácia”. Yhuri Cruz explica que esse gesto se propõe a massificar a ideia de liberdade. Inclusive, a arte contida na peça é parte de um trabalho realizado em 2019, que está à mostra na exposição “Um Brasil para os Brasileiros – Carolina Maria de Jesus”, no Instituto Moreira Salles, em São Paulo.
A boca de Anastácia, como não aparece na pintura original, foi inventada por Yhuri. O artista, que também é dramaturgo e escritor, chama a intervenção de “imagem inventada real”.
Ele explica ainda que o conceito tem a ver com a entrada de Linn na casa e a narrativa negra no Brasil em geral. A ideia é mostrar como inventar novas realidades melhores e que são de fato palpáveis.
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