Siamese acaba de lançar o projeto visual “Overdose Sessions”, uma nova versão do EP lançado em 2019. Assim como o EP original, o projeto visual conta com cinco canções, sendo elas “Iguais”, parceria com a banda Tuyo; “Bixa no Rap”, parceria com Danna Lisboa; “Vai Voltar”, com Boombeat; “Fim”, que ganhou um novo arranjo especialmente para esse projeto; E por fim, “Overdose”, que dá nome ao EP.
Dirigido por Siamese e Willian Klimpel, o projeto é a realização de um sonho de longa data do artista. “Quando criança sempre tive o desejo de ser artista, mas não me via nas telas, rádios ou qualquer veículo de mídia, e hoje é o que faço sendo essa corpa preta e QUEER”, conta Siamese.
O track bateu um papo com o artista para falar sobre esse lançamento.
Confira:
De onde surgiu a ideia de fazer uma nova versão de Overdose?
Quando vimos o edital aberto enxergamos ali uma possibilidade de retomar o EP Overdose, que teve a divulgação interrompida devido a pandemia, eu já estava com várias datas de shows de circulação do Overdose para 2020, que foram adiadas e algumas canceladas. Passar no edital nos possibilitou recursos para produzir material visual de todas as faixas e ter a presença das artistas que fazem parte do EP para as gravações.
Como foi o seu envolvimento na produção do material?
Como em todo projeto e trabalho já lançado eu procuro estar presente em todas as etapas de trabalho, desde a da criação da identidade visual, escolha da paleta de cor, criação de coreografia, contratação de equipe e demais demandas do projeto, tenho uma equipe de artistas e profissionais que sempre posso contar e confiar. Além de ter a Willian Klimpel que está junte comigo na direção criativa do projeto e na vida.
Overdose é recheada de participações especiais, quais os artistas que você sonha em fazer uma colaboração?
No Overdose já realizei o sonho de colaborar com artistas que admiro e sou fã, mas ainda tenho mais sonhos pra realizar, nacionalmente adoraria colabora com a Liniker, com a Iza, a Bivolt e a Pabllo Vittar.
A canção “Bixa No Rap” traz uma mensagem muito importante quando o assunto é representatividade. Como você enxerga o mercado musical atualmente?
Quando escrevi meus versos pra “Bixa no Rap” foi uma resposta aos comentários que me fizeram logo que comecei a me movimentar na cena aqui em Curitiba, nós LGBTQIA+ estamos cada vez mais ocupando espaços que não nos enxergávamos há alguns anos atrás, ainda há um longo caminho a se percorrer, não podemos esquecer que o Brasil é o país que mais mata a população LGBTQIA+ no mundo, e que nossa sociedade é muito preconceituosa e isso se reflete no mercado da música em vários âmbitos, falta de visibilidade, e muitas vezes “nichadas”, quando conseguimos entrar em playlists elas são direcionadas , o que é legal pelo fato de criar um espaço que não existia, mas isso cria uma nova bolha e bloqueio pra que nossa mensagem chegue a quem precisa. Hoje tem pessoas QUEERS em vários gêneros músicas e quão importante é isso pra construção de uma sociedade mais plural e diversa.
Muitos artistas se reinventaram durante a quarentena, como foi esse tempo para você? Conseguiu produzir mais ou foi um tempo que usou para descansar?
Desde o início da pandemia precisei redescobrir formas de me manter em conexão com meu público e descobrir formar de monetizar meu trabalho, não tenho o privilégio de parar ou dar um tempo, editais e festivais online foram uma solução pra manter as produções, como moro com a Will que trabalha comigo na produção e direção artística, e já temos o hábito de trabalhar em casa e fazer produções criativas pensando o upcycling isso facilitou nessa fase de adaptação, cenas do clipe Overdose foram feitas aqui em casa inclusive. Está sendo um período intenso, diferente e incerto, também usei esse tempo pra escrever, revisitar composições antigas, estudar e aprimorar minha performance.
Podemos esperar material novo ainda nesse semestre?
Sim, ainda para esse semestre sai um EP de remixes de 3 faixas do Overdose, com uma outra proposta sonora, regravamos os vocais e as produções musicais estão incríveis. Na sequência terá um lançamento de uma faixa inédita, parceria com um DJ internacional. Estou com um planejamento e alguns projetos em execução pra esse ano, então podem esperar mais música e surpresas da gata aqui.
Obrigado por falar com a gente! Pode deixar um recado para os seus fãs?
Claro! Acreditem no seu sonho, sigam seus caminhos e não tenha medo de se permitir ser quem você nasceu pra ser, sua existência é única e só você pode construir sua estrada, por mais difícil ou impossível que pareça, tudo pode acontecer quando você se dedica, respeita as pessoas e tem paciência para persistir. Quero agradecer vocês e toda equipe pelo espaço e convite, adorei trocar essa ideia com vocês e pra quem se identificou e quer saber mais do meu trabalho, bora me acompanhar nas redes sociais e conferir minha música nas plataformas digitais e visuais no Youtube.
Siamese
Vindo da cidade de Andirá, norte pioneiro do Paraná, Siamese é cantor, compositor, coreógrafo, performer e hoje é considerado uma forte referência no cenário afro-queer. Em 2017 lançou seu primeiro EP autoral chamado “Som do Grave” de forma independente, com a colaboração de produtores e artistas do Paraná. O EP contém cinco faixas ao todo, que variam do rap ao eletrônico. No ano de 2018, o artista foi convidado a realizar o show de abertura da turnê Slay Z, da rapper norte-americana Azealia Banks, no espaço Selfie Brasil, em Curitiba.
Em 2019, o videoclipe da faixa “Moleque” de seu EP de estreia, foi exibido no Museu da Imagem e do Som do Paraná. No mesmo ano foi capa da campanha “Orgulho de Ser” no mês da Diversidade, campanha essa dada pela Google Brasil.
Já em novembro de 2020, Siamese marcou sua volta aos palcos, após realizar um show ao vivo, transmitido em seu canal na plataforma do YouTube, em comemoração ao mês da Consciência Negra, promovido pela Universidade Federal do Paraná. O artista também é responsável pelo Bloco de Carnaval Fogosa, que existe desde 2018 e é o primeiro bloco queer, com sonoridade hip-hop a desfilar no carnaval oficial de Curitiba.
SIA, como é chamado de forma carinhosa pelos seus fãs, vem sendo cada vez mais uma imagem de força e voz do movimento afropunk e da cultura queer no cenário musical no Brasil, com produções independentes, estética criativa, que traz muita poesia e reflexões sobre vivências particulares e coletivas.
Seu maior propósito é, através de sua arte, transmitir uma mensagem de auto aceitação, respeito e diversidade, e que com isso as pessoas possam ter um novo olhar uns sobre os outros, sem preconceitos costumeiros, que possam falar sobre experiências de formas mais abertas e sinceras.
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