O Spotify tem impulsionado o consumo de podcasts de diversos gêneros, incluindo os de formato “ombro amigo” – ou seja, aqueles que oferecem uma abordagem mais íntima, criando uma proximidade entre o ouvinte e o criador de conteúdo. E, para fortalecer este vínculo, a plataforma promove o evento “Spotify Podcast Ao Vivo”!
O evento acontece neste sábado (29), na Unibes Cultural, localizada na cidade de São Paulo; e a programação apresenta algumas sessões lideradas por criadores de conteúdos. Além disso, os fãs poderão participar de meet & greets.
Ainda é possível garantir ingressos para as sessões. As entradas custam R$ 100 no valor da inteira; e R$ 50 na modalidade de meia entrada. Para garantir os bilhetes, basta acessar a página oficial do evento na Ingresse.
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A Head de Podcasts no Spotify Brasil, Camila Justo, falou ao Tracklist sobre a promoção desses encontros. “A realização de sessões ao vivo reflete uma mudança significativa na forma como os podcasts são consumidos e produzidos no Brasil – que é hoje o segundo maior mercado de podcasts do Spotify, tanto em termos de ouvintes quanto de criadores. Estes eventos oferecem uma oportunidade única para os ouvintes interagirem diretamente com os criadores, criando um senso de comunidade e pertencimento”.
“Além disso, a demanda por ingressos e o sucesso dos eventos mostram que há um grande mercado para este formato, além de que os podcasts ao vivo estão se firmando como uma tendência poderosa aqui no Brasil, oferecendo novas formas de interação e engajamento entre criadores e seus públicos”, completou.
Spotify e o crescimento dos podcasts “ombro amigo”
Camila Justo comentou, também, sobre os fatores que contribuem para o crescimento da criação e consumo dos conteúdos intimistas na plataforma de streaming. Segundo ela, o principal fator é a abordagem dos programas – que se distinguem dos formatos de entrevistas, narração ou histórias reais.
“O ‘ombro amigo’ traz uma abordagem mais pessoal, é uma conversa íntima entre a criadora e sua audiência. A experiência criada é muito similar com aquela que você tem quando divide sua vida com sua melhor amiga na sua casa ou em uma mesa de bar. Em cada episódio, elas vão compartilhando experiências, conselhos, histórias de vida, oferecendo apoio emocional, inspiração e empatia – gerando aquela sensação de ‘você não está sozinha’”, comentou.
Ela completou: “Esse tipo de conteúdo é uma celebração da amizade feminina, que acolhe, acalma, é livre de julgamentos e disposta a ajudar. Esse formato também ressalta o crescimento de vozes femininas na plataforma e uma audiência disposta a consumir cada vez mais esse tipo de conteúdo”.
A executiva também destaca que essa é uma tendência global. No Brasil, o nicho segue crescendo com o surgimento de novos programas, como o “Apocalípticas dos Últimos Dias”, criado por Nátaly Nery.
Outro fator importante são os incentivos da plataforma. Recentemente, a produtora de conteúdo Ellora Haonne, que comanda o podcast “fiz o que pude ¯\_(ツ)_/¯”, foi a primeira RADAR Podcasters Brasil do ano. A iniciativa global, que objetiva impulsionar vozes emergentes dentro da podosfera do Brasil, também destacou “Bom Mesmo é Ser Emocionada”, de Luana Carvalho.
O futuro dos conteúdos intimistas na plataforma
De acordo com Camila Justo, o formato de podcasts intimistas possui um potencial para se consolidar ainda mais como uma ferramenta de bem-estar e crescimento pessoal. “Como os principais assuntos abordados são saúde mental, relacionamentos, superação e bem-estar, temas que muitas vezes as pessoas não discutem em casa e não compartilham com outras pessoas, naquele episódio do podcast, elas encontram um refúgio, uma amiga que passou pela mesma situação e que aconselha”, disse.
Ela prosseguiu: “Do ponto de vista dos criadores, essa é uma oportunidade incrível para fazer a diferença na vida das pessoas, utilizando sua voz, autenticidade e conhecimentos para construir uma comunidade acolhedora e inspiradora. E, para os ouvintes, os podcasts ‘ombro amigo’ oferecem um refúgio nas turbulências da vida moderna, um espaço para se sentirem compreendidas, apoiadas e motivadas a seguir em frente”.
“De forma geral, a produção de podcasts neste formato reforça a forte presença das mulheres na plataforma e contribui ainda mais para que elas se sintam representadas e alcancem ainda mais pessoas com seus podcasts. Para o Spotify, o sucesso desse gênero reforça que ainda há muito espaço para ser explorado pelos criadores, e também uma audiência muito aberta a descobrir novos podcasts e fazer partes de suas comunidades”, finalizou.
A visão dos criadores
Ellora Haonne colocou o programa “fiz o que pude ¯\_(ツ)_/¯” no ar em outubro de 2023. Em resposta ao Tracklist, ela comentou que a ideia surgiu após o descarte de diversos outros projetos. “Surgiu depois de outras mil ideias que deixei pra lá por conta da minha ansiedade e autocobrança. Juro!” Pensei em vários projetos, desde rodas de conversa com amigas até pra falar da vida de jovem senhora”, falou.
“Depois de nenhuma ideia parecer boa o suficiente eu decidi colocar os holofotes na minha autocobrança e falar justamente sobre isso! Decidi que a proposta seria justamente fazer o que eu podia: eu no meu quarto e meus pensamentos intrusivos. Um grande lembrete que a gente sempre faz o nosso melhor e nossas expectativas sobre nós mesmas pode ser irreal. Por isso é tão importante validar o que a gente já faz”, afirmou.
O podcast surgiu anos após a publicação de seu livro, “Por Todas Nós”, onde Ellora também compartilha experiências pessoais. Ela disse, então, que há uma relação entre os conteúdos: “No livro eu já comentava minha relação com autocobrança! Mas eu estou bem mais velha, então a abordagem sobre isso é totalmente diferente”.
“Antes, eu acreditava que a autocobrança era algo que eu conseguiria ’curar’. Hoje entendo que tentar resolver isso de forma definitiva também é se cobrar demais”, revelou. “Hoje acho que a ansiedade vem, fica o tempo que precisa e vai embora. E, principalmente, as dinâmicas de trabalho impactam para a gente se cobrar tanto, e eu sempre comento isso no podcast”, falou.
Ela comentou, ainda, sobre as mudanças em sua carreira após a repercussão do programa: “Digo com muita realização que mudou muita coisa em mim! Primeiro, porque o objetivo do podcast era me lembrar como eu não precisava de muito para tirar uma ideia do papel, só de vontade; independente de quantas pessoas fossem escutar! E, segundo, que pensar que eu ‘’fiz o que pude’’ virou quase um mantra […] Foi um projeto que mudou muito minha autoestima porque me lembra o quão longe podemos chegar sem ter que abrir mão de descanso, vida social etc.”
Ellora Haonne comanda uma das sessões do “Spotify Podcast Ao Vivo”, que ocorre neste sábado (29). “Eu estou com muito frio na barriga. Acho que vai ser muito gostoso. Eu me sinto muito próxima das minhas ouvintes. Sou muito feliz por ter uma audiência tão gentil comigo, então estou animada para ter um momento pessoalmente com elas”, disse.
“Quem for vai participar de uma conversa honestona sobre amizades e rede de apoio com duas grandes amigas e hosts do podcast ”errando em público”! Vai ser um papo bem acolhedor! Estou muito empolgada”, completou.