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Show do Keane em São Paulo foi marcado pela restauração da esperança

Por Luciana Lino e Fernando Marques

No último domingo (1º), os britânicos da banda Keane se apresentaram em São Paulo, no Espaço das Américas. A apresentação foi um reencontro emocionado entre músicos e fãs.

Também, pudera: o Keane não vinha ao Brasil desde 2013, ano que também divulgou uma pausa na carreira, para que os integrantes focassem em seus projetos solo.

O vocalista Tom Chaplin. Foto: Luciana Lino/Tracklist

Seis anos depois, os britânicos anunciaram disco novo – o bom “Cause and Effect”, lançado em julho -, e já marcaram turnê, inclusive na América do Sul.

E o reencontro no Brasil foi especial, marcado por muito carinho por ambas as partes. Já na entrada da casa, dava para perceber a ansiedade e o amor dos fãs. Quando o fotógrafo da banda passou pela fila, antes de abrirem os portões, não teve quem segurou a animação, com gritos, mãos pra cima e euforia.

Pontualmente, às 17:30, os portões se abriram e a casa foi enchendo rapidamente. O show de abertura ficou por conta do muito elogiado Terno Rei, que, com seu indie melódico, combina bastante com a pegada dos britânicos.

O baixista Jesse Quin. Foto: Luciana Lino/Tracklist

Nesse momento, os membros da banda estavam realizando um Meet and Greet com os fãs, e as reações foram as melhores possíveis. Não é pra menos: Tom Chaplin (vocalista), Tim Rice-Oxley (tecladista), Richard Hughes (baterista) e Jesse Quin (baixista) são extremamente simpáticos e amigáveis.

Inclusive, o Tracklist conversou com o baterista Richard Hughes, momentos antes do show, em um bate-papo super agradável sobre a volta da banda.

Houve um pequeno atraso, mas nada que atrapalhasse a logística da noite. E, assim que o Keane subiu ao palco, começando por “Disconnected”, do álbum “Strangeland” (2012), a euforia, o êxtase e muitas lágrimas tomaram conta do Espaço das Américas. Cerca de 8 mil pessoas cantaram a plenos pulmões e em perfeita sintonia.

O vocalista Tom Chaplin. Foto: Luciana Lino/Tracklist

Não foi pra menos que, antes mesmo de chegar na terceira música – “Silenced By The Night” (2012), Tom já estava elogiando o público e expressou o quanto eles ficaram felizes em estar de volta.

Durante a noite, vários momentos foram bastante marcantes. Confira alguns deles a seguir:

Música dedicada à fã

Antes de tocarem a melódica “A Bad Dream”, do aclamado “Under The Iron Sea” (2006), eles dedicaram a música para uma fã que conheceram no Meet and Greet, momentos antes.

No palco, Tom contou que a fã disse que, no dia que perdeu a mãe, ela escutou essa música o dia inteiro, e foi o que a ajudou a seguir. E, assim, tocaram a faixa em homenagem à história da fã.

Ter uma ligação dessa com os fãs não é simples, não é fácil de se criar, e o principal, de manter. E, mesmo com mais de 15 anos de carreira, os ingleses conseguem, com maestria, estabelecer um contato íntimo, sensível e extremamente carinhoso com quem os cerca.

Setlist recheado de clássicos

A banda passeou pela carreira no setlist de 26 músicas. “The Way I Feel” e “Love Too Much” são algumas do novo álbum que foram bastante entoadas. Mas o êxtase mesmo ficou por conta de clássicos como “Everybody’s Changing” (2004), “Crystal Ball” (2006) e, claro, “Somewhere Only We Know” (2004).

Mas, mesmo em algumas canções nem tão conhecidas pelo público, como a nova “Phases”, a banda não desanimou e entregou atitude na performance.

Setlist. Foto: Reprodução/Setlist.fm

Emoção do público

Perto de nós, havia uma família completa: os pais e dois filhos – um, inclusive, dormindo no colo do pai.

Naquele momento, deu para perceber o que a música significa e representa para as pessoas, de fato. Talvez ainda não seja possível definir o que é música, exatamente. Mas o seu papel na história de cada pessoa é incrível e emocionante.

Todos, menos o dorminhoco, estavam cantando a plenos pulmões a lendária “Somewhere Only We Know”, do ótimo “Hopes and Fears” (2004). Ao terminar a canção, o pai virou para a família e disse: “Obrigado por estarem aqui, eu amo vocês”. Todos se abraçaram emocionados.

O vocalista Tom Chaplin. Foto: Luciana Lino/Tracklist

E, se vocês permitem que um trecho dessa resenha seja extremamente pessoal, um de nossos repórteres teve muitos, mas muitos momentos da vida embalados pelas músicas do Keane. O resultado? De 26 músicas do setlist, essa pessoa chorou em 10 músicas. Simplesmente.

Levantando bandeiras, literalmente

Por dois momentos diferentes, Tom Chaplin levantou duas bandeiras – de forma literal, mas, também, metafórica. Uma bandeira do Brasil e uma LGBT foram erguidas, e extremamente aclamadas pelo público.

A conexão e o carinho entre a banda e os fãs foi nitidamente percebida, durante as mais duas horas de show. Muito simpáticos, o Keane demonstrou uma qualidade sonora sem igual, um contato impecável com o público e uma alegria clara em estarem de volta.

Disparado, foi um dos melhores shows de 2019. Sinal de que precisam voltar logo, não é?

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