Após dois anos, Louis Tomlinson divulgou, na última sexta-feira, 11/11, o seu segundo álbum de estúdio em carreira solo, “Faith In The Future“. Mais contemplativo e claramente experimental em faixas trabalhadas a partir do pop punk e britpop dos anos 2000, o disco em versão deluxe traz 16 músicas, entre elas os singles “Bigger Than Me”, “Out Of My System” e “Silver Tongues”.
Apesar do gap entre o disco de lançamento, “Walls” e esse segundo, Louis não ficou longe dos palcos e nem do trabalho em compor e produzir. Em agosto de 2021, promoveu o festival The Away From Home na Inglaterra, com transmissão global do evento e divulgação de um pequeno documentário sobre o processo de criação do evento idealizado pelo ex One Direction. O sucesso do festival foi tamanho que rolou uma segunda edição este ano, mas dessa vez na Espanha.
Para divulgar o seu primeiro disco solo, lançado em 2020, Louis botou a turnê na estrada após uma melhora na pandemia de Covid-19. Após adiamento, o cantor veio ao Brasil em maio deste ano com três datas esgotadas, sendo duas apresentações na cidade de São Paulo. Para o novo álbum, Louis já divulgou em seu site oficial shows que acontecerão na Europa em 2023.
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Destaques de “Faith In The Future”, o novo álbum de Louis Tomlinson
Com 16 faixas, a versão deluxe de “Faith in the Future” tem maior potência na primeira metade do disco. “The Greatest” foi a escolha certa como faixa de abertura por resumir muito do que o álbum propõe em letra e sonoridade. Ela é seguida por “Written All Over Your Face“, que tem uma boa pegada, é mais divertida e traz uma sensualidade em toda a sua construção.
“Face The Music” é outra proposta forte do álbum com um refrão imperativo e “Saturdays” funciona bem como um respiro pro álbum após a pancada de “Out Of My System” e “Headline“.
Os singles, entretanto, não foram bem trabalhados durante o álbum. “Bigger Than Me” e toda a sua potência contemplativa com força de fechamento assume a terceira faixa do disco enquanto a esquecível “That’s The Way Love Goes” ocupa a décima sexta posição. “Silver Tongues” e “Out Of My System“, que foram muito bem recebida pelos fãs, ficam perdidas na metade do disco entre faixas com arranjos parecidos e perdem o rubor proposto por elas enquanto singles.
Uma produção musical potente, mas ainda experimental
Que o Louis é uma referência enquanto letrista, isso não é novidade. Desde a boyband, Louis se mostra cada vez mais atualizado sobre suas composições e trabalhando narrativas que contemplem tanto o seu amadurecimento pessoal como o de seus fãs.
Se “Walls” trazia o olhar para dentro, “Faith In The Future” propõe a expectativa nas oportunidades e no que ainda pode vir. Enquanto um álbum contemplativo e mais maduro que o primeiro em experimentações, “Faith In The Future” não abre mão da zona de conforto nos temas comuns, e por isso o destaque vai para a produção sonora do disco, entre erros e acertos.
Em muitas faixas, o que se nota é a referência do pop punk, do indie e do britpop dos anos 2000, uma mistura que se encaixa bem no estilo de Louis e dá base para uma identidade que se descola da Era One Direction, mas que ainda assim resgata familiaridades, principalmente nas faixas “Headline” e o single “Bigger Than Me”, que parece reciclada do álbum “FOUR” da boyband.
Mesmo com tantas faixas, o disco claramente não foi trabalho enquanto uma unidade, com muitas músicas potentes ficando perdidas no meio do caminho ou sendo eclipsadas por produções que poderiam ter sido descartadas do projeto. Na sonoridade, o que deu certo traz referências já conhecidas em bandas como Oasis, Arctic Monkeys e Kings of Leon, deixando apenas as composições sustentarem a identidade de Louis Tomlinson.
Apesar dos “poréns” entre umas faixas e outras, a atitude de buscar novas referências fez valer os riscos de um projeto claramente robusto de ponta a ponta. Se “Walls” trouxe a incerteza de qual direção seguir, “Faith In The Future” trouxe em seus acertos um aceno mais concreto para Louis Tomlinson do que se espera para os seus próximos projetos.