Uma das bandas expoentes do emo brasileiro na década de 2000, a Fresno vai aclamar as origens durante o I Wanna Be Tour, festival que celebra o gênero e a época. O grupo, que traz Lucas Silveira (vocais), Gustavo Mantovani (guitarra) – também conhecido como Vavo – e Thiago Guerra (bateria) à frente, abrirá uma sequência de shows que também reúne nomes como Simple Plan, A Day To Remember e The All American Rejects em cinco cidades: São Paulo, Curitiba, Recife, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
“A expectativa é muito foda, porque é um festival enorme, com várias bandas que a gente gosta. Vai ser bonito demais”, diz Lucas, que promete um show de clássicos para um público diverso. “Talvez seja um público que não via o nosso show há muito tempo, então (vamos) honrar algumas coisas clássicas que até hoje para nós é legal ter de volta no setlist, principalmente para mostrar a força que a Fresno tem hoje”.
Dentre os nomes que o grupo mais quer assistir no evento, as respostas variam. Lucas se declarou fã do The Used, enquanto Vavo quer assistir ao The All American Rejects. Ao responder a mesma pergunta, Guerra não titubeia: “Queria estar fora do palco da Fresno para assistir ao show que a gente vai fazer lá”, fala aos risos. “Conheço os hits das bandas que estão ali, mas não sou aprofundado no repertório delas, além das brasileiras”, completa o baterista.
NX Zero e Pitty são os outros nomes nacionais que integram o festival, que também vai receber uma participação de Day LIMNS nas edições de São Paulo e do Rio durante o show do Plain White T’s.
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O que esperar dos shows da Fresno no I Wanna Be Tour?
O primeiro show do I Wanna Be Tour será na capital paulista neste sábado (2), no Allianz Parque. Na quinta (29), a banda finalizava os ensaios para o festival, que deve receber o mesmo padrão de setlist nas cinco apresentações. “A gente pensa em ter algumas mudanças, mas é difícil mudar muito, porque é um show muito amarrado e ensaiado. Porém, sempre tem espaço para uma ou outra improvisação”, diz Lucas.
Falar de setlist, aliás, é um tópico sensível para Lucas, que já demonstrou algumas vezes no X/Twitter ser contra a prática de divulgar as canções antes do show. Mas não tem jeito: os fãs não só perguntam como descobrem previamente a lista de músicas que serão tocadas.
“Nosso público é tão aficionado pela banda que é difícil surpreender essa galera, porque eles vão atrás, descobrem, veem o reflexo no óculos de não sei quem e olham que a gente ia tocar tal e tal música”, brinca o vocalista, sem tirar sua “parcela” de culpa: “A galera já meio que matou qual é o setlist, até porque demos muito spoiler”.
Vale lembrar que São Paulo receberá a primeira apresentação da turnê “Eu Nunca Fui Embora”, divulgada em fevereiro. A tour contempla o novo trabalho do grupo, “Eu Nunca Fui Embora – Parte 1“, álbum que será lançado no dia 5 de abril.
Ensaio leve, mas enérgico
Conversamos com a banda em um dos intervalos do ensaio para o I Wanna Be Tour. Descontraídos, os rapazes se mostraram à vontade no local e endossam a sinergia de mais de 10 anos de reunião dos atuais três integrantes. “A gente se diverte muito. O que move a gente é essa vontade de estar junto, de tocar, é um estímulo emocional que temos”, diz Guerra.
A leveza dos integrantes no intervalo contrapõe o som grave e explosivo que ecoa no retorno ao estúdio. Lucas, Vavo e Guerra dividiram o espaço com os músicos de apoio Lucs Romero (teclado), Tom Vincentini (baixo) e Juba Carvalho (percussão).
O grupo aproveita os momentos de ensaio para aprimorar os espetáculos ao vivo. “A gente está sempre buscando melhorar, trazer coisas novas para o show. Neste show (de São Paulo) podemos trazer muitas novidades de setups da banda, mudanças da parte de equipamentos e de como a gente está fazendo o show”, conta Guerra.
A inspiração para novas faixas também pode surgir desses encontros, segundo Lucas. “Num ensaio, às vezes, quando a gente tá fazendo um setup de instrumentos, montando as coisas, é normal que surjam temas que podem virar música”. Segundo o vocalista, uma das músicas do novo álbum “nasceu” em uma passagem de som em Lisboa.
Os toques finais para o I Wanna Be Tour se concentraram no Artsy Club Studios, um espaço localizado em São Paulo que abriga um estúdio e recebe uma gama de eventos, shows, audições e demais projetos. Não foi a primeira vez que o grupo ensaiou no espaço, segundo o co-fundador e diretor criativo Dilson Laguna. “Eles são parceiros antigos, o Lucas é um amigo de bastante tempo (…) Eles estão com um aparato técnico e tecnológico incrível. Eles já chegaram aqui ensaiados e trouxeram toda sua equipe técnica para saírem daqui direto para os grandes palcos”.
Além da Fresno, o Artsy já recebeu nomes como Emicida, Mano Brown, Luedji Luna e Titãs. “Começamos criando nossas experiências para convidados e parceiros, só que o espaço foi tomando forma e começamos projetos com clientes grandes. Nisso o pessoal começou a conhecer a casa e o estúdio tomou vida, virou um lugar onde recebe muitos artistas, projetos, gravadoras, selos”, diz a CEO e co-fundadora do Artsy, Juliana Laguna.
Segundo os co-fundadores, que são irmãos, o Artsy é um espaço amplo para novas experiências, que abrange ensaios, pré-produção de grandes shows, gravações, produção de podcasts, performances, entre outros projetos. “A gente cria quase que um laboratório desses novos formatos de experiências ao vivo (…) e temos um lado muito forte de pesquisa para saber o que as pessoas estão consumindo, o que é interessante de novo e de tendências tanto na música quanto de consumo e comportamento do público”, conta Juliana.
Você pode conferir os horários do I Wanna Be Tour – incluindo os shows da Fresno – clicando aqui. Os shows acontecem nos dias 2 (São Paulo), 3 (Curitiba), 6 (Recife), 9 (Rio) e 10 (Belo Horizonte) de março.