Podiam até ter confundido com um furacão na Zona Sul do Rio de Janeiro, mas era só o Festival Queremos!, que aconteceu no último sábado, 28/5, em sua terceira edição, com grandes atrações da música brasileira. Entre eles, Emicida, Gilberto Gil, Marina Sena, Baco Exu do Blues, Luedji Luna, Majur e Céu conduziram o público pelos mais diversos ritmos nacionais em um visual que só a Cidade Maravilhosa tem.
De um lado, o Cristo Redentor de plano de fundo do Palco Verde, localizado em uma ponta da Marina da Glória, onde foi escolhido como point do festival para este ano. Do outro, os Morros do Pão de Açúcar e da Urca e um pôr do sol irresistível para contemplar o Palco Rosa, localizado na outra extremidade para a aposta de um line-up intercalado e tempo praticamente cronometrado para cada artista — e teve banda até tendo áudio cortado por causa disso.
O Tracklist esteve presente para acompanhar o festival, que também foi transmitido na íntegra pelo aplicativo do Amazon Music e pela Twitch, e traz tudo o que rolou na terceira edição do Queremos! entre os 13 convidados para o evento.
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Confira destaques da terceira edição do Festival Queremos!
Uma abertura potente e sob medida
Com a vibe certa para começar o festival, a Banda Tuyo abriu o Palco Rosa às 13h30 e entregou uma energia singular e entrosamento inquestionável do trio formado por Lio, Lay e Jean. Entre os hits para o setlist, a banda embalou os fãs com “Me Leva”, “Fracasso”, “Brincadeira Mais Engraçada do Universo”, “Vidaloca” e “Tem Dias” — parceria com Drik Barbosa, que deu sequência ao festival abrindo o Palco Verde. O trio, que se empolgou com o público que chegava para o evento, precisou ter o som interrompido para que fosse possível dar continuidade ao line-up e teve muita gente ainda querendo bis.
Do outro lado, Drik Barbosa esquentou o público com os hits da carreira, entre elas, as faixas “Espelho” — música-título do seu álbum —, “Liberdade”, “Inconsequente” e também cantou o pagodão baiano “Tentação”, uma parceria com ÀTTØØXXÁ.
Um pôr do sol embalado
A parte diurna do Queremos! não deixou ninguém em falta com muita música boa e boas performances. De volta ao Palco Rosa e com uma voz imponente, Luedji Luna contemplou o público com as faixas “Tirania”, “Erro”, “Acalanto”, “Goteira”, “Banho de Folhas” e “Dentro Ali”.
Ela foi seguida por Majur, que abriu o seu set com “Agô” — do seu mais recente disco de estúdio, Ojunifé (2021) —, além das faixas “Rainha de Copas”, “Andarilho”, e com voz e teclado, a cantora ainda emocionou o público com a faixa “Seja o Que Quiser”, seguido por um lindo momento de abraços coletivos.
Céu, que vem de uma turnê na Europa após o lançamento do seu sexto disco de estúdio, “Um Gosto de Sol” (2021), abriu a noite estrelar na Marina da Glória com alguns dos sucessos da sua carreira, como “Malemolência”, “Varanda Suspensa” e também trouxe novas faixas do último lançamento, como “Ao romper da Aurora” e “Deixa Acontecer”, faixa regravada com Emicida para o novo disco da artista.
Uma noite de afetos e nostalgia
Um dos nomes mais esperados do festival foi Marina Sena, que conduziu todo o seu repertório com as faixas do seu primeiro disco de estúdio em carreira solo, “De Primeira” (2021), e deu uma palinha, pela primeira vez em público, da faixa “Apenas Um Neném”, um feat com Gloria Groove para o álbum “Vermelho” (2022). Marina, que é voz do hit “Por Supuesto”, não poupou a simpatia e o entrosamento com o público, que tirou o pé no chão com “Voltei Pra Mim”, “Amiúde”, “Pelejei”, “Me Toca” e ainda ganhou uma performance quente com “Ombrim”, um aceno da artista para a época de Rosa Neon.
Depois foi a vez da única atração internacional do evento. Kamasi Washington deu o tom no Palco Verde com seus grooves, uma banda potente e uma presença indiscutível. Pela terceira vez no Brasil e em turnê pela América Latina, o californiano é um dos grandes nomes do jazz mundial e trouxe a trilha instrumental hipnotizante que o festival precisava.
De volta ao Brasil após a explosão que foi o show de Kamasi no Festival Queremos!, a voz atemporal de Gilberto Gil embalou um público que já quase se amontoava para chegar ainda mais perto do baiano. Prestes a completar 80 anos de idade, Gil trouxe um setlist diverso com grandes sucessos da carreira e reconhecido pelas diversas gerações que lotaram a Marina da Glória — e teve até direito à homenagem ao Bob Marley e muito samba no pé com “Aquele Abraço”.
No Palco Rosa, não tinha outro nome na boca dos fãs: “Cadê Leandro?”. Emicida foi o nono artista a se apresentar em uma cenografia de cair o queixo e uma presença indiscutível. Quem é fã, teve o melhor show da vida, quem não é, provavelmente passou a ser. De Leandro a Emicida e, por vezes, de Emicida a Leandro, o autor de “AmarElo” deu o tom perfeito para o início da madrugada e deu corpo a um show que ia além dos palcos. “Se está maravilhoso é por causa de vocês”, respondeu ele após um fã elogiá-lo na plateia, que ocupou cada perímetro da Glória.
Emicida conduziu o público com os sucessos “Ordem Natural das Coisas”, “Quem Tem um Amigo (Tem Tudo)”, “Pequenas Alegrias da Vida Adulta”, “Eu Gosto Dela”, “Madagascar”, “Cananéia, Iguape e Ilha Comprida” e, na meia-noite, “AmarElo”, que conta com a participação de Pabllo Vittar e Majur, tomou conta de todo o coro com o sample de “Sujeito de Sorte”, de Belchior.
Uma madrugada quente para os inimigos do fim
Após Emicida, foi a vez de Baco Exu do Blues fazer o público tirar o pé do chão com o início da madrugada carioca. O baiano abriu o seu set com o hit “Sinto Tanta Raiva…” e trouxe para o festival diversas faixas do seu mais recente disco de estúdio, “QVVJFA?” (2022). Entre elas, “Samba in Paris”, “Dois Amores”, “Mulheres Grandes”, “4 da Manhã em Salvador”, “Sei Partir”, com participação de Muse Maya, e “20 ligações” levaram o público. De “Bluesman” (2018), Baco também trouxe as faixas “Girassóis de Van Gogh” e “Me Desculpa Jay Z”, um dos maiores hits do rapper que tem como marca referenciar suas inspirações na música, a fé e o amor.
A tríade do fim do Festival Queremos! trouxe o rapper Bk’, com um set contemplando o seu último disco de estúdio, “O Líder em Movimento” (2020), FBC & Vhoor que fizeram a Marina da Glória virar um grande baile carioca e, para fechar o festival, AÀTTØØXXÁ, com o bom “pagodão” baiano.
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