E quem nunca teve sua vida embalada por uma ‘balada de swing inabalável‘? Do rock ao MPB, a música é uma das maiores formas de conexão humana. É aquele refrão que gruda na cabeça, o verso que traduz exatamente o que você sente, ou a melodia que te faz dançar sem motivo. Por trás de cada hit ou canção está o trabalho dos compositores, os artistas que transformam emoções e histórias em versos que atravessam gerações.
Nesta quarta-feira, 15 de janeiro, celebramos o Dia Mundial do Compositor e para homenagear essa data, nomes como o da ex-RBD Dulce María, Hitmaker, Cjota, Lary, Lukinhas, Ananda, Lucas Pretti e Ágatha Félix abriram o coração para falar sobre suas inspirações, desafios e aprendizados na composição musical.
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No dia mundial do compositor artistas compartilham histórias e reflexões sobre processo de composição
Compositoras e compositores frequentemente mergulham em suas próprias vivências para transformar experiências em arte. Dulce María, que começou a escrever músicas quando ainda estava no RBD, contou que, desde 2012, quando assinou seu contrato de compositora com a Sony Publishing, encontrou um meio formal de canalizar seu talento com a escrita.
“Essa experiência me deu liberdade para criar histórias e explorar minhas emoções através da música. Escrever canções como ‘Inevitable‘, que foi meu primeiro solo, e colaborar em projetos como ‘Ela Tá Movimentando‘, com Kevin o Chris, é sempre uma forma de conectar as pessoas ao que sinto. Além disso, fico feliz em ter contribuído com letras do RBD, como ‘Más Tuya Que Mía‘, porque a música é o que nos une e faz histórias ganharem vida”, disse a mexicana em nota envida à imprensa.
Já para Cjota, a composição serviu como catarse emocional. “Compor sempre foi uma válvula de escape para mim. Meu terceiro relacionamento, que foi extremamente tóxico, virou inspiração para várias músicas que escrevi. Falar sobre isso em minhas letras me ajudou a processar tudo que vivi e ainda me conectou com quem passa por algo parecido. É muito poderoso saber que algo tão pessoal pode ressoar em tantas outras pessoas”, comentou o cantor.
No Brasil, onde a música é um reflexo da diversidade cultural, o desafio dos compositores é criar algo que represente tantas realidades. O DJ Hitmaker, conhecido por sucessos de Ludmilla, Luísa Sonza, Anitta e outros, destacou essa missão.
“Nossa missão como compositores é traduzir o Brasil em música. É um desafio constante, porque o país é imenso e culturalmente diverso. A força das nossas canções está em como conseguimos misturar esses elementos e criar histórias que todo mundo consegue se ver. A gente pensa nas pessoas cantando, dançando e vivendo as músicas, e isso dá sentido ao nosso trabalho”.
Lary, que no último dia 10 lançou seu novo álbum “Com Calor, Lary“, reforça esse poder de conexão. “A música tem o dom de unir pessoas que nunca se viram. Transformar experiências reais em algo que alcance o coração dos outros é o que me motiva.”
Para muitos artistas, a chave do sucesso está em composições honestas. Lukinhas, ao escrever “Menor Sonhador“, buscou traduzir sua trajetória de superação. “Crescer sem referências e me tornar uma é uma vitória. A sinceridade faz com que as pessoas sintam que a música vem do coração.” Essa autenticidade também foi destacada por Lucas Pretti: “Escrever o que é real foi um divisor de águas. É essa verdade que conecta o público ao artista.”
Se por um lado a inspiração é essencial, por outro, o trabalho árduo molda o processo criativo. “Compor é prática. A cada nova colaboração, aprendo algo diferente e isso torna o processo mais interessante”, afirmou Ananda Paixão. Já para Ágatha Félix, a música foi um alívio emocional. “‘Dias‘ nasceu de um momento muito difícil. Saber que outras pessoas encontram conforto na minha arte é transformador”.