Com dois shows em breve no Brasil, o The Lumineers se apresenta em São Paulo no Espaço Unimed, dia 5 de novembro, e no Rio de Janeiro no Vivo Rio, dia 7 do mesmo mês. É o tão esperado retorno da banda, que não vem ao país desde 2014, com ingressos disponíveis na Ticketmaster.
Em entrevista ao Tracklist, Wesley Schultz, co-fundador, principal compositor e vocalista do The Lumineeers, comenta sobre o retorno ao Brasil, relembra dos fãs brasileiros e algumas memórias por aqui, fala sobre o álbum mais recente “BRIGHTSIDE” e mais!
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Entrevista: The Lumineers
Tracklist: É um prazer te conhecer! Nós queremos saber, após quase uma década, como estão as expectativas em retornar ao Brasil para se apresentar em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Wesley Schultz: É, nós estivemos por aí em 2014, então faz nove anos. Nós estávamos preparados para ir logo antes da pandemia, e aí infelizmente essas datas tiveram que ser adiadas por mais alguns anos. Então, o que eram seis ou sete anos se transformaram em nove anos, até que a gente retornasse [ao Brasil]. Para a gente, é tipo uma piada corriqueira. Toda vez que a gente posta alguma coisa, alguém diz: “Come to Brazil”. Nós ficamos, tipo, temos que voltar, nós temos que voltar!
Eu me lembro de vários públicos de toda aquela correria, mas particularmente no Brasil há um certo tipo diferente de energia que você recebe aqui. Acho que as pessoas são um pouco mais reservadas em outras partes do mundo. Quando gostam de música, não a expressam da mesma forma.
E para todos nós, tem gente da nossa banda de turnê de agora que nunca esteve no Brasil, como nossa violinista, Lauren Jacobson. A gente estava tentando descrever tudo a ela, mas ela vai ter que simplesmente experienciar por si mesma. Ela está bem animada, todos nós estamos bem animados.
Realmente, o público brasileiro é bem famoso por essa energia.
Sim, com certeza.
Sobre o álbum mais recente de vocês, “BRIGHTSIDE”, vocês entraram novamente no topo das paradas. O que esse trabalho e conquista representa para a banda?
Bem, acredito que sempre que as paradas musicais vão bem nesse sentido, acho que isso faz você se sentir como: “Ah, o que estamos fazendo está recebendo atenção”. As pessoas estão ouvindo e, além disso, não é uma competição. Seria bobagem fazer isso.
Porém, eu acho que, como toda banda, por muito tempo você ainda se lembra de todos os anos em que você era muito anônimo e, qualquer coisa que você fizesse, talvez seus amigos viessem ao show, mas era só isso. Então, ter alguém ainda prestando atenção nos surpreende porque, provavelmente, por cerca de dez anos ou mais, tocamos para públicos muito menores ou quase sem ninguém além de nossa família ou amigos (risos).
Eu acho que há uma gratidão quando as coisas vão bem. A ideia de que já se passaram mais de 10 anos (agora são 11 anos depois do nosso primeiro álbum) e ainda ter pessoas prestando atenção e ouvindo, isso é muito raro na música, sabe? As coisas tendem a mudar, as pessoas esquecem das coisas, elas seguem em frente…
Dessa forma, sempre foi um sonho meu. Tipo, eu amava Tom Petty (1950-2017) e toda vez que ele lançava alguma coisa, eu ficava ansioso por isso. Eu queria tentar construir essa confiança do público, escrever músicas boas o suficiente para que eles confiassem em nós. Espero que a gente esteja trabalhando para isso.
Você diria que isso faz parte de um dos segredos para o sucesso do The Lumineers ao longo dos anos?
Eu diria que o maior segredo é você ter meio que uma ideia do que está tentando fazer, porque se você está tentando imaginar o que a audiência quer, você não está realmente vindo da sua fonte, de onde deveria vir. Você tem que ser a sua própria bússola. Se você estiver perdido na floresta ou algo assim, não pode confiar em outras vozes. Para nós, nós não tivemos nenhuma oportunidade até eu ter uns 30 anos, quando assinamos [com uma gravadora].
Acho que, para mim, tive sorte de ter falhado o suficiente para então me decidir sobre algumas das coisas que eu queria tentar fazer com a música, em vez de ouvir todas essas outras vozes no meu círculo, porque às vezes eles podem ser realmente úteis, mas às vezes podem dar a você uma vitória de curto prazo, tipo: “Ah, esse lançamento foi muito grande para este ano”, e aí a música não envelhece bem, parece uma canção boba. Então, nós tentamos fazer músicas que gostaríamos de tocar para sempre, não apenas por este ano ou pelos próximos dois anos.
Quando eu converso com bandas mais novas, tento contar a elas que, quando lançamos nosso segundo álbum, “Cleopatra” (2016), estávamos muito orgulhosos dele e nossa turnê no exterior inicialmente fracassou. E se você ouvi-lo, você pode achar que não foi um disco tão bom ou algo assim, pode ficar confuso, mas com o tempo ele se tornou talvez nosso álbum mais popular. Então você tem que estar confiante. É como uma maratona, não um sprint. Você tem que estar nisso por um longo tempo.
Entendo. Para a minha última pergunta, você teria algumas memórias marcantes da última vez que visitou o Brasil?
Tentando pensar aqui. Eu me lembro de caminhar pela praia do Rio, mas isso foi há nove anos. Eu tive dois filhos e sentia que o mundo continuava a girar e eu estava apenas esperando pela vida. Então, meio que sinto que desta vez será a primeira vez, tudo de novo. Estou animado com isso, vendo com novos olhos, embora tecnicamente já tenha passado pelo país.
Quando uma banda faz sucesso pela primeira vez e ela sai em turnê mundial, muitas de suas memórias ficam turvas porque é realmente como uma montanha-russa. Se alguém te perguntar como foi a primeira parte da montanha-russa, você nem sabe (risos). Então, estou animado! Lembro-me de ter ido até a estátua do Cristo Redentor e admirar a vista do Rio… Lembro também da comida. Eu amo comida. Estou tentando me entregar a isso um pouco enquanto estiver pelo Brasil, eu aprecio isso.
Legal! Muito obrigada pelo seu tempo, espero que aproveite sua estadia no Brasil!
Obrigado!