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Entrevista: MC Taya fala de novo EP, carreira, moda e mais

Cantora irá lançar o EP “Betty” no final de fevereiro

Foto: Guilherme Sena

Nascida e criada no subúrbio carioca, Taiane Pereira de Oliveira Gomes, conhecida por MC Taya, descobriu sua paixão por música ainda criança. Formada em moda, ganhou reconhecimento na internet ao escrever sobre feminismo negro e estética.

Em agosto de 2019, lançou sua primeira música, “Preta Patrícia”, que vai ao encontro do “Afropaty”, movimento que busca empoderar a mulher negra e ressaltar traços que, por muitos anos, foram marginalizados, como o cabelo crespo ou cacheado.

Agora, MC Taya se prepara para o lançamento de seu primeiro EP, previsto para o final de fevereiro. Intitulado “Betty”, a artista conta um pouco, em entrevista ao Tracklist, sobre suas expectativas para a novidade, sua carreira e mais. Leia a seguir!

Entrevista: MC Taya

Como você definiria sua trajetória até aqui, antes de lançar seu primeiro EP?

Definiria como uma trajetória de altos e baixos, muitos aprendizados. Sou muito curiosa e amo experimentar coisas novas, isso me levou a muitos caminhos e todos se completam. 

Eu já trabalhei como designer nessas pequenas gráficas de bairros suburbanos, vendedora de shopping, figurino e styling, produção de eventos, mestre de cerimônias, publicitária… tive banda dos 13 aos 17 anos e desisti da música, então voltar para a música e finalmente lançar um projeto musical é uma realização. 

Quais as expectativas para o lançamento? Pode adiantar um pouco de como serão as músicas, influências, letras…?

Estou muito animada e ansiosa! O EP vem explosivo, trazendo muita energia contida durante todos esses anos que sempre estive na música e nunca pude lançar um projeto desses.

As músicas terão a minha essência e ingredientes dos meus gêneros musicais preferidos: rock, rap e funk nacional. As letras são bem pessoais, mas sei que pode ter um efeito de identificação coletiva. Faço várias referências e citações às grandes mulheres que me inspiraram: à minha orixá de orí, às pombagiras, escritoras e intelectuais negras, cantoras.

O EP se chama “Betty” por causa da Betty Boop, que é um cartoon de uma mulher branca inspirado em uma mulher negra. Uma cantora de cabaré que foi embranquecida. Eu sou uma cantora de cabarés atuais e também fui embranquecida. Sou uma Betty Boop. 

Como a formação em moda te ajuda na carreira musical?

Me dá uma noção visual incrível! Amo ter expertise em conceitos estéticos e visuais para oferecer isso no meu trabalho. Acho que a moda sempre andou muito junto a música. E no rap temos ótimos exemplos disso! Artistas gênios da moda!

Seu single de estreia trata de um movimento importante chamado “Afropaty”. Pode explicar melhor esse conceito e como você espera influenciar seus ouvintes com suas músicas?

É um movimento que enaltece a estética da mulher negra, valoriza sua influência na popularização e na origem de várias tendências de moda. Porém, sobretudo, um movimento que expõe o empoderamento da mulher negra, seja um empoderamento estético, intelectual e/ou financeiro.

A verdadeira afropaty é aquela que troca de laces a cada dia? Sim. E aquela preta que é correria do dia-a-dia, trabalha, estuda, cria seus filhos sozinha? Também. 

Espero que meu público entenda um pouco da minha vivência, e se o público se identificar (como vem acontecendo desde que comecei com meu blog e conteúdos para internet), que seja como um abraço. Que ajude e inspire outras pessoas, como muitas me inspiram e me ajudam com seus trabalhos. 

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