Na última sexta-feira (3), MABBI e CAÍQ apresentaram seu mais novo single, “Bateu”, e nos deram uma entrevista para comentar a respeito. Além disso, a dupla falou sobre suas inspirações, novos projetos e mais!
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A parceria também rendeu um videoclipe, que foi lançado junto com a música. A faixa está disponível nas principais plataformas de streaming, e traz uma batida pop com um visual romântico e envolvente. Veja o clipe:
A composição é de CAÍQ, que começou a carreira na adolescência. Ele fez parte da banda Fly, que oficialmente se separou em 2019. Agora, Caíque Gama (seu nome de batismo) se consolidou em uma carreira solo, além de ser produtor e compositor. O artista possui, inclusive, uma produtora independente – chamada Gama Records.
Já MABBI é uma nova aposta do pop nacional. A cantora começou fazendo covers, e esse ano lançou seu primeiro single, denominado “Sentadão Nervoso”. Com um visual forte, a música traz uma mensagem de liberdade feminina e mostra a atitude da artista.
Acompanhe a entrevista com MABBI e CAÍQ na íntegra!
Bem-vindos ao Tracklist! Primeiramente eu queria agradecer vocês por terem disponibilizado esse tempo para a gente conversar. Queria parabenizá-los pelo lançamento de “Bateu”, que está muito legal. E queria saber primeiro como nasceu essa colaboração, como surgiu a ideia dessa música e como foi esse processo de produção.
MABBI: Eu fui pra São Paulo. Conhecer o CAÍQ, conhecer o trabalho dele. Daí ele fez uma música muito maneira, e a gente sentiu que faltava um feat. E a gente viu o olho dele brilhando, o meu olho brilhando, e chamamos ele para fazer e ele super topou, e foi super mágico mesmo. A palavra que eu posso dizer é que foi mágico, porque nada definiria isso.
CAÍQ: Que fofa, cara! É verdade.
Queria direcionar essa pergunta para a MABBI, que veio dos covers, e recentemente lançou o seu primeiro single [“Sentadão Nervoso”]. É um single de bastante atitude, e o clipe também tem um visual bem forte. Como você chegou à conclusão de que queria lançar esse single primeiro, na sua estreia, com essa música que já é bem forte?
MABBI: Todas as minhas músicas dizem muito sobre mim, sabe… a parte de chegar querendo falar. Porque por muito tempo na minha vida me calaram. Se eu sinto que posso falar tudo o que eu quero defender através do meu som, eu vou fazer.
E os covers vieram por causa da pandemia, infelizmente não conseguimos fazer como queríamos. Eu tive que me reinventar. Eu aproveitei para estudar, estudei piano, fiz aula de canto, tudo online. E foi um momento de reflexão para mim. Então quando tive a oportunidade de lançar, eu falei: ‘eu quero essa música, porque agora a MABBI chegou com atitude, ela sabe o que ela quer e o que ela não quer para vida dela’.
CAÍQ: Braba!
E agora eu vou direcionar para o CAÍQ. Você começou essa carreira bem cedo, e já tem bastante experiência. Passou pela Fly, e depois começou a carreira solo. Está com uma produtora independente também. Você passou por toda essa mudança, até musicalmente falando – o som mudou muito. Então como é que é para você estar nessa fase? Sente falta de estar num grupo, ou prefere carreira solo?
CAÍQ: Não sinto falta nenhuma de estar em um grupo, porque hoje eu que tomo minhas decisões. A partir do momento em que tem mais gente envolvida no projeto, já não é bem do jeito que você vê. Mas foi uma experiência incrível para mim ter feito parte do projeto. Foi o que me colocou na música, e me deu a experiência para estar onde estou agora. Consegui abrir o meu selo independente, minha produtora. E pô, me amarro em trabalhar com mais artistas, não necessariamente tendo um grupo. Foi onde eu me encontrei e muito: nesse lance de produzir para os artistas, de fazer feat. Eu acho que mais de uma cabeça sempre agrega muito pro trabalho, sabe? Isso é um fato.
E com o meu trampo solo eu estou numa viagem minha, fazendo uns traps, uma parada romântica. Eu misturo muito, não tenho muito apego a estilos, sabe? O Fly mesmo sempre me permitiu isso, trabalhar com pop. ‘Pô, tu numa onda mais reggae esse mês’: vou soltar música reggae e é isso! Eu acho que o pop permite isso para o artista, e tendo essa bagagem que eu já tenho, consigo trabalhar com outros artistas também, de outros gêneros. A MABBI vai para o funk mas também desenrola numa parada mais R&B. Estou trampando com artista sertanejo que também faz funk, e isso é muito doido. Essa versatilidade, assim, acho que vem da música pop na minha vida. E eu estou muito feliz, cara. Estou num momento bem maneiro da minha carreira. E tem aquele lance do sucesso que todo mundo fala, mas sucesso não é só estar no holofote e estar sendo falado em blog de fofoca. Eu vivo bem, estou muito feliz com o meu trampo. E poder fazer parte da vida de outros artistas, principalmente que estão começando agora, que é o caso da MABBI, por exemplo… fico felizão, porque sei que estou deixando uma marquinha minha ali na vida dela. E isso é muito gostoso, maneirinho.
Você estava falando que tem essa liberdade de explorar mais. E, para vocês dois: tem algum gênero, alguma coisa que ainda não tentaram ainda, mas querem tentar?
MABBI: Tipo, eu venho do funk e quero misturar com pop… e estou disposta. A minha intenção é misturar com todos os estilos, sabe? Tentar fazer uma mistura própria e trazer a minha personalidade, pra todos que escutarem pensarem: ‘não, essa é a MABBI’. Então eu gosto muito de misturar, gosto muito de criar coisas, eu gosto de ser diferente! E estou tentando ser essa diferença aí.
E você, CAÍQ? Alguma coisa?
CAÍQ: Eu cresci ouvindo muito reggae, sou muito regueiro. Tenho várias composições de reggae. E eu cresci ouvindo muito rap, ao mesmo tempo. Então quando eu crio sempre tem um pouco dessa essência, até pelo meu timbre de voz, que é uma parada que eu já sei que eu caminho tranquilo. E eu acho que está nisso aí, está nessa mistura. A gente vai misturando várias coisas, e encontrando novos ‘eus’. Eu junto uma referência daqui, com uma referência dali, e de repente eu tenho um som que eu me amarrei muito em fazer. E você está criando uma nova identidade sonora ali mesmo, para o público. E acho que isso é muito válido. Tem tanta coisa hoje, tem de tudo. Se você tem internet na mão, você pega uma banda escocesa de reggae com jazz, sabe? E é muito doido isso. Então você vai juntando tudo até você ir se encontrando e se familiarizando com aquilo ali também.
E eu estou nessa onda. Sou bem eclético; me amarro em pagode, e tenho uns trampos misturando pop com rap, trap e pagode. Ninguém vai entender nada, mas eu me amarro no som. […] obviamente todo mundo que trabalha com música quer viver disso. Tanto compositor, quanto produtor, quanto artista querem poder viver disso e fazer sucesso com isso. Mas eu sempre me amarrei em fazer música para mim. Um som que eu vou ter no meu Spotify, e vou mostrar para os meus amigos empolgado, tipo: ‘olha essa música, que parada diferente, esse é meu som’. E eu sempre bati nessa tecla, de misturar as coisas e quem ouvir, fala ‘mano, mas que som que você faz’? E eu falo que eu faço o meu som. Não tenho uma parada que segmenta e que limita meu trabalho.
Mas eu queria saber de vocês, que têm essa veia artística, como é que vocês alimentam isso? Vocês têm alguma inspiração, uma motivação específica?
MABBI: Eu gosto sempre de me inspirar em artistas brasileiros. E mulheres que eu pego as coisas que eu gostaria de defender. Por exemplo, a IZA. Ela me inspira muito, porque ela fala muito sobre direitos que a gente tem, ela se impõe, e ela traz isso numa naturalidade enorme na música dela. É isso que eu quero trazer também. E a Anitta, que também me inspira muito, porque ela expandiu o funk. Hoje a gente ganha prêmios internacionais por causa dela, entendeu? Então ela é uma inspiração muito grande também.
CAÍQ: Eu tenho muita referência gringa. Até porque aqui no Brasil, o cenário de homens fazendo pop é bem limitado. Está meio escasso. Eu fiquei produzindo durante muito tempo, e agora estou voltando para a minha carreira real como artista; e a ideia é puxar até um pouco mais esse bonde. Agora eu só lembro de dois nomes de homens que têm feito pop no Brasil, que é o Vitão e o Donatto. E os dois eu conheço, os moleques.
Mas eu pego muita referência gringa, coisas latinas, como reggaeton, Maluma. Tem altos caras do reggaeton, que inclusive é algo que não é tão explorada aqui no Brasil, e é nosso, a gente também é latino, sabe? E eu tenho algumas coisas de reggaeton para soltar. É aquela mistura toda: reggaeton com trap com R&B, e é isso.
MABBI: Um reggaeton com funk ia dar bom, hein, CAÍQ?
CAÍQ: Ia dar bom, ia dar bom. Fica aí uma ideia já.
MABBI: Já joguei aí no ar! [Risos].
CAÍQ: E também no próprio funk eu tenho gravado umas coisas. Não postei nada ainda, não soltei nada do tipo. Mas estou um pouco mais no funk. Tenho trabalhado com bastante gente da área, então é algo que eu estou absorvendo ali e naturalmente está saindo na minha arte. A partir do momento em que você está ali, consumindo, sem querer você cria coisas em cima disso. Então é muito legal trabalhar com isso. Sou muito feliz.
Bom, então vamos falar de projetos futuros. Você [CAÍQ] acabou de falar que está com alguns projetos que ainda não lançou. Vi que você lançou há duas semanas um clipe com a Flávia Gabê; a MABBI também já deve estar pensando em outros lançamentos. Já que o CAÍQ já falou um pouco sobre isso, você tem alguma novidade em relação a isso, MABBI?
MABBI: Então, eu pretendo ainda esse ano trazer muita música para vocês. Não posso falar muito, para não estragar a surpresa.
Não pode dar spoiler [risos].
MABBI: [Risos] não posso dar spoiler!
E também já saiu o making off de “Bateu”. Vocês ainda têm algum plano pra essa música, alguma apresentação, talvez?
MABBI: Temos planos para essa música, e eu acho que vai vir pedrada aí, hein. Essa música ainda não acabou! Tem uma coisa muito boa relacionada a ela para acontecer, mas eu vou deixar vocês na curiosidade, e aí todo mundo corre lá para ver. Mas vai ficar muito bom.
E para terminar, estamos falando de projetos musicais. Mas tem algum projeto, algo que vocês querem fazer fora da música? Por exemplo, o CAÍQ teve o “De Férias com o Ex”, a MABBI eu também vi fazendo muita coisa nas redes sociais, desde coreografia a alguns vídeos. Então, vocês têm alguma coisa que queiram fazer nesse sentido?
MABBI: Eu sempre me entrego a tudo. Eu sempre falei que eu nasci artista. Eu gosto de atuar, eu gosto de dublar, eu gosto de fazer tudo. Então oportunidades, se surgirem, estamos aí.
CAÍQ: Eu recebi convite para um outro reality aí, mas estou fora. Esse negócio de reality show não é para mim não [risos]. Estou tranquilo, vou focar na música mesmo, que eu tenho muita coisa para fazer. Já tive a experiência, e já valeu, está ótimo.
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