“Hold Back The River” fez James Bay ficar reconhecidíssimo lá atrás em 2014, mas, se engana quem acha que ele se acomodou naquela sonoridade que o deu o spotlight.
Em 2018, lançou seu segundo álbum “Electric Light” inovando na sonoridade e apostando no indie, e, nesse ano, iria pra um outro lado ainda mais diferente com o lançamento do terceiro álbum. Infelizmente, a pandemia chegou.
Com isso, seu lançamento e planos que envolviam o mesmo foram cancelados por enquanto. Apesar das mudanças, James deu seu jeito de ainda estar perto dos fãs: seja se conectando através de maior compartilhamento nas redes sociais, seja fazendo lives os ensinando a tocar guitarra. Ou até mesmo fazendo um show com platéia online, como é o caso do que fará hoje, 21.
O Tracklist conversou um pouco com o cantor sobre tudo que tem rolado com ele nesse tempo caótico e até mesmo futuras expectativas sobre seus trabalhos e carreiras. Você pode conferir logo abaixo.
Entrevista
Como foi a quarentena pra você? Ela te deixou produtivo, te enlouqueceu ou te acalmou?
Meio que me deixou mais produtivo. E também me deixou um pouco maluco. Acho que deixou todo mundo um pouco maluco. Pode soar estranho, mas pudemos compartilhar o quão malucos estávamos nos sentindo. Mas me fez produtivo por que gravei um clipe, lancei um single. Surgimos com diferentes ideias. Estava também fazendo o “Live lessons” no Instagram, onde estava ensinando guitarra para os meus fãs. Fiquei ocupado, então supostamente fui mais produtivo. Fez minha equipe inteira mais produtiva, o que foi divertido, ter aquela comunidade e nenhum de nós poder estar no mesmo lugar, mas, meio que foi positivo na real.
“Chew On My Heart” foi lançada em julho. Como foi o processo de fazê-la? Ela já tava pronta antes de todo o caos começar, foi feita durante, continuou durante a pandemia….?
Eu tinha acabado de escrever antes disso tudo começar. Foi uma situação esquisita. Eu tinha a música pronta pra lançar e tinha planejado de lançar e fazer alguns shows, viajar ao redor do mundo e tocar para os fãs. E então não podíamos fazer nenhum dos shows. O que foi muito triste, é a parte mais triste. Mas foi legal sentir que poderia lançar a música de qualquer forma, mas ainda sinto a falta de fazer shows. Não saber ainda quando poderei fazer. Estou ansioso para poder voltar. Foi divertido dar essa “loucura”.
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Li que você disse que o terceiro álbum seria mais pessoal e falaria mais sobre seu relacionamento de anos com sua namorada. O que mais podemos esperar?
Você pode esperar… eu sempre fui muito vulnerável nas minhas músicas, emocionado mesmo… Falo de um lugar muito pessoal. Sobre emoções específicas minhas. Nunca fiz isso de uma forma positiva. Normalmente canto sobre tristeza, coração partido… dessa vez, a coisa mais nova que todo mundo pode esperar é eu sendo mais pessoal, sobre coisas íntimas, mas coisas muito positivas. Eu falo muito sobre a força que tenho na minha vida com a minha namorada, Lucy. A vida fazendo o que eu faço é maravilhosa, mas é esquisita. Tudo está mudando a todo momento, pode ser difícil ficar no topo. Tem muito nesse álbum que escrevi sobre isso.
O processo de fazer esse álbum já estava rolando quando a pandemia começou? Ou ele continuou enquanto ela estava acontecendo?
Comecei a fazer no final de fevereiro nos EUA. Já tinha escrito todas as músicas e fui gravar no estúdio em Nashville. E até o fim de março, o mundo estava completamente diferente. Quando comecei, passávamos o dia no estúdio e saíamos para jantar. Isso duraram 5 semanas. Nas últimas 2 semanas, ficamos trancados no estúdio; pedíamos comida e ficávamos longe um dos outros. O mundo mudou muito, mas assim que terminei, vim pra casa. Na última semana de março. E aí o mundo inteiro entrou em lockdown. O mundo mudou de uma forma muito extrema. Mas assim que o lockdown começou, a maior parte das músicas já estavam finalizadas.
Teremos que esperar um pouco mais porque o que os artistas querem fazer é tocar ao vivo. Eu sou um artista de ao vivo. Eu sou uma pessoa de “você pode me ver tocar em tal lugar”. Se não puder fazer shows, vou segurar um pouco as músicas. Vai ter mais música em breve, mas o álbum completo vamos esperar um pouco até podermos fazer shows.
Quem você gostaria de colaborar na música algum dia?
Eu tenho uma lista dos sonhos. Tenho vários tipos de artistas diferentes que gostaria de trabalhar. Definitivamente trabalharia com a Maggie Rogers, ela é uma artista fantástica, eu a amo… HAIM, adoraria trabalhar com elas, sou um grande fã… a lista é imensa. Tem uma artista brilhante nova, Holly Humberstone. Recomendo escuta-la, super trabalharia com ela.
Eu sinto que as Lives do Instagram te conectaram muito com os fãs. Você consegue me dizer os prós e contras de fazer Lives ao invés de shows?
Tem muitos prós. Em lockdown, é a forma que eu tenho de tocar para meus fãs. O único contra é a pior coisa. É a coisa de não estarmos no mesmo lugar. A mágica que todos procuramos em shows aparece no estar no mesmo lugar. Sei que parece simples, mas é verdade. Não tem delay, não tem Wi-Fi ruim, todo mundo tá experienciando a mesma coisa no mesmo momento. E normalmente a performance fica até melhor por conta da plateia. E não posso ter isso, então tenho que esperar até poder.
Quais são suas expectativas pra quando o mundo voltar ao normal? Você acha que elas vão voltar ao normal?
Eu estou muito esperançoso. Eu acredito que as coisas vão voltar ao normal. Já está durando muito mais do que queríamos, mas vamos voltar ao normal, temos que voltar. A humanidade é muito pequena, mas muito inteligente. Não vamos ficar sentados pelo resto de nossas vidas. Eu estou ansioso para… não gosto de fazer esse cumprimento de cotovelo. Eu entendo, e não quero ser insensível também, mas eu só queria abraçar as pessoas. É tudo que quero fazer.
O que podemos esperar do show amanhã? Você irá tocar músicas novas?
Irá ter músicas novas! Terá um pouco de tudo meu. Não vai ser como uma Live normal. Normalmente quando você está na plateia assistindo a um show normal, você vê somente o palco. Ele não vai ser assim. Vai ser multidimensional. Vai ser divertido.
Show online
James Bay irá se apresentar hoje, 21, ao vivo no Shakespeare Globe. O que seria uma performance inacessível para os fãs fora de Londres, se torna possível com o formato de livestream. A plateia será inteiramente online.
Ela começará às 20h30, e você pode comprar ingresso aqui.