Dezembro chegou e com ele vem também o clima de retrospectiva. Na última terça-feira (1) completaram-se quatro anos desde que o cantor Drake foi nomeado Cantor do Ano pelo Spotify. Seu single “One Dance”, do álbum “Views”, se tornou a canção mais ouvida mundialmente na plataforma.
Apenas em 2016, o cantor canadense obteve 4,7 bilhões de reproduções no serviço de streaming, sendo mais da metade apenas desse mesmo álbum. Somente a canção “One Dance” foi reproduzida 960 milhões de vezes em todo o mundo. Para se ter uma noção, se tocada sem parar, isso daria mais de 5.200 anos.
“Views” e os desafios de Drake
Quando “Views” foi lançado, em 29 de abril de 2016, sua recepção pela crítica foi mista. Na época, muitas pessoas discordavam entre si sobre o álbum. Contudo, uma coisa era consenso: faltava clareza.
O disco nada mais é do que uma janela para vermos quem Drake foi no ano de 2016 em 20 músicas. Se para alguns isso significa uma falta de foco, para o rapper isso poderia ser lido como o encontro de pensamentos em conflito.
No entanto, essa é a maior qualidade do álbum. Os pensamentos conflitantes tornaram o álbum versátil, trazendo diversos “Drakes” diferentes em cada faixa, cada um com seu próprio humor, história e motivação.
Isso se mostrou muito promissor e o cantor repetiu isso em seus álbuns conseguintes. No entanto, era esse gostinho que Drake queria deixar em seu público. Ele queria expandir seus horizontes, atingir públicos diferentes.
Drake tem uma carreira extensa. Seus álbuns dizem muito sobre quem ele é: “So Far Gone” foi um álbum para mostrar ao mundo quem ele era, “Take Care” foi onde ele demonstrou todo seu potencial, “Nothing Was The Same” mostrou uma prévia de sua versatilidade, “If You’re Reading This It’s Too Late” foi um resposta a todos que duvidavam de suas habilidades líricas e “What a Time To Be Alive” foi um salto gigantesco, consagrando-o como um dos rappers mais brilhantes da atualidade.
O fato é: Drake nunca foi um desses artistas em que as pessoas apostavam todas as fichas. Sua história é de muita luta, dedicação e abdicação. Foi com toda essa garra que o rapper construiu sua carreira, sempre abraçando essa narrativa.
Suas músicas sempre destacaram o que ele conquistou, como conquistou, como começou, o que teve que superar, as chances que perdeu, os “nãos” que recebeu.
Os frutos de “Views” para Drake
Todo ano, para dar as boas-vindas ao mês de dezembro, o Spotify divulga as listas dos artistas, álbuns, músicas e podcasts mais ouvidos entre os meses de janeiro e novembro. Em 2016, Drake esteve no topo de todos os rankings da plataforma, se tornando o artista mais ouvido e tendo a música mais tocada, com “One Dance”, e o álbum mais executados do ano, o “Views”.
“Com o álbum mais reproduzido do ano e a música mais tocada, Drake continua engajando fãs de um jeito que só ele consegue”, afirmou Stefan Blom, chefe de conteúdo e diretor de estratégia do Spotify, em 2016. “Não é de surpreender que ele esteja dominando a indústria da música”, completou.
Naquele mesmo ano, Drake quebrou totalizou 8,7 bilhões de streams na plataforma, número atingido devido a “Views”, número esse que o considerou como o artista mais tocado de toda a história do Spotify.
No entanto, prestes a lançar seu álbum “More Life”, no ano de 2017, o Spotify anunciou que Drake havia se tornado o primeiro artista a ter 10 bilhões de execuções na plataforma.
Além disso, apenas nos Estados Unidos, “Views” debutou em primeiro lugar na Billboard 200 com mais de 1 milhão de cópias vendidas e alcançando mais de 245 milhões de streams somente na primeira semana.
Quase todas as músicas do álbum também entraram no ranking da Billboard Hot 100 durante sua semana de estreia. “Views” foi classificado como o segundo álbum mais popular de 2016 de acordo com a Billboard. No ano seguinte, foi classificado como o décimo terceiro álbum mais popular e em 2018, dois anos após seu lançamento, o álbum foi classificado como o 47º álbum mais popular daquele ano.
Leia também: Drake é o artista com mais streams da década; confira o ranking completo
O que acontece quando se chega ao topo?
“Views” é justamente sobre a sua luta para encontrar motivação. Com exceção das músicas onde o rapper faz referências às suas brigas no mundo pop, seu álbum se destaca fortemente nas canções em que Drake demonstra ser ele mesmo, de carne e osso.
“Feel No Ways” é uma das mais bonitas, combinando um pensamento de tristeza com uma construção que transmite otimismo, “Child’s Play” tira sarro da maioria dos conflitos de Drake, e “Hotline Bling” foi um sucesso instantâneo e marcante na carreira do cantor.
Seu álbum era a cura a qual Drake precisava, a liberação da raiva que precisava para seguir em frente e produzir mais daquilo que ele sabe que todos querem ouvir. Em uma das músicas de “Views”, o cantor diz: “Meus inimigos querem ser amigos de meus outros inimigos/ eu não deixo isso me afetar.”
Esse álbum é sobre um artista inconstante, imperfeito e que ainda está crescendo. Um artista que é bem-sucedido, mas que continua a lidar com a insegurança de anos.
Há quem diga que “Views” poderia ter sido melhor construído com algumas modificações. A crítica sugeriu inúmeras alterações. Contudo, apesar de o álbum não ser perfeito, é um álbum do Drake que não tem defeitos.
Foi com esse disco que Drake fincou presença no topo das paradas por várias semanas. O rapper começou de baixo com seus primeiros álbuns e esse álbum foi apenas o primeiro passo para aceitar seu lugar no topo.
Nos últimos anos, Drake transformou o hip-hop, tornando o ritmo da melodia e do sentimento. Ele mudou a música para sempre, misturando a pitada perfeita de pop e rap e assim inspirando uma nova geração de artistas. Ele é o artista que o mercado e o mundo não estavam acostumados a ver.
Você é fã do Drake? Qual o melhor álbum do cantor? Comenta com a gente nas nossas redes sociais. Vamos adorar te ver por lá.