Bruno Martini já nasceu no mundo da música. Filho de Gino Martini, integrante da banda Double You, não foi surpresa quando ele, que desde cedo acompanhava seu pai em shows e em produções, resolveu seguir o mesmo caminho.
Sempre compondo e produzindo suas próprias músicas, ele formou, durante a faculdade, junto com Mayra Arduini, a dupla College 11. Logo foram descobertos pela Disney e tornaram-se os primeiros artistas latino-americanos lançados internacionalmente pela companhia.
Em 2016, Bruno começou sua carreira solo, que conta com sucessos como “Hear Me Now” e “Never Let Me Go”, parcerias com Alok e Zeeba, entre muitas outras músicas de notoriedade.
Hoje (21), Bruno lançou “Bend The Knee” uma colaboração com IZA e Timbaland. A música marcante com pegada disco é o lead single do primeiro álbum solo do paulista, “Original”, previsto para lançar em outubro deste ano.
E o Tracklist não perdeu tempo e conversou com Bruno Martini sobre essa produção maravilhosa! Confira:
Entrevista com Bruno Martini
Entrevista por Nina Dacier
Vamos começar falando de “Bend The Knee”! Que música gostosa de ouvir, cara! Como foi o processo de produção dela? Juntar IZA e Timbaland nessa mistura super certa?
Cara, há dois anos eu estava fazendo um show em Las Vegas, num festival EDM, e recebi um e-mail dos empresários do Timbaland. Eles falaram que ele tinha amado uma música minha, que se chama “Living on the outside”, e perguntando se eu tinha mais músicas daquele tipo em produção. Eu mandei várias músicas minhas para ele ouvir, e ele perguntou “cara, você consegue vir para Los Angeles passar o dia com a gente no estúdio?”. Eu topei, porque, para mim, o Timbaland sempre foi uma das maiores referências de música. Inclusive, com 17 anos de idade, eu fiz um clipe em homenagem a ele quando trabalhei na Disney.
Desde quando eu comecei a produzir, com uns 15, 16 anos, um dos meus maiores sonhos era trabalhar com ele, eu mandava música para ele, tentava acessá-lo, mas ele nunca me respondia. Mas olha como a vida é…
Eu fui no primeiro dia para o estúdio com eles. A gente foi para mesma sala de gravação onde o Michael Jackson gravou “Thriller”. Ele chegou lá com outro produtor, que chama Angel Lopes, e a gente ficou tão próximo nesse dia que acabei ficando uma semana por lá, fizemos várias músicas.
Quando eu voltei para o Brasil, pensei: “eu preciso convidar artistas do Brasil para fazer parte disso fechar”, eu queria compartilhar essa experiência com outros artistas também. E a primeira pessoa que veio na minha cabeça foi a IZA, porque para mim, a IZA é uma das vozes mais forte que a gente tem no nosso cenário musical hoje em dia. Além disso, acho ela uma pessoa incrível, a imagem que ela tem, o que ela luta, tem muito a ver com que eu acredito.
Então, eu tinha o sonho de poder trabalhar com a IZA. A primeira música que enviei a ela foi “Bend the Knee”, até porque essa música, quando a escrevi junto com a Mayra, fala de empoderamento feminino, mas com uma certa leveza. Ela ouviu, se apaixonou e topou. E aí começou nossa parceria. Ela cantou “Bend The Knee” e também temos outra música dentro do meu álbum.
Funcionou muito bem! Essa vibe disco/groove está com força total no cenário musical atual. Vários artistas do cenário pop estão investindo. Quais foram as suas inspirações para essa música?
É muito engraçado porque eu sempre fui muito fã de Daft Punk. Faz uns três anos que eu escrevi essa música e comecei a produzi-la, e a vibe já era meio disco/groove. E aí não tinha um momento melhor (do que agora) para a gente lançá-la, porque agora virou um som que é muito atual.
Eu conversei sobre isso com meu pai, que também é músico. E com certeza uma das maiores referências que eu tive foi o Daft Punk, Pharell Williams, o próprio Timbaland… Acho que essas foram as maiores referências que tive para fazer “Bend The Knee”.
E esse clipe icônico, como surgiu o conceito dele?
Cara, com essa parada mais disco, a gente tentou trazer uma coisa mais retrô. Como eu falei, a música trata de empoderamento feminino com uma mensagem mais subliminar.
Começa com o Timbaland anunciando o primeiro homem a pisar na Lua, que sou eu. Quando o homem chega na Lua, ela já está tomada por uma mulher. A gente tentou passar com mensagem de uma forma leve, mas bem clara.
Essa ideia do homem ir à Lua foi do diretor, Felipe Sassi, e juntou com o que a gente já tava conversando com a IZA. Fiquei muito feliz com o resultado final, foi uma logística grande fazer tudo isso acontecer porque o Timbaland está em Miami e estamos no meio de uma pandemia… Tudo bem complicado, mas a gente fez o possível, seguindo todas as orientações de saúde, fazendo todos os testes. Eu estou me cuidando bastante. A equipe foi bem reduzida, foram todos testados. E o trabalho saiu muito bonito.
Eu amei demais toda a estética do clipe, estão de parabéns mesmo. E “Bend the Knee” vai fazer parte do seu álbum, né? Vi que ele está vindo aí em outubro desse ano. Como está a emoção de lançar o primeiro álbum?
Eu fiz várias parcerias nessa fase da minha carreira solo, mas eu sempre quis mostrar para as pessoas quem é o Bruno Martini, o que ele gosta de escutar. E acho que com um álbum, finalmente eu consegui trazer todas as minhas referências dentro da música.
O álbum tem uma pegada de rock, hip-hop e eletrônica. Tem várias parcerias inusitadas, serão 19 faixas ao todo. Estou muito contente com o resultado E acho que de fato as pessoas vão conseguir ouvir o que eu gosto de ouvir, e vão entender melhor quem eu sou.
E o álbum já está finalizado?
Já! Está pronto e sai em outubro!
E você não pode dar nem spoiler sobre outras músicas? Nadinha?
Tem muita música com Timbaland, acho que temos umas quatro músicas juntos. Tem uma que se chama “Original”, que é o nome do meu álbum, que sou eu, Iza e Timbaland juntos de novo. E o resto eu ainda não posso contar, mas tem muita coisa bacana! Estou muito contente de ter conseguido juntar artistas em parcerias inusitadas, mas que o resultado ficou muito bacana!
Falando em parcerias, como você disse, trabalhar com Timbaland era dos teus sonhos. Esse já foi alcançado. Quais são os outros sonhos de colaboração que tu tens?
Com certeza a Pharell Williams, Daft Punk… Eu gosto tanto de música, sou tão eclético que para mim é sempre uma dificuldade selecionar o feat dos sonhos. Jay Z seria incrível, alguma coisa com Calvin Harris.
Tem vários artistas que eu adoraria colaborar, eu gosto do desafio de trabalhar com artistas que talvez sejam de gêneros diferentes, pessoas que tem uma história diferente da minha. Estou sempre buscando coisas novas e referências inusitadas. Tipo “Morena”, com o Vitor Kley, nem sei que gênero é essa música, é meio samba-rock, meio hip hop… É uma coisa que a gente criou, um som que deu super certo, então estou sempre aberto a parceria e coisas diferentes.
Uma das coisas mais legais da música é poder se conectar com pessoas diferentes, compartilhar uma emoção. Bom, dentro da sua discografia, há mais músicas em inglês. Em “Original”, a gente pode esperar mais músicas em português?
Então, eu tenho quatro músicas lançadas em português: “Sou teu fã” com Dennis Dj e Vitin, “Morena” com Vitor Kley, “Sua vez” com Gaab e “Penso em você” com Fiuk. E também já produzi algumas coisas com Jorge Ben. Eu estou trabalhando em outro projeto com o Vitor agora. Mas, como esse álbum vai ser lançado também fora do Brasil, foi um momento de focar, e as 19 faixas são em inglês.