Após longa espera, Billie Eilish lançou nessa sexta-feira (29) seu álbum de estreia, “WHEN WE ALL FALL ASLEEP, WHERE DO WE GO?”. Anteriormente a cantora já havia lançado o EP de sucesso, “Don’t Smile At Me”, em 2017, e diversos singles que foram moldando e amadurecendo sua carreira.
Billie Eilish com apenas 17 anos conseguiu amadurecer e se achar artisticamente em tão pouco tempo de carreira. Mesmo não sendo aquela cantora que tem suas músicas no topo das paradas, ela é uma das artistas mais relevantes e autenticas dessa geração. A cantora com cerca de 3 anos de carreira conseguiu mostrar ao mundo seu propósito, juntando uma legião de fãs fiéis, que são completamente dedicado à ela.
Em tão pouco tempo ela conseguiu chamar atenção da mídia e conquistou cada vez mais um público maior. A cada lançamento sempre somos surpreendidos com tamanha criatividade. Outro fator que contribui para tal estrelato, com certeza é sua personalidade única e fresh, e também por sua relação sincera e aberta a respeito de seus problemas e saúde mental. Acredito que todos esses fatores, e é claro todo seu talento e inovação em sua carreira, elevaram Billie a um patamar tão grande, mesmo que esse seja apenas o início de sua trajetória.
Falando sobre seu álbum, “WHEN WE ALL FALL ASLEEP, WHERE DO WE GO?”, é com certeza a cara de Billie. No disco podemos escutar e visualizar toda sua inovação e criatividade, ao subverter o gênero do pop. A cantora conseguiu fazer um disco com uma narrativa consistente, e ainda sim criar músicas que funcionam separadamente e possuem seu universo próprio. Billie consegue subverter o gênero, ao fazer músicas que poderiam cair no comum, mas elas são músicas pop “fora da caixinha”. Durante as 14 faixas do disco, ela experimenta com novos elementos na produção, camadas de voz, melodias e letras, que condizem com a narrativa e clima “creepy”, que ela deseja passar com o conceito do álbum. Ao mesmo tempo que as letras tenham muita construção de um certo ambiente e personagem, elas não deixam de serem pessoais e uma retratação direta da cantora.
O disco tem como gênero predominante o pop, mas que se mistura com influências do trap, hip-hop e eletrônica. Outro detalhe marcante desse disco é a presença muito forte de sintetizadores graves e principalmente do baixo. Uma recomendação: ouça o álbum com fones de ouvido para pegar todos os detalhes e sentir muito bem o baixo nas músicas. É uma experiência incrível!
DESTAQUES DO ÁLBUM
Bad Guy
Abrindo o disco, ‘Bad Guy’ tem uma sonoridade bem diferente dos trabalhos anteriores da cantora. A música tem um instrumental eletrônico e com a base bem grave. Por isso, é a faixa mais pop e dançante do disco. Ela conta com várias camadas e distorções de voz em momentos chave, que combinam com a letra divertida e creepy. Outro ponto que me surpreendeu bastante, foi a mudança total de ritmo que acontece nas partes finais da música, indo para uma produção trap, o que deixa a base grave em evidência.
Wish you were gay
Essa é uma música já conhecida pelos fãs, e que é uma baladinha no violão. No decorrer da faixa, ela ganha uma produção mais trap, misturada com violão, algo bem característico de seu repertório. A letra é inteligente e basicamente fala sobre como a Billie está de coração partido por uma pessoa que não liga para ela. Por ser muito orgulhosa, ela fala que preferiria que ele fosse gay, em vez de perceber que ele simplesmente não gosta dela. O refrão é uma delícia e realmente gruda na sua cabeça!
Bury a friend
Mais uma que o público já conhecia, lembro que ao ser lançada percebi que era algo totalmente diferente de seus trabalhos e me impressionou demais. É uma música sombria, e que experimenta com muitos efeitos na voz, deixando-a bem grave. Tudo isso combina com a letra e produção cheia de detalhes, que proporciona uma experiência aterrorizante a música. Sem falar no clipe que é totalmente apavorante! Sinceramente uma das músicas mais geniais e criativas que já escutei nesses últimos anos.
Listen before i go
Acredito que é a música mais emocional e pesada de toda a sua carreira. A letra fala abertamente de como seria deixar o mundo e as pessoas que ela ama. Todo esse clima é acompanhado por uma balada com piano que deixa tudo muito melancólico.
I love you
Ainda com uma atmosfera similar à música anterior, nessa penúltima faixa do álbum, Billie traz uma letra totalmente sentimental. Ela fala sobre um relacionamento que não dá certo, e com uma letra descritiva, relembra de todos os mínimos detalhes e sentimentos do casal. É muito tocante, então é melhor escutar já com um lencinho pra enxugar as lágrimas!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sendo assim, Billie Elisih conseguiu criar um álbum que “sai da caixinha” e arrisca fazendo experimentações em sua produção, sem perder a identidade dela. É um som que você não encontra igual e que em vários momentos me peguei pensando “caramba, ninguém atualmente da indústria tá fazendo isso!”. Com certeza é um dos maiores nomes da indústria musical atual. Para quem ainda não conhece a fundo sua carreira, essa é uma ótima porta de entrada para entender tudo sobre essa artista prodígio, de apenas 17 anos. É uma álbum memorável, e que com certeza vai entrar no topo da lista dos melhores discos de 2019. Ouça e entre no misterioso e criativo mundo de Billie Eilish, em “WHEN WE ALL FALL ASLEEP, WHERE DO WE GO?”
Nota: 10/10