Na última semana, o Tracklist conversou com o duo de música eletrônica Justice. Com o lançamento do novo trabalho “Woman”, Gaspard Augé and Xavier de Rosnay se mostram prontos para continuar com a música boa sem se render a clichês em busca de hits – o último álbum dos franceses foi “Audio, Video, Disco”, de 2011. Eles ainda compartilham um pouco sobre o feminismo e a visão que tem do Brasil.
Confira a entrevista realizada por Rodrigo Leibel:
O álbum “Woman” finalmente foi lançado. Como estão se sentindo?
Estamos muito, muito felizes. Terminamos a gravação há seis messes. É muito difícil ter que esperar, mas, durante esse tempo, temos nos preparado para tudo que vai acontecer com o álbum.
Vocês vão fazer muita divulgação e entrevistas. Estão preparados para ter que responder a mesma pergunta milhões de vezes? Quais são as que vocês já não aguentam?
Com toda certeza! Quase em toda entrevista temos que responder como nós nos conhecemos e como decidimos formar o Justice, e também temos respondido bastante sobre o que estávamos fazendo nesses últimos cinco anos. É pouco cansativo falar a mesma coisa sempre, mas, de qualquer forma, entendemos o lado dos jornalistas. Mesmo cansados, respondemos com naturalidade.
O nome do álbum é “Woman” (“mulher” em inglês). O que conecta a música de vocês com esse título?
Queríamos fazer uma afirmação poderosa de feminilidade. “Mulher” é uma palavra muito bonita. As mulheres são símbolo de criação da vida e de tantas coisas. Existem muitas mulheres que nos inspiram em nossas vidas.
Então esse álbum é feminista?
Nossas músicas têm empoderamento. Nós apoiamos o feminismo e a nossa música tem a ver com fazer as pessoas sentirem algo, que as toque de alguma forma ou as façam dançar, que mexa com elas.
Que tipo de som ou música inspirou vocês?
Sempre escutamos as mesmas coisas, são 10 anos com o mesmo estilo de música. Às vezes, aparece uma coisa ou outra nova, mas no geral o gosto é o mesmo.
A música eletrônica tem se estabelecido cada vez mais no mainstream e ditando tendências, como a colaboração de grandes nomes da música pop com DJs e bandas eletrônicas. Vocês não parecem se importar ou seguir tendências. Fariam colaborações com artistas pop?
Não fazemos nada porque alguém é famoso ou é uma tendência do momento. Nós trabalhamos no que acreditamos e se nós nos juntássemos com um grande nome, poderia ser algo forçado demais para conseguir um hit. Não seria natural, trabalhamos no que acreditamos.
E quando vocês vem ao Brasil? Os fãs estão esperando!
Amamos o Brasil! Temos vários amigos em São Paulo e queremos visitar o país em breve. Infelizmente, não temos uma data fechada para isso acontecer.