Tico Santta Cruz, vocalista do Detonautas, está prestes a embarcar em uma nova aventura musical com a banda, levando a energia e o rock brasileiro para fora do país. Após um período de sucesso consolidado no Brasil, o grupo se prepara para uma turnê na Europa e uma volta especial ao Rock in Rio – nesta edição, eles se apresentam ao lado de Capital Inicial, NX Zero, Pitty, Rogério Flausino e Toni Garrido no dia 21 de setembro, o Dia Brasil.
Em entrevista ao Tracklist, Tico compartilha suas expectativas para a turnê e os preparativos para o retorno ao festival.
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Tico Santta Cruz comenta objetivo de turnê na Europa
A turnê europeia do Detonautas marca um momento significativo na carreira da banda. Tico Santta Cruz comenta sobre o objetivo principal da turnê: “Na verdade, estamos indo para fazer shows em locais onde bandas brasileiras costumam se apresentar, o que é bem legal, pois nos permite entrar em contato com o nosso público que mora fora do Brasil há algum tempo. Pessoas que têm saudades e querem reviver coisas do nosso país”.
Em Dublin, o entusiasmo é palpável, com os ingressos esgotados há semanas. A experiência promete ser especial não apenas para os brasileiros na Europa, mas também para os locais que demonstraram interesse pelo rock brasileiro.
A dualidade das turnês: “Elétrico” e acústica
O Detonautas está em turnê com dois formatos distintos: a turnê “Elétrico”, que leva esse nome por ser literalmente mais elétrica, e a acústica, celebrando os 20 anos do primeiro álbum – uma festa que foi adiada pela pandemia e está sendo comemorada agora em grande estilo.
A turnê acústica, que mistura clássicos e novas canções em um ambiente mais intimista, tem sido um sucesso em teatros e festivais como o João Rock, com a maioria dos shows esgotados. “O Detonautas funciona muito bem no formato acústico, como já ficou claro quando lançamos o acústico em 2010, que talvez seja o disco mais ouvido da banda nas plataformas digitais,” comenta Tico antes de destacar que as duas turnês são complementares e oferecem experiências únicas para os fãs. “Você pode assistir ao ‘Elétrico’ na quinta e ao ‘Acústico’ no domingo, tendo duas experiências diferentes”, pontua.
Preparativos para o Rock in Rio 2024: nostalgia e expectativas
O Rock in Rio sempre teve um lugar especial na história da banda. Tico recorda suas experiências passadas no festival e a emoção de retornar após quatro edições nos palcos. “Minha história particular com o Rock in Rio é muito curiosa. Em 1991, fui e assisti ao Guns N’ Roses, Faith No More e Sepultura e marcaram a minha vida. Naquela época, lembro que pensei: ‘Um dia ainda vou tocar nesse festival'”, relembra.
O sonho se tornou realidade. “Em 2001, quando o Detonautas já era uma banda, queríamos muito tocar no festival, mas não tínhamos maturidade nem carreira para isso. Mas em 2011, tocamos no Palco Mundo, no dia do Guns N’ Roses, o que foi uma coincidência que me deixou muito feliz. Em 2013, fizemos no Sunset um tributo ao Raul Seixas, que foi lindíssimo. Em 2019, voltamos ao Rock in Rio, onde tocamos com o Pavilhão 9. Agora, em 2024, estamos retornando para a celebração do dia 21, o Dia do Brasil no Palco Mundo, fazendo um show com várias bandas brasileiras”.
Quando questionado sobre possíveis colaborações e interações com os colegas de palco no Rock in Rio, Tico expressa entusiasmo: “Acho que todos os artistas que estarão no palco são pessoas com quem temos uma relação muito bacana. Claro que temos uma aproximação maior com alguns, como o Di Ferrero do NX Zero. O Capital Inicial também é uma banda com quem temos uma relação excelente, assim como o Rogério Flausino e o Toni Garrido, que também estarão lá. A Pitty é uma artista com quem não temos tanta proximidade, mas admiramos muito o trabalho dela”, comenta.
O vocalista também aproveita o momento para falar sobre comentários negativos que aconteceram após o anúncio do Dia Brasil. “Tenho visto muitos comentários nas redes sociais do Rock in Rio criticando o Dia Brasil de forma pejorativa. É curioso, porque em festivais como Coachella e Lollapalooza, você não vê os europeus ou americanos reclamando de um dia só com artistas internacionais. Compreendo que o Brasil tem uma cultura diferente e o festival tem a tradição de trazer grandes nomes internacionais, mas essa celebração do Dia Brasil é muito importante”.
Tico também revela seu interesse em outros shows do festival. “Na verdade, sempre que estou no Rock in Rio, assisto à programação inteira. Este ano, com a turnê do Detonautas, não vou estar presente em todos os dias, só no dia 21 e 22. Minha filha de 16 anos está super empolgada para assistir ao Travis Scott e aos artistas do trap, que são da geração dela e que eu também acho que têm um espaço importante no festival.”