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Entrevista: Morcegula fala sobre seu primeiro álbum, “Dia das Bruxas” e mais

Atualmente, o duo promove o álbum através de uma turnê

morcegula
Foto: Olive

O Morcegula é um duo formado pelo casal Rebeca Li, de Uberlândia, que canta e toca bateria em pé, sem pratos; e por Henrique Badke, do Rio de Janeiro, que toca guitarra, canta e compõe. Em janeiro, eles lançaram seu primeiro álbum de estúdio, intitulado “Dia das Bruxas”.

Recentemente, a banda está na estrada para promover o projeto, que foi produzido por Davi Pacote. Com 11 faixas no total, o trabalho traz músicas como a que dá nome à banda; “Chicletes no Bolso”; “Morcegula Boogie Blood”; “Fica” e “Ferro Velho”, que ganhou um videoclipe.

Em entrevista recente ao Tracklist, a dupla falou sobre seu primeiro disco, os recentes shows e mais. Confira abaixo!

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Entrevista: Morcegula

Recentemente, vocês lançaram o primeiro álbum de estúdio do duo, chamado “Dia das Bruxas”. Como vocês descreveriam esse trabalho?

Badke: “‘Dia das Bruxas’ materializa a vontade genuína de fazer música de um Duo Casal Interestadual que, mesmo separado por 17 horas de viagem, faz tudo acontecer! Nós dois nos formamos no ‘Rock n´Roll High School’ e trazemos invariavelmente o gosto pelo desafio de contar boas estórias e fazer músicas em formatos simples. O Morcegula é o encontro de Badke & Beca em torno de melodias grudentas, bases com energia e peso do punk rock, com um tempero especial do  vocal vigoroso e ao mesmo tempo pop da Rebeca. Estórias musicadas que contam e cantam nosso relacionamento, nossa devoção pela música e outras coisitas do além”.

Rebeca: “Vejo o ‘Dia das Bruxas’ como a reunião de tudo que amo num só disco. O Henrique conseguiu compor músicas que traziam exatamente a sonoridade que eu gostaria de tocar, além de que unir bateria e vocal num só projeto é um presente pra mim”.

E como foi o processo de produção das músicas? O que levam como aprendizado desse período?

Badke: “O álbum do Morcegula aparece dentro da continuidade de um trabalho que há algum tempo venho fazendo com o produtor porto-alegrense Davi Pacote. Este é o meu sexto álbum gravado com ele, e não consegui pensar em mais ninguém para nos ajudar no desafio de levar um som de bateria e guitarra, sem baixo, para o estúdio. E a aposta deu super certo. O Pacote nos ajudou a entender melhor como funcionaria a relação do grave de bumbo surdo com guitarras sem perder vigor e sem deixar os agudos ‘cortarem ouvidos’ na audição. O maior aprendizado, no entanto, vem sempre do lado humano. A imersão que fazemos no estúdio, onde dormimos e gravamos, traz sempre a possibilidade de visitar este outro mundo onde a música, a criação, o companheirismo e o real trabalho em equipe ganham a cena”.

Rebeca: “Costumo sempre dizer que o Pacote é o terceiro elemento do nosso Duo. Sem os ajustes e toques dele, com toda certeza, nosso trabalho seria completamente diferente. Ficamos muito felizes com a sonoridade que descobrimos pro Morcegula e com certeza vamos seguir por esse caminho nos próximos álbuns”.

Os dois já possuem uma extensa experiência com a música, que antecede a criação da banda. Como a trajetória de vocês influenciou a sonoridade do duo?

Badke: “Logo depois que decidimos fazer algo, veio a pergunta: ‘mas o que faremos?’ A partir daí, fomos despejando uma série de coisas em cima da mesa: minha devoção por Ramones, a interseção de nossos gostos pela influência de som e imagem da banda Cramps, a influencia de Rita Lee na vida e canto da Rebeca, o gosto dos dois pelo rock básico dos anos 50 e 60 e uma disposição avassaladora dos dois lados para estar no palco e na estrada”.

Rebeca: “Eu acredito que só o que faltava pra eu ter um projeto musical tão a minha cara quanto o Morcegula, era conhecer alguém como o Henrique. Ele é praticamente uma enciclopédia do punk rock e consegue achar, ali nos arquivos mentais, qualquer referência de sonoridade que possa ser descrita com clareza por alguém. Trouxe para ele a minha vontade de fazer música juntos e ele encarou o desafio; contei qual estilo eu gostaria de tocar e ele prontamente trouxe a música Morcegula, que inicialmente era cantada por ele. Mas, à medida que foi percebendo minha vontade de cantar enquanto toco, foi trazendo mais composições pro meu vocal”.

Se pudessem escolher apenas uma faixa para definir o álbum “DIA DAS BRUXAS” para o público, qual seria? E por quê?

Badke: “O álbum tem algumas nuances, mas ficaria com ‘Chicletes no Bolso’. Chicletes no Bolso e uma síntese de riffs clássicos de rock ‘n roll com melodias bonitas, guitarras com peso e um vocal delicioso da Rebeca”.

Rebeca: “Eu tenho quase certeza que minha música preferida é ‘Ferro Velho’, mas me reservo ao direito de mudar. Isso se da porque acho essa música a cara do que pensei em fazer desde o primeiro momento, desde os breques da bateria até o final ralentado que da um tom dramático à música, sem contar na sacada genial da letra, que conta muito sobre nós dois em outras áreas da vida. Para mim, ela resume o que é o Morcegula em essência”.

Recentemente, vocês estão em turnê de divulgação do álbum. Como está sendo essa experiência? E o que o público pode esperar dos próximos eventos?

Badke: ‘”Nossa parte’ queremos em estrada! Colecionar Kms, conhecer e revisitar cidades, amigos, e cantar cantar e cantar! Os shows tem sido divertidos, a troca com bandas e artistas de outras cidades é enriquecedora e seguimos marcamos datas nos próximos meses. Gravaremos um EP em maio, mas seguiremos tocando o show do ‘Dia das Bruxas’ até dezembro”.

Rebeca: “Para mim ainda é um “sonho de rock star” poder estar na estrada com nossa música. Apesar de tocar desde os 9 anos, eu sou uma garota do interior que foi mãe jovem, então vivo agora esse momento como se fosse o mais esperado da minha vida. O que importa agora é viver essa experiência, conhecer novas bandas, fazer amigos, aproveitar o palco ao lado do Henrique e nos divertir contando e cantando nossas estórias por ai. Cada show tem sido mágico, desde os perrengues passados até os aplausos ouvidos, tudo vale a pena, já estou ansiosa pelo próximo show”.

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