Não existe uma semana, desde o início do Big Brother Brasil 22, que não se tenha reclamado da postura de Pedro Scooby. O surfista carioca até ganhou o público nas primeiras semanas do programa, por seu jeito despreocupado e engraçado. Em alguns momentos, ele ainda desperta essa simpatia dos telespectadores. No entanto, suas atitudes em relação a indicações no reality viraram motivo de desgosto para alguns.
Scooby, que foi indicado pelo líder Lucas no último paredão, teve apenas pouco mais de 5% dos votos, o que culminou na eliminação de Vinicius. A partir disso, um sinal de atenção surge: seria mesmo Pedro Scooby um “vilão do entretenimento”?
Dá para entender o motivo de alguns não gostarem dele. Pedro Scooby, que já é naturalmente um personagem desligado e que não leva nada tão a sério, se destoa dos demais, que já criaram certas inimizades e problemas de convivência na casa. Ao que parece, seus problemas são meramente pessoais, resolvidos com uma conversa e vida que segue, “e tá tudo bem”.
Se por um lado há quem diga que ele é anti-jogo (“posso me indicar?”, “não posso me vetar da prova?”), muito dessa atitude, também, pode refletir o receio de prejudicar sua imagem aqui fora (que, entre muitos, já não é boa).
Por esse e tantos outros motivos, Scooby é um “amigo da galera”, e que, para quem está no sofá (aqui, digo as pessoas que só acompanham o programa pela TV, não nas redes sociais), é alguém que causa risadas, e que até merece chegar na final. Mas vamos falar disso mais a diante.
A trajetória de Pedro Scooby dentro e fora da casa
Algumas semanas atrás comentamos aqui no Tracklist sobre a simpatia que Arthur Aguiar, naquela etapa do reality show, havia ganhado do público. A cada dia que passa, o ator conquista uma base maior de admiradores, se tornando até mesmo inviável um paredão que o elimine. Pelo menos até agora.
Pedro Scooby, em determinados aspectos, tem uma história relativamente semelhante a de Aguiar. O surfista, que teve um casamento de quase uma década com Luana Piovani, já foi pauta de muitas matérias nos sites especializados em fofoca de celebridades. Desde o relacionamento com os filhos, problemas de relacionamentos e afins, muito disso causou um impacto ruim na sua imagem para quem o acompanha. Além disso, Scooby também teve um relacionamento, embora muito breve, turbulento com a cantora Anitta, causa de algumas “tretas” pela internet afora.
Ao entrar no BBB22, Pedro Scooby tinha apenas uma missão: tentar recuperar sua imagem. Levando em consideração que o surfe se popularizou recentemente no Brasil com a estreia do esporte nas Olimpíadas, o nome dele e de outros atletas foi motivo de hype – o que agrada, e muito, quem pensa na produção de conteúdo da emissora.
O famigerado “grupo dos meninos”
Um dos pontos que gera discussão, especialmente nas redes sociais, é o famoso “grupo dos meninos”. Formado por Douglas Silva, Paulo André e Pedro Scooby, vez ou outra os camarotes “cooptam” Arthur Aguiar, Gustavo e Lucas. Para o grupo do quarto rival (o enfraquecido Lollipop), cria-se a narrativa de que, muito possivelmente, teremos o primeiro homem a vencer o programa em muitos anos.
No entanto, essa narrativa é um tanto quanto falha quando se olha o contexto geral. Cansamos de falar aqui sobre como o medo do cancelamento, herança do BBB21, prejudicou o elenco. E, para falar sobre Scooby, é importantíssimo ter isso em mente: para ele, a experiência do programa é muito boa, mas não ficaria chateado se saísse.
Desdém pelo programa?
Nesse ponto, especialmente os “pipocas” ficaram indignados com a fala. Afinal, o que parecia era que “tanto faz” estar no programa ou não. Embora Scooby tenha vivido uma história de vida bastante complicada, atualmente, em comparação com outros participantes, sua vida é muito mais estável e confortável.
Chega a ser engraçado dizer que estar no Big Brother é viver pelo dinheiro. Foi-se o tempo em que os personagens se importavam com um milhão e meio de reais. Basta ver o preço de uma “publi” para quem viveu a edição de 2020 e 2021.
Um exemplo claro é Gil do Vigor, que não chegou à final, mas já ganhou mais do que o prêmio prometia. Mas nem todo mundo é o Gil do Vigor. Nem todo mundo tem carisma suficiente para ganhar um investimento tão grande assim, ou carinho do público, na verdade. E muitos deles já entenderam isso.
Conclusão: Poucas opções para o público criar afeto
Particularmente, é inegável que Pedro Scooby parece ser uma pessoa excelente para trocar ideias. Sua experiência de vida, contada por ele mesmo, chega a ser engraçada, e, até onde vimos, ele não é uma pessoa de convivência difícil. É raro tirá-lo do sério, embora isso aconteça (você me diz como não sair do sério com esse elenco, por favor?). Mas é uma fumaça que se dissipa rapidamente.
O BBB22 será lembrado (se for lembrado…) por uma edição em que foi difícil se apegar a alguém. O que, até certo ponto, é muito saudável para nós. Um programa muito intenso, que desperta muitas paixões e muito ódio, torna a experiência do entretenimento em algo pesado, até exaustivo.
Porém, é mais fácil desgostar do que admirar os participantes. Muito provavelmente só entenderemos o motivo numa próxima edição, quando conseguirmos olhar para esse ano sem estarmos com a visão poluída – tal qual fazemos hoje com as edições passadas. O fato é que, hoje, não conseguimos cravar certeza em ninguém do elenco.
Quem ganhar, será por representatividade, não por merecimento do prêmio. Se hoje Pedro Scooby é pouco votado em um paredão, por exemplo, já podemos entender o que ele representa o brasileiro médio: só quer curtir, sem preocupação, sem se comprometer com ninguém. E, analisando o contexto, é algo que não temos na TV (e, falando a verdade, na nossa vida) faz algum tempo.