Sucedendo “Forever Neverland“, de 2018, a cantora dinamarquesa MØ anunciou, em novembro, que lançará o álbum “Motordrome“. Com previsão de estreia para 28 de janeiro, o trabalho será o terceiro disco de estúdio da artista. Em preparação para o lançamento, os singles “Live to Survive“, “Kindness“, “Brad Pitt” e “Goosebumps” já foram disponibilizados nas plataformas digitais.
Em entrevista à NME, MØ contou que decisão do nome “Motordrome” veio depois de uma conversa com sua mãe, em que a cantora desabafou sobre a exaustão de estar trabalhando sem parar desde 2014, ano do debut “Mythologies to Follow“. A artista ligou o ciclo de exaustão que estava vivendo com a palavra dinamarquesa “dødsdrom”, que significa “globo da morte”. Com isso, MØ decidiu sair do “autódromo” (“motordrome” em português) antes que colidisse novamente. A metáfora não só inspirou o título do novo álbum, mas também as letras e sonoridades do trabalho.
Para a cantora, o processo de escrever as faixas que fazem parte do disco foi transformador. “Escrever este álbum foi uma parte muito importante do meu processo de recuperação, de voltar para a Terra, porque eu tive pequenos momentos de claridade. Eu sempre sinto que compor canções é um processo terapêutico e é uma forma de se entender melhor, tirar algumas coisas do peito que você talvez não consiga falar em uma conversa, mas que você consegue falar em uma música”, analisou.
O que esperar de “Motordrome”
A era mais verdadeira da cantora
Ainda em entrevista à NME, MØ admitiu que, no passado, não se sentia no controle da sua carreira. No entanto, o lançamento de “Motordrome” marca o início de uma nova era da cantora, em que ela pode ser sua mais verdadeira versão. “Eu espero ser muito boa em me ouvir e tirar tempo para ouvir o que eu preciso, criar música e fazer coisas que são verdadeiras para mim”, torce. Para a dinamarquesa, o mais importante agora é “realmente tirar tempo para ouvir o que eu realmente quero dizer, mesmo que isso seja uma droga”. “Eu acredito que, mesmo se você comete erros, você tem que garantir que eles são seus próprios erros, não os de outras pessoas”, disse.
Histórias para se conectar
Apesar de “Motordrome” ser um disco bastante pessoal para MØ, os ouvintes poderão se identificar com as composições. “Espero que as pessoas sintam que [o álbum] é genuíno e que existem histórias com as quais elas podem se conectar. Para mim, este álbum representa uma grande mudança na minha vida. Mesmo que eu ainda esteja fazendo o que amo fazer, parece um novo capítulo. Uma era da minha vida acabou e estou entrando em uma nova. Isso é assustador, mas é libertador”, revela a artista.
Dez faixas e algumas músicas já conhecidas
Os singles “Live to Survive”, “Kindness”, “Brad Pitt” e “Goosebumps” fazem parte de uma tracklist de dez faixas. Acompanhando as músicas já lançadas, os ouvintes também terão acesso a “Wheelspin“, “Cool to Cry“, “Youth is Lost“, “New Moon“, “Hip Bones” e “Punches“.
Inspirações por trás dos singles
Em comunicado à imprensa, MØ revelou que o single mais recente, “Goosebumps”, foi a primeira faixa que escreveu intencionalmente para “Motordrome”. “Tanto a música quanto o videoclipe são sobre relembrar quem você é, quem você era e quem você aspira ser. Eu queria que o vídeo contasse a história de sair da prisão que é nossa mente e voltar para a vida real”, explicou a cantora.
Já “Live to Survive”, principal single do disco, foi a forma que a dinamarquesa encontrou de se perdoar. “Havia uma parte de mim que estava me culpando por me deixar viver em um estilo de vida tóxico por muito tempo. Eu precisava escrever uma música para mim mesma me perdoando por isso e dizendo que ficaria tudo bem, nós cometemos erros e tudo bem”, revelou ainda em entrevista à NME.
Por fim, “Kindness” é uma faixa dedicada aos fãs da cantora, escrita durante o lockdown. “Eu escrevi durante o isolamento social, mas foi uma experiência tão positiva, porque foi um daqueles momentos em que eu estava tão grata pelo que eu tenho, pelos meus fãs e pelo suporte que tenho online”, relembrou. “Eu acho que em todos esses anos, quando as coisas estavam indo rápido demais, era raro que eu tivesse um momento para sentar e realmente apreciar o que eu tinha e o que construí. Eu realmente queria escrever uma música sobre isso”, completou.
“New Moon”
Em “New Moon”, faixa que será disponibilizada simultaneamente ao lançamento do disco, MØ desabafa sobre algumas das dificuldades que passou fazendo parte da indústria musical. “A música resume algumas das experiências que eu tive na minha carreira, sobre se sentir invisível ou como se suas palavras não tivessem peso suficiente. Não existem mulheres o suficiente nesta indústria e eu acho que eu as estruturas antigas e as formas de fazer as coisas são o que, ao longo do tempo, fazem você se sentir invisível ou esgotada”, apontou a artista.
“Essa música e essa letra tentam tocar nesse assunto e me libertar do jeito tóxico que eu tenho me deixado ser. Eu acho que muitas vezes na minha carreira eu estive: ‘OK, tanto faz, está bem’ se alguém estivesse sendo desrespeitoso ou algo do tipo, mas não, não está bem. Não é OK e eu levei muito tempo para perceber o quão sério isso é e que eu sou melhor que isso”, complementou.