O cantor R Kelly foi condenado, nesta segunda-feira (27), em um julgamento que o acusava de tráfico sexual. O júri entrou em deliberação na tarde de sexta-feira, e confirmou a decisão hoje, após nove horas de debates. A informação vem do New York Times, que no momento realiza uma cobertura completa do caso.
O estadunidense agora é considerado culpado de extorsão e oito violações de uma lei anti-tráfico sexual, em um julgamento que durou seis semanas. Os promotores expuseram o envolvimento de R Kelly em um esquema de abuso e tortura, com evidências que datam desde 1991.
Também foram ouvidas um número próximo a 50 testemunhas, envolvendo nove mulheres e dois homens que o acusaram de abuso e outras condutas impróprias. Além disso, oito de seus ex-funcionários testemunharam contra ele.
A defesa do cantor tentou argumentar que todas as atividades sexuais envolvendo R Kelly e os acusadores foram consensuais, e que os outros relatos não eram reais. Seus advogados também tentaram caracterizá-lo como um parceiro altruísta, que tratava as mulheres ao seu redor como sua família.
No entanto, os sete homens e cinco mulheres que compunham o júri no tribunal federal no Brooklyn acabaram por considerá-lo culpado de todas as acusações.
Agora condenado, R Kelly já enfrentou outras acusações
O cantor, que já dominou a cena de R&B dos Estados Unidos nos anos 90, possui um extenso histórico de controvérsias que levaram à queda de sua carreira musical.
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Em 1994, por exemplo, surgiram rumores de que ele havia se casado com Aaliyah, quando a cantora tinha apenas 15 anos. No ano passado, esse caso voltou à tona, já que uma das testemunhas do caso afirmou que Kelly se casou rapidamente e em segredo com a artista, para evitar que ela o acusasse de abuso sexual.
Já em 2002, ele foi indiciado por mais de 20 acusações de pornografia infantil, depois de um vídeo do cantor com uma adolescente foi espalhado pela internet.
Em 2017, a campanha #MuteRKelly foi criada, seguindo a viralização do movimento #MeToo, que luta e expõe casos de assédio e agressão sexual. Uma das criadoras da campanha contra R Kelly, Oronike Odeleye, afirmou: “Alguém tinha que defender as mulheres negras. E, se eu não fizesse minha parte – não importa o quão pequena seja –, eu não poderia continuar reclamando. É hora de acabarmos com a carreira desse homem”.