Há tempos, Rico Dalasam tem sido uma das vozes mais importantes na democratização da cultura hip-hop. Com pouco mais de cinco anos de carreira, o cantor se tornou um dos precursores do queer rap no Brasil e, assim, tem reivindicando um espaço para o público LGBT também compartilhar suas próprias vivências em um meio historicamente recluso quanto à sexualidade.
Nascido em Taboão da Serra, Dalasam percorreu altos e baixos ao longo de sua curta trajetória até aqui, em meio a reinvenções musicais e disputas judiciais pelo direito de suas canções — o que levou à exclusão do videoclipe de “Todo Dia”, sucesso de Pabllo Vittar pelo qual foi à Justiça pelos direitos autorais por sua composição. “Depois de 2017, era muito fácil eu ter sumido, ter que trabalhar de outra coisa”, afirmou, em alusão às críticas criadas em torno de sua imagem na época pelos fãs da cantora. “E agora sei lá, tamo aí no Palco Ultra, trabalhando, entretendo gente, ganhando dinheiro, pagando equipe com arte, com música, com poema confessional”.
Anos depois, o cantor está entre as atrações principais do Palco Ultra, festival de Belo Horizonte que receberá uma edição virtual voltada à cultura hip-hop nos dias 30 e 31 de julho, a partir de 20h. “Eu preciso encontrar de novo o meu corpo, porque a gente vem de um período enorme de prática de ausência, e ainda apresentando coisas que eu não tinha apresentado no palco”, disse sobre a experiência.
Com seu novo álbum de estúdio, “Dolores Dala Guardião do Alívio”, o cantor versa sobre o alívio após a dor em um dos melhores trabalhos nacionais do ano até aqui. O Palco Ultra receberá uma das primeiras apresentações do paulista com o repertório do disco, lançado em março.
Em entrevista ao Tracklist, o cantor conversou sobre o festival, os detalhes por trás de seu último trabalho e como está vivendo a melhor fase de sua carreira. “Presente ou ausente, tô sempre trabalhando nisso. As pessoas não tão me vendo, eu posso tá trabalhando mais. Se tão me vendo, é porque eu trabalhei muito e agora eu tô mostrando o que eu fiz”, declarou.
Leia a entrevista com Rico Dalasam na íntegra:
TRACKLIST: Fala, Rico! Tudo bem? É um prazer imenso estar conversando contigo! Nas suas redes sociais, você tem postado sobre os vinis do “Dolores Dala Guardião do Alívio”, que já ficou marcado pra muita gente como um dos grandes álbuns desse ano até aqui. Como você tem recebido o afeto e a repercussão do público com o disco nos últimos meses?
RICO: Hoje eu chorei com o disco! Ele me emociona muito, porque no fim das contas ele é um jeito de eu, enquanto poeta, organizar traumas e situações, né? Muitas delas vividas de fato. E aí, ele entra de encontro com as pessoas — porque você faz aqui, joga pra galera, a galera devolve, igual palco, né? E do nosso jeito: sem grandes orçamentos, sem grandes obras audiovisuais; com música, poema, o mínimo de rede social, tudo muito na contramão do que é praticado nesse instante pra artista da mesma seara que eu. Só que ele tá batendo aí, tá encontrando as pessoas, alcançando as pessoas, furando algumas cercas e algumas bolhas, porque eu tô, sobretudo, falando sobre humanizar as relações, se humanizar e sobre o afeto de um corpo específico, que é o do homem negro.
TRACKLIST: Você é um artista que diz estar sempre escrevendo alguma coisa, seja no formato de disco ou de poema. Como tem sido compor e gravar, inclusive com o disco, durante esse último um ano e meio de isolamento?
RICO: O disco é uma derivação do EP, que a gente fez antes, mas o disco foi durante a pandemia, e as coisas que faltavam foram tudo eu e o Dinho, trancados, fazendo. E aí o disco veio, mas a perspectiva que a gente tinha não era de que alguns conceitos do disco se cruzassem com coisas que a gente tá vivendo nesse momento, né? A gente tá falando de alívio por questões pessoais, pelo caminho aí que as pessoas assistiram eu vir, de 2017, 2018, 2019, entende? E essa é só parte da história, né? A história tem a sua sequência ainda. Eu prometi pro pessoal, pro público, que essa era a última vez que eu ia procurar um jeito bonito de falar sobre minhas tristezas e meus traumas, tá ligado? Eu quero me dar alta disso e falar de outras coisas, de amor, sei lá.
TRACKLIST: O Palco Ultra acontece nesse fim de semana, e pra muitos vai ser a primeira oportunidade de ver algumas músicas do disco sendo apresentadas ao vivo. O que a gente pode esperar do repertório de Rico Dalasam no Palco Ultra?
RICO: A gente esquematizou o que seria um experimento desse show, né? Quando as coisas voltarem, ainda que seja uma turnê curta, porque a gente tem outras coisas vindo aí já, eu quero fazer o lançamento do “DDGA” como eu imaginei, que infelizmente não é o formato que a gente tem conseguido levar pras lives que a gente vem fazendo. Mas a gente conseguiu dar o tom ali do que é essa narrativa, que é, na verdade, a trilha sonora de uma obra literária, né? E perpassa pelas baladas do “DDGA”, pelas coisas jamais dançantes, só que tristes, eu mesclo com algumas coisas. Tem os medleys que a gente já vinha fazendo durante a pandemia nas lives de Instagram mesmo, onde “Supstah” encontra “Medo Bobo”, onde eu faço um arrocha internacional, que cruza ali a Mary J. Blige com o Bell Biv De Voe, só que num ritmo de arrocha internacional, o Pixote… Tem as músicas do “DDGA”, mas tem esses outros encontros que, na verdade, são traços culturais do meu ponto de partida — tô falando de onde eu venho, Taboão da Serra, e lá o Pixote toca, o arrocha internacional toca, o “Medo Bobo”, que é do sertanejo, toca. Eu tô falando do lugar de onde eu passo, de onde essa história acontece, né?
TRACKLIST: Depois de tanto tempo afastado dos shows presenciais, como tem sido pra você lidar com essa distância dos palcos e se apresentar sem público durante os últimos meses?
RICO: Eu sou um cara que se adapta assim, eu tenho uma coisa de adaptação que funciona. Quando voltar, pra mim vai ser começar a fazer outra coisa, entendeu? Acho que a gente nunca mais vai ser a mesma coisa, e não tô falando da pandemia. A prática de ausência, na arte, move mais do que qualquer curva que você faça na sua arte — seja mudança de conceito, mudança de ritmo, mudança estética, mudança de narrativa, mudança do que for. A prática de ausência é talvez uma das coisas mais potentes, e nesse caso, todo mundo ou grande parte foi obrigado a viver a prática de ausência, e quem tomou pra si isso como algo pra se reavaliar, reorganizar, pra rever o seu processo e o desenvolvimento da sua arte, certamente, quando voltar, não será o mesmo.
Eu certamente, quando for pro palco de novo, eu vou precisar de novo fazer os meus exercícios, descobrir, movimentar, a passagem de som vai ser certamente a loucura da primeira vez. Eu preciso encontrar de novo o meu corpo, porque a gente vem de um período enorme de prática de ausência, e ainda apresentando coisas que eu não tinha apresentado no palco. Isso tudo vai, certamente, se chocar e eu vou precisar de novo encontrar esse corpo, de palco do “DDGA”… Ver se bate, né? Porque você faz o disco, mas às vezes no show, você precisa dobrar a guitarra, você precisa trocar os bumbos por bumbos mais potentes, você precisa tirar o grave de uma coisa e deixar ela mais acústica pra que ela toque o coração das pessoas, pra que a energia do que tá sendo cantado tenha a ver com o instrumental. Enfim, essas coisas, a gente vai precisar experimentar, entende?
Espero muito que, antes de um palco enorme, a gente consiga fazer nos experimentos da forma que a gente gosta de fazer, né? Financeiramente não é bom, mas eu amo shows que eu consigo encontrar pessoas que tão ali só pra me ver. E acaba sendo numa casa média, com um público menor do que num grande festival, onde as pessoas tão ali pra ver um monte de gente, e aí você tá ali sendo muito mais analisado do que de fato vivendo sua experiência — seja você o primeiro a tocar, seja você o headliner, tá ligado? Você nunca tá ali só pela sua galera, você tá ali pela verve toda, né?
TRACKLIST: Esse ano, o Palco Ultra recebe uma edição especial de hip-hop, com, além de você, artistas como o Emicida, a Drik Barbosa, a Tássia Reis, a Larissa Luz, entre vários outros. A música rap e a cultura hip-hop tem ocupado espaços cada vez maiores na mídia e alcançado cada vez mais pessoas, e você foi um dos nomes que mais colaboraram pra esse crescimento, especialmente entre os LGBTs e na cena queer. Como um dos artistas que surgiu nesse meio, como você enxerga o atual panorama do rap na música nacional e até onde você acredita que ele possa e deva ir?
RICO: Em muitos casos, a gente reproduz, verossímil, com verdade, o que se faz no norte da América. Em outros casos, existe uma busca por entender o que é esse rap feito no Brasil, em língua portuguesa — diferente dos outros países que falam língua portuguesa, do jeito brasileiro. Que são linguagens muito específicas, raras e muito mágicas, que é o que a gente vê no Luiz Lins, que a gente vê na Flora Matos, que a gente vê no Don L… É o jeito brasileiro de se fazer rap. Não dá pro Eminem fazer aquilo, não dá pro Busta Rhymes, não dá pro Common, não dá pro Kendrick Lamar, não dá. E tem outras coisas que são a versão brasileira de algo, o que também é extremamente legítimo.
E aí, nessa altura do campeonato, o rap já é milhões de coisas, inúmeras coisas. Seja o acústico, seja o trap, seja a galera do boombap que preserva isso, seja as pessoas que têm isso muito mais como uma iniciativa de cultura, às vezes um polo cultural do seu bairro ou da sua cidade, que fomenta aquilo, tem o rap como instrumento de educação, entendeu? Mil coisas. Até o cruzamento que vai se fazer com outros ritmos em diversas regiões do país. O rap é imenso, e vale muito assistir e fazer parte desse desenvolvimento recente, a cultura hip-hop é recente. E aí no Brasil, sobretudo, é mais recente ainda… O nosso maior grupo de rap tem 30 anos, que é minha idade. Eu estar fazendo isso hoje é, sem dúvida, uma das primeiras safras da história da coisa ainda.
TRACKLIST: Voltando a falar sobre o “Dolores Dala Guardião do Alívio”, ele é um disco que, desde o início, se concentra em torno do alívio e da afetividade, ao mesmo tempo que também debate sobre muitos temas relacionados à dor e sobre aqueles que perderam o direito de sentir esse afeto. Gostaria que você comentasse um pouco sobre como foi desenvolver a narrativa do álbum e amarrar esses assuntos ao longo das faixas.
RICO: Eu acho que tudo me foi dado, foi chegando, né? Pra entender o “Dolores Dala”, a gente precisa entender muito o antes, tá ligado? A gente vinha de um momento difícil, de quando você joga duro com quem joga sujo, a cobrança vem e você precisa lidar com aquilo. Isso te abate, você precisa de calma, reorganizar o jogo todo. Você precisa da prática de ausência pra se reorganizar, pra descansar inclusive a sua imagem, pra descansar um monte de coisa. A gente vem disso. Isso, inevitavelmente, descapitaliza a gente. Tudo pela braveza de não morrer no silêncio, né? Com isso, a gente jogou fora todos os códigos anteriores, vamos pensar que de lá pra cá, só tinha o “Balanga Raba”, que era outra código, outra estrutura, outra narrativa — que é o código usado até hoje ainda e reproduzido por todos os artistas LGBTs da cultura hip-hop. Eles são códigos que tão lá: “Orgunga”, “Modo Diverso” e “Balanga Raba”. Aquilo ali, sem dúvida alguma, é a cartilha de se fazer rap no Brasil a partir de uma narrativa periférica, LGBT e não branca. E aí agora, eram outros códigos pra continuar contando histórias.
A gente ficou dois anos procurando e não achando nada, e enquanto isso, fazendo outro disco, que é outra história. E aí veio o “Braille”, e aí no “Braille” a gente falou “epa, achamos aqui um caminho!”. E aí, a partir do “Braille”, veio “Mudou Como?”, veio “Vividir”… Aí, depois, veio a segunda safra de músicas que formou o disco, que era “Última Vez”, que era “Estrangeiro”, “Supstah”, “Expresso Sudamericah”… E aí eu falei “poxa, acho que chegamos!”. Tinha várias outras músicas, que talvez deixasse maçante o disco, e a gente não incluiu pro disco não ficar maçante. É um disco curto, só que ele é denso, né? Você ouve ele, parece que você ouve um disco de uma hora e pouco, mas na verdade, você tem meia hora de som no máximo. Só que é denso, as coisas e as histórias são muito densas. E acho que preferi ser assim, e daqui a pouco a gente continua com mais músicas.
O “DDGA” não vai ter fim, essa narrativa, em algum momento, vai transacionar pra outra, mas ela não é tipo “acabou, pum!”. Daqui a pouco, outras histórias… Daqui a pouco, eu vou me abrir pra feats, pra encontrar pessoas nas canções, que é uma coisa que também fez parte desse tempo todo de prática de ausência, né?
TRACKLIST: Você é um artista que começou a se tornar conhecido justamente por esse encontro entre o pop e o rap e atravessou muitas influências até chegar no “DDGA”. Como foi passar por essa transformação artística e o que mais te inspirou nessa caminhada até chegar no disco?
RICO: Eu acho que a arte, a música, elas que escolhem, tá ligado? Elas escolhem, e tem muito a ver com o que você dá. Ao longo do tempo, eu vi que não dava pra eu tá aqui só por causa da grana, por causa dos tênis que eu ia ganhar, por causa das viagens que eu ia fazer. Ou eu tô me dando pra música, ou ela não me devolve nada — e você tem que dar muito pra música te devolver isso aqui, entendeu? Eu não tô falando do clipe, do entretenimento, do look, do cabelo, eu tô falando da música. E eu tenho me dado mais à música e ao poema cada vez mais na minha vida, e talvez por isso a música tenha me contemplado. Depois de 2017, era muito fácil eu ter sumido, ter que trabalhar de outra coisa. E sei lá, tamo aí no Palco Ultra, trabalhando, entretendo gente, ganhando dinheiro, pagando equipe com arte, com música, com poema confessional.
TRACKLIST: Em outras entrevistas, você disse que enxerga o disco como uma fábula, e ele também transmite, de certa forma, uma sensação de experiência cinematográfica, né? Como foi pra você organizar essas histórias ao longo do disco e reunir todas elas nessas músicas?
RICO: Cara, se a gente tivesse dinheiro, sei lá, meio milhão, a gente ia fazer a imagem, tá ligado? E aí, cara, não ia dar, ia ser o bagulho mais impressionante que aconteceu nos últimos tempos na arte contemporânea brasileira! Mas nóis não tem a grana, e aí eu precisei apelar pro poema. Cada palavra foi escolhida a dedo pra que, nas nossas mentes, as imagens fossem muito objetivas… “Me sinto a janela cheia de adesivo”, ou “marreta logo esse peito”, ou “me sentindo estrangeiro”, ou “colhendo flores pra não colher lágrimas”, “no céu de estrelas que o deserto der”, enfim… Tudo, tudo são imagens que eu falei a frase, a imagem se construiu na sua cabeça. E aí, o filme tá aí na sua cabeça, na minha, entendeu? Era o que eu podia fazer com o recurso que eu tinha, não dava pra eu ser vago. Não tem nenhuma música vaga nesse disco. Os interlúdios te ajudam a respirar, é onde não tem música e você pensa a palavra. Isso vai fazer a pessoa respirar, é a água de um filme muito tenso, cheio de camadas de dor, de lágrima. Acho que é isso.
TRACKLIST: Você falou sobre o rap brasileiro ter um código muito próprio, e o “DDGA” também é um exemplo disso. É um disco que tem influência do rap, mas também carrega muito outros estilos. Como foi pra você absorver influências não só da música brasileira, mas também da música sul-americana, ao longo dos seus trabalhos?
RICO: Eu tô me descobrindo como um sul-americano, eu tô me descobrindo como uma pessoa que não é norte-americana. A gente vive o devaneio de acharmos que somos, tá ligado? E, sobretudo, pessoas pretas. O imaginário de possibilidades de vida preta é mais organizado na nossa cabeça, de preto diante do capital, né? Numa perspectiva ocidental, não estamos falando de vida no deserto, África, tribos, nômades, que é uma outra vida, talvez de uma ancestralidade que não era pra eu nunca ter saído. E aí, você vai descobrindo e vai cruzando as coisas, você vê que mil coisas que são feitas no Norte e no Nordeste do país, na Bahia, que é onde chega o negro e ali se desenvolve… Que se cruzam com outros lugares da diáspora, seja aqui no continente americano, seja em Londres, ou na África.
TRACKLIST: Pra encerrar, eu gostaria de perguntar quais são as diferenças que você sente, pessoalmente e artisticamente, entre o Rico Dalasam do início de sua carreira e o Rico Dalasam de hoje?
RICO: As diferenças são bem poucas, essa é a real. Eu continuo traçando as coisas a partir de dualidades — eu comecei lá com fervo e luta, depois veio o “Orgunga”, e enfim, sempre tem dualidades, e agora a dor e o alívio. Eu sempre me norteio por dualiades, e isso desde 2015, desde o “Modo Diverso”. O que acontece é que eu tô experimentado em algumas coisas sobre ser artista independente. Você tá no mercado há cinco anos presente, circulando, tendo alguma relevância dentro do segmento que você se propõe, entregando novos códigos… Entregar código sem videoclipe em 2020, isso é um milagre! Não tem código sem clipe, se pá eu sou o único que tá botando código sem clipe, tá ligado? E fazer essas coisas vão me deixando experimentado, de tempo em tempo…
A gente não flerta e migra pro pop de vez porque, de fato, não é um desejo. A gente sabe a liquidez que é, a plasticidade que vai provocar pra algo que eu tô construindo. Esse lugar do queer rap é um lugar que tá sendo fundado. Se o rap, aqui no Brasil, tem 30 anos, o queer rap existe a partir de Rico Dalasam, mano! São cinco anos, esse lugar tá sendo fundado, quem achar que já foi, que acabou, não foi! E se isso já vira um signo totalmente cooptado pelo pop ou pela publicidade, sei lá o nome que queiram dar, ele pode sumir, entendeu? Ele pode sumir do mapa, ser extinto, porque é manifestação cultural. Manifestação cultural não necessariamente tem a ver com publicidade e com essa perspectiva de pop que a gente tem. É cultura popular, é manifestação cultural, não é por si só um produto de esvaziamento fácil e multiplicação de imagem apenas, entendeu? Não é. É um trabalho, mano, é um trabalho. E eu, presente ou ausente, tô sempre trabalhando nisso. As pessoas não tão me vendo, eu posso tá trabalhando mais. Se tão me vendo, é porque eu trabalhei muito e agora eu tô mostrando o que eu fiz, o que, pra mim, é mais tranquilo.