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O pop voltou a ser punk! Mas será que chega ao Brasil mais uma vez?

Se você, assim como eu, acompanha de perto cada passo da música pop, sabe que nos últimos meses ela tem sido invadida por uma nostálgica tendência: o rock. As suas vertentes, como o pop-punk e o emo, são as novas grandes apostas dos artistas. Se em 2020 a a tendência foi os anos 80, com o synthpop e a disco music, agora em 2021, WILLOW e Olivia Rodrigo mostraram que o público está mais do que pronto para o revival do pop-punk e rock nas paradas, com aquele gostinho do início dos anos 2000. Inclusive, é importante ressaltar que esse revival também tem um nome importante: Travis Barker. O ex-baterista da banda Blink-182, está constantemente trabalhando em parcerias com artistas de grande nome, principalmente do pop, para fazer essa retomada da melhor forma possível. Então, sim… no momento ele anda bem requisitado trazendo esse pop-punk de volta para as paradas! Mas será que a nostalgia do pop-punk no Brasil vai voltar?

A rebeldia, melancolia e curtição no início dos anos 2000 foi embalada por acordes de guitarra e o som pesado das baterias, dessa mistura do rock, punk e emo, com roupas escuras e muita sombra de olho. Mas como bem sabemos, a música nunca é algo heterogêneo, e por isso na época, vários artista usaram dessa sonoridade para flertar com ritmos que vem do pop, sendo ainda mais convidativas para tocar nas rádios. Deu tanto certo e foi bem recebido pelo público mais jovem, que naquela época se você ligava a TV ou rádio a qualquer momento, possivelmente estaria tocando algo do Paramore, Avril Lavigne ou Green Day.

O sucesso na época foi tão grande, que também respingou nas estrelas teens que estavam começando a sua carreira, ali por 2009/2010. Como Demi Lovato, que no primeiro disco “Don’t Forget” mostrou toda a sua veia rock/pop; Miley Cyrus com “Breakout”, o seu primeiro álbum fora da personagem Hannah Montana; Selena Gomez, com “Kiss & Tell”… o que não falta são exemplos de artistas daquela época que seguiram essa mesma tendência.

Por isso, é claro que nas terras tupiniquins não seria diferente. Nesse mesmo período, foi a grande febre de bandas teens que traziam sonoridades e estéticas emo e rock, como Fresno e NX Zero, que tocavam incansavelmente nas rádios e lotavam shows por onde passavam. Assim como também as “bandas coloridas”, como Restart, que traziam sonoridades similares só que com uma estética um pouco mais leve, pop e colorida. Quem aí lembra do hit “Garota Radical”, do Cine?

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Mas será que o pop-punk vai colar no Brasil agora?

Parando para pensar, a tendência que a disco music e os anos 80 teve na música pop internacional ano passado, por algum motivo não decolou na música brasileira. Porém, é bem mais provável que pop-punk e o rock seja mais penetrável no cenário nacional. Com a grande movimentação desse segmento no começo dos anos 2000, muitas dessas bandas ainda estão em atividade e também estão trabalhando com uma nova geração de artistas, até como produtores. É caso, por exemplo, de Lucas Silveira, vocalista da banda Fresno, que até hoje está em atividade, e trabalha também como produtor de músicas para outros artistas.

Até agora Lucas já trabalhou com Tuyo, Priscila Alcântara, Manu Gavassi e muito mais. Com o cenário pop no Brasil cada vez mais latente e se fortalecendo como estilo musical, é ainda mais empolgante pensar nas inúmeras possibilidades que o pop-punk pode se apresentar na música brasileira. Ainda mais com o poder do funk e trap por aqui. Mas quem poderia trazer de volta essa tendência? Seria o Lucas Silveira o nosso Travis Barker? Então seque aqui nas ms minhas apostas!

Glória Groove

Foto: Reprodução

Junto com o grave pesadão de “BONEKINHA”, os acordes de guitarra acompanham toda a produção da música. Além da estética que referencia o estilo punk, seria esse novo trabalho um indício do que podemos esperar do novo álbum de Gloria, o “Lady Leste”?. Pelo menos nesse single, a combinação do funk, trap e rock mostrou que juntos eles conversam muito bem. A energia agressiva casou muito bem com o vozeirão da GG, que só me deixa cada dia mais ansioso para os próximos passos dessa era, viu?

Jão

Foto: Reprodução

Em “Coringa”, single lançado nesse ano, Jão prestou a sua homenagem aos anos 2000, com aquela mistura deliciosa de pop/r&b, bem Destiny’s Child e Justin Timberlake. Mas o que também poderia funcionar nesse no novo disco, que ainda está em produção, é essa vibe mais roqueira. E essa minha aposta ficou ainda mais forte, quando o cantor se encontrou, no final do ano passado, com adivinha quem? Isso mesmo, o Lucas Silveira.

E essa direção musical parece estar ainda mais próxima, porque em “Doce 22”, álbum novo de Luísa Sonza, um dos singles que ainda não foram lançados mas fazem parte da tracklist é a parceria com Jão, chamada “FUGITIVOS :)”. Recentemente a própria Luísa descreveu o single como um “rockzinho” misturado com Sandy & Júnior. Ou seja, a COMBINAÇÃO PERFEITA!

https://twitter.com/multishow/status/1417516249316216840?s=20

DAY

Foto: divulgação

Com o anuncio de “BEM-VINDO AO CLUBE”, o primeiro álbum de DAY, ficou ainda mais claro que a cantora vai embarcar de vez nessa vertente do rock com pop. Dando pistas em seus trabalhos anteriores e em suas referências musicais, DAY afirmou que o projeto vem repleto de músicas pop/punk e pop/rock, que já é perceptível pela própria estética, que remete bastante a moda dos anos 2000. Algo bem Avril Lavigne, né? Além é claro, do seu último single “Finais Mentem”, que introduz toda essa sonoridade mais melancólica e emo. Ah, e adivinha… o disco vai ter uma parceria com Lucas Silveira!

Jup do Bairro

Foto: Felipa Damasco | Cai Ramalho / Divulgação

Em “PELO AMOR DE DEIZE”, do seu disco “CORPO SEM JUÍZO” (2020), já deu pra ter um gostinho do encontro de Jup do Bairro com o rock. A artista já tem toda uma atitude emo junto com a sagacidade das suas composições, e um certo toque de melancolia e rebeldia. Então, toda essa estética anos 2000, de algo ainda mais agressivo e pop, cairia perfeitamente em uma possível nova era de Jup. Ainda mais com a admiração mútua da artista com Pitty, um dos maiores nomes do rock brasileiro até hoje. Inclusive, Pitty anunciou o lançamento de seu próprio selo musical Casulo, e por meio dele pretende lançar uma parceria com Jup. Será que vem aí?

Matuê

Foto: Felipe Vieira/ Divulgação

Um dos nomes mais populares do rap atual, Matuê já tem um estética que relembra um pouco dessa roupagem e estilo emo. A sua sonoridade pode até ser considerada um emo rap, que principalmente lá fora já tem uma cena com artistas que fazem parte dele. Nessa vertente do hip-hop, as composições focam muito mais no psicológico e melancolia, normalmente com batidas que vão para uma lado mais do trap. Um grande desse gênero musical foi o rapper Juice WRLD. Já em “Máquina do Tempo”, último álbum do Matuê, a estética e sonoridade conversam com algo futurista e cyberpunk, só que um pouco mais sombria. Nas músicas, as guitarras melancólicas já estão por lá, junto com as batidas pesadas de trap. Então, quem sabe em um próximo trabalho o cearense não se aprofunde ainda mais no punk e rock. e fortaleça ainda mais essa cena musical especifica aqui no Brasil? A título de curiosidade, o “Máquina do Tempo” tem até hoje a melhor estreia de álbum brasileiro, na plataforma do Spotify Brasil.

Como vimos, as possibilidade com a música brasileira são múltiplas e podem trazer toda uma nova cena musical diferente aos holofotes. Mas e vocês, o que acham? Será que essa tendência vai decolar nos solos brasileiros também?

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