“O que resta de mundo para nós?” Essa é a pergunta que devíamos nos fazer todos os dias antes de propagar atos que tiram um pouco de vida da gente, como demorar muito tempo no banho, jogar lixo especial em qualquer lugar e usar descartáveis. Mas, o que a música tem a ver com isso? Poder de voz e influência para conscientização. Além de seminários e ações para informar, a produção do Green Move Festival conseguiu reunir grandes artistas, nacionais e locais, em prol da sustentabilidade nos dias 7 e 8 de outubro, em Brasília. A nossa equipe acompanhou de perto a apresentação dos clássicos da música nacional: Nando Reis, Paralamas do Sucesso e Skank.
O despertar da consciência começou na divisão do espaço. A entrada era gratuita, porém para ver os artistas um pouco mais de perto, todos tinham a opção de participar das Ações Green e ganhar um adesivo para a Área Consciente, mais próxima do palco. Um incentivo ao voluntariado e a doação, para descarte correto do lixo e reciclagem.
Entretanto, logo no acesso ao festival, depois de enfrentar filas quilométricas, as pessoas eram induzidas a jogar fora suas garrafas de água e mantimentos. Compreensível por se tratar de um evento de grandes proporções, incompreensível por se tratar de um evento sustentável. Dentro da estrutura, estavam fornecendo copos de água gratuitamente, mas que também eram descartáveis e não foram suficientes pra tanta gente.
O sol ainda nem havia se posto e o calor foi intensificado quando Nando & Os Infernais tomaram o palco. “Sei”, “Sou dela”, “N” e “Por Onde Andei” foram só uma amostra do que ainda estava por vir. O Ruivão surpreendeu quando convidou seu filho para cantar junto e provar na frente de uma multidão que “O mundo bão, Sebastião”. Um dos melhores momentos foi dedicado a Cássia Eller, grande artista, amiga e parceira de composições, que marcou a carreira e a vida de Nando. Intercalando entre novas músicas e antigos sucessos, a certeza foi uma só: muito afeto em forma de canção.
Já era noite quando os caras do Paralamas do Sucesso fizeram o público esquecer o atraso e espalharam nostalgia e animação com um repertório de tirar o fôlego. Clássico seguido de clássico. “Óculos”, “Cuide bem do seu amor”, “Melô do Marinho”, “Ela disse adeus”… Músicas que trouxeram uma parte boa do passado para o presente. Afinal, são mais de três décadas de muito som e a capital federal representa o inicio dessa história.
Os mais aguardados pela maioria também não entraram no horário programado, mas transformaram a apresentação em uma comemoração a altura do novo disco Velocia. Com Samuel Rosa, Henrique Portugal, Lelo Zanetti e Haroldo Ferretti, o Skank conquistou a Esplanada dos Ministérios e não teve pra mais ninguém. Foi a prova da reinvenção de uma banda brasileira e mineira que sobrevive firme e forte no cenário musical e continua emplacando hits pelo mundo a fora. É o velho amor, ainda e sempre.
Teve “Te ver”, “Garota Nacional”, “Jackie Tequila”, “Acima do Sol”… Um grande show que não terminou quando chegou ao fim. Mostrando que sempre tem um lugar e uma música diferente depois da saideira, eles ainda voltaram para dar a “Resposta” que o público tanto esperava e mais: um mix de gingado e forró que passou por cima até do cansaço. Quem ficou pra ver saiu dizendo que valeu a pena. E como valeu.
https://youtu.be/AwCHY3JoxvM
O Green Move Festival 2016 acabou, mas deixou bons aprendizados, informações e memórias. Que no próximo ano haja menos lixo no chão, mais formas bem pensadas para concretizar a sustentabilidade, mais responsabilidade, muita música boa como de costume e #TrackBrazuca para acompanhar.