Lançado oficialmente no ano passado, o “333”, quinto álbum de estúdio da cantora americana Tinashe, ganhou uma nova versão nesta semana. Denominado de “333 deluxe”, a versão renovada apresenta quatro faixas inéditas – ‘Something Like a Heartbreak’, ‘HMU For a Good Time’, ‘Woke Up Blessed’ e a lançada como single chefe do relançamento ‘Naturally’.
Com uma capa um pouco mais dark que a anterior, o projeto possui agora ao todo 20 canções e é o segundo disco da carreira da cantora enquanto artista independente após o contrato de sete anos com a RCA Records (Britney Spears, ZAYN, Normani, entre outros).
Avaliado pela crítica como um dos melhores discos da americana, o Tracklist separou alguns pontos cruciais do material.
Confira:
O título “333” significa sinal do divino protetor no número dos anjos. Em entrevista para o grammy, Tinashe afirmou que ter essa proteção divina consigo mesma a ajuda a lembrar do seu propósito com a arte e que guiou a produção do álbum
Tem sido uma jornada para mim sempre lembrar que estou no caminho certo e que estou sempre me movendo em direção ao meu objetivo final. Eu tenho que estar focada nisso ao invés de me prender ao resto, seja em números [streaming] ou competindo por posições nas paradas.
Comentou a artista
Para quem acompanha a Tinashe há mais tempo, está acostumado a vê-la explorando variados gêneros musicais em seus trabalhos, e no 333 não poderia ser diferente. Os dois primeiros singles do disco, ‘Bouncin’ e ‘Pasadena’, apresentam uma cantora mais pop que flerta com sintetizadores e letras mais alegres, até então pouco exploradas pela artista.
A vibe mais R&B também é constantemente mostrada ao longo do projeto, em alguns momentos flerta até com seus dias de mixtape, onde cruzava batidas pop-rap entoadas por seu tom mais baixo e melancólico. Canções como “Angels” e “Last Call” e faixa título do projeto são provas disso.
Focando nas recém lançadas, Nashe abre os trabalhos com a melancólica ‘Something Like a Heartbreak’, onde canta sobre um relacionamento conturbado e suas tentativas de salvá-lo. As coisas ficam ainda mais intensas nas seguintes ‘HMU For a Good Time’ e ‘Naturally’, onde na primeira ela só quer sair e se divertir e na segunda ela só quer que tudo aconteça naturalmente. Ambas bebem da fonte da sua maior inspiração e parceira em “Slumber Party”, Britney Spears. Finalizando o projeto temos a barulhenta ‘Woke Up Blessed’ onde Tinashe agradece por todas as adversidade que passou ao longo da sua jornada e a consolidou na pessoa que é hoje.
Conclusão 333
Assim como canta na última música do disco, ‘Woke Up Blessed’, Tinashe literalmente vive sua melhor fase. Ela agora é livre, independente, e prova que com mesmo todas as adversidades que as grandes gravadoras submetem os artistas de R&B – os constantes atrasos de álbuns, singles forçados, promoções frustrantes – a vida após isso pode ser boa.
“333” em vários momentos soa como um grito de liberdade de uma artista que por muito tempo tentou ser encaixada em padrões e tentativas desesperadas de hits. O disco mescla pop, EDM e o R&B sofisticado de forma suave e ao mesmo tempo confortável. Claro que nem tudo é perfeito no disco, algumas produções soam cansativas, mas é incontestável a busca de Nashe por explorar novos sons e todos os caminhos que sua liberdade criativa a permitir.
Nota: 9,0