“Quando um herói morre, todo mundo quer uma citação”. Essa é a primeira frase que Lorde usa para começar seu depoimento sobre o artista visionário David Bowie, sem deixar de expôr sua crítica pessoal primeiro. “As pessoas já estão me perguntando o que eu penso. É meio egoísta falar de uma pessoa só em um momento como esse, quando o que aconteceu tem a proporção do mundo”.
Em seguida, ela expõe suas impressões do encontro. “Na noite que o conheci eu toquei em um evento de caridade da Vogue com um monte de ‘flores frescas’, em homenagem à Tilda [Swinton]. Eu não tinha nem dezessete anos. A América era totalmente nova pra mim”, conta. “Eu toquei minhas três músicas, tremendo em botas plataforma. Depois, Anna [Wintour] puxou minha mão e disse ‘David quer te conhecer’ e me guiou em meio às pessoas, mesas, velas e copos e conversas altas, e ele estava lá”.
A artista também comentou que foi a única vez que encontrou um ídolo e gostou. “Eu nunca gostei da experiência de encontrar um herói. É uma merda, a pressão é muito grande, você não consegue aproveitar. David foi diferente. Eu nunca vou esquecer dele acariciando minhas mãos enquanto conversávamos, ou da luz dos seus olhos”.
De acordo com Lorde, aquela noite a mudou. “Eu senti uma calmaria crescer, uma certeza. Eu penso sobre esses breves momentos, ele me anunciando a nova vida: um velho anjo alienígena do rock and roll em um perfeito terno cinza. Eu percebi que tudo o que eu fiz ou faria a partir dali, talvez ele estivesse assistindo. Eu percebi que estava orgulhosa do meu lado estranho porque ele estava. E eu sei que nunca vou parar de aprender novas danças”.
“Nada vai mudar o que sentimos em relação a ele. Para o resto de nossas vidas, nós sempre vamos bater no mesmo carro. Obrigada, David Bowie”.
Confira o depoimento completo (em inglês):
When a hero dies, everyone wants a quote. I woke up this morning with a tender head from tears and that big red cup of…
Publicado por Lorde em Segunda, 11 de janeiro de 2016