in ,

Entrevista: Wina fala sobre seu novo EP, “Overplugged”

Lançamento já está disponível em todas as plataformas digitais

Foto: Alan Silva

Um dos nomes em ascensão no metal brasileiro, Wina – cantora conhecida por sua participação no The Voice – inaugura uma nova fase com o EP “Overplugged”, lançado em janeiro deste ano. Em entrevista ao Tracklist, Wina conta mais sobre esse trabalho, que reinventa e reúne os cinco principais singles da sua discografia e apresenta o conceito que dá nome ao EP: o ato de maximizar uma produção, ao contrário do já conhecido “unplugged”. Leia mais a seguir!

Entrevista com Wina

Tracklist: Como surgiu a ideia de reinventar singles antigos, com o lançamento do “Overplugged”?
Wina: A ideia inicial era trazer esses meus singles mais escutados para a setlist do show. As versões novas acabaram ganhando letras estendidas e produções mais complexas com essa cara de metal moderno, que é a fase que estou na carreira agora. A resposta da galera nos shows foi muito boa, e percebi logo a necessidade de compilar essas cinco músicas em um EP comemorativo, com todas as versões “OVERPLUGGED”. Tenho um carinho muito grande por cada uma dessas composições  e acho que conseguimos extrair ainda mais da essência e interpretação de cada uma. 

Quais os maiores desafios e aprendizados ao regravar os singles escolhidos?
Desafiei-me muito vocalmente nas regravações. Me propus a alcançar notas muito mais altas para trazer mais peso nos refrōes, e screamos e drives que nunca tinha gravado antes. Foi muito divertido. A troca artística na hora de refazer a produção de cada track foi muito enriquecedora. Repensar cada um dos instrumentos e timbres com cada um dos membros da minha banda foi essencial para esse remasterizado de respeito. Foi tudo regravado e muitos elementos foram acrescentados.

Como foi a escolha e o convite das parcerias para o novo EP?
Os dois feats que escolhi para esse EP são bandas paulistanas e independentes que admiro muito. São as colaborações perfeitas para somar comigo artisticamente nessa fase. “SCREAMING”, a segunda track do EP, tem uma vibe divertida. Quando estávamos finalizando, percebi que estava faltando alguém pra dividir esses vocais comigo e trazer a energia que a música pedia. 

Imediatamente pensei nos vocais da Dani Buarque da The Mönic. Primeiro porque a música é sobre o grito de força de mulheres, e ninguém melhor que ela pra berrar comigo (risos). E também por conta da energia que a The Mönic tem como banda. Ela aceitou na hora. 

AFTER MIDNIGHT” foi a última música que gravamos, e nos 45 do segundo tempo percebi que faltava alguém para dialogar comigo na interpretação. Afinal, é uma música sobre uma relação obsessiva. Um diálogo entre um casal. A EMMERCIA já é uma banda que estava no meu radar para fazer um convite, e eles aceitaram na hora também. 

Pode explicar mais como os visualizers das faixas se encaixam no conceito do “Overplugged”?
Todos os visuais de “OVERPLUGGED” foram feitos a partir de uma boneca 3D inspirada em mim, inserida em várias realidades dentro da sua própria consciência. Assim, consigo conectar as histórias e reflexões de cada uma das composições que aconteceram em momentos muito diferentes mas que, ainda assim, partem da mesma pessoa. 

Conheci o artista que fez toda a criação 3D em um momento perfeito, o Johnny D’Avila. Eu já queria criar um multiverso desses singles bem futurista e amei o resultado. Cada um dos visualizers tem uma particularidade e uma memória afetiva pra mim. 

O primeiro, “DAMAGE”, é a representação de toda a ideia do EP, o olhar para si mesmo. Pedi para o Johnny criar o cenário com base nas memórias que eu tenho de estar em um antigo clube aqui no centro de São Paulo. Se chamava Trackers. Era em um prédio histórico e tinha vários ambientes. 

SCREAMING” foi feito de uma perspectiva minimalista em intensa. Com bastante ênfase na expressão da boneca. No grito da mulher. “AFTER MIDNIGHT” é o visual mais bonito. Trouxe referências de cores vampirescas para representar essa relação obsessiva que a música retrata. 

DON’T BE PLUTO” é uma astronauta pós-apocalíptica que para do alto da sua consciência para refletir sobre si e suas relações. “DROWN ME” é uma música intensa. Uma pessoa que implora para ser “afogada” pela irresistível e perigosa relação em que está. 

Li que as canções são um spoiler para o seu futuro álbum, que sai ainda este ano. O que pode nos adiantar?
O próximo álbum inédito vai trazer muito metal moderno, mas com muitos elementos de raízes latinas. Estou muito animada para misturar gêneros, línguas e ritmos nas próximas composições. 

E como sua participação no programa The Voice influenciou sua carreira até aqui?
Estar em um programa de TV musical foi incrível. Amei cada etapa, organizar o repertório que iria trazer em cada fase e os figurinos também. Foi importante para desbloquear meu perfeccionismo excessivo que acabava me bloqueando.