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Entrevista: Papatinho comenta documentário na Amazon, trajetória e mais

Durante a conversa, o artista falou sobre o minidoc “A Evolução dos Beatmakers”, sua história na cena urbana e muito mais

papatinho
Foto: Divulgação

Na última terça-feira (30), a Amazon Music lançou o minidocumentário “A Evolução dos Beatmakers”, estrelado pelo produtor e beatmaker Papatinho. A produção tem duração de 17 minutos, e conta a trajetória do artista e a evolução da cena urbana.

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“É fundamental para o Amazon Music produzir conteúdos que vão muito além da música. O minidocumentário ‘A Evolução dos Beatmakers’ é um excelente exemplo de como podemos contar boas histórias por meio de uma produção audiovisual”, diz Bruno Vieira, head da Amazon Music no Brasil.

Para celebrar o lançamento, Papatinho lançou a faixa “Cifrão”, com participação de L7NNON e Kawe. A música está disponível para streaming exclusivamente na Amazon Music. O minidoc pode ser visto na íntegra através do aplicativo da Amazon e do Youtube.

Recentemente, Papatinho conversou com o Tracklist para contar um pouco mais de sua trajetória, sua participação no documentário “A Evolução dos Beatmakers”, o show da ConeCrew Diretoria no Rock in Rio e mais. Leia abaixo!

Acompanhe a entrevista com Papatinho

O documentário sobre beatmakers vai ser lançado em breve, e ele conta com a sua participação. Além disso, você atua na direção criativa. O que o público pode esperar desse conteúdo?

“Eu fui convidado pela Amazon para fazer um doc da vida de um beatmaker que na verdade se tornou um artista; porque hoje eu sou um artista que faz beats, entendeu? E esse não foi um caminho muito comum, assim. Quando comecei como beatmaker, o produtor musical não tinha tanta relevância como tem hoje. E foi um trabalho de anos para construir essa identidade. Acho que o minidoc trata dessa caminhada para a identidade de hoje do beatmaker, do produtor, e da relevância dele”.

E o documentário vai tratar da sua trajetória na música, não é?

“Exatamente. Desde o zero até o momento de hoje, com tudo isso acontecendo na minha vida. E com tudo isso acontecendo na cena hoje – o espaço que abriu para os beatmakers e produtores do momento, e isso tudo que está acontecendo hoje aí. Vem de uma trajetória que começou lá em 2006”.

Poderia contar um pouco dessa sua trajetória desde o começo?

“Então, eu comecei junto com a ConeCrew [Diretoria], que são meus amigos desde moleque. E eu comecei a fazer beats, comecei a querer fazer as músicas para os moleques; e participar, de alguma forma, junto com eles. Eles queriam letra, rima. A gente participava das batalhas de MCs, a gente ia assistir isso na Lapa, isso em 2006, 2007. E a gente começou a fazer beats. Eu sou autodidata, não fiz cursos nem nada disso. Eu comecei fuçando mesmo. E queria fazer aquilo acontecer, e aconteceu mesmo. A ConeCrew foi um fenômeno na internet, um sucesso que marcou uma geração inteira. E também abriu portas para mim como produtor, para produzir para outros artistas do rap no início da minha carreira, como Marcelo D2 e Gabriel, O Pensador”.

“E o tempo foi passando, e eu consegui também fazer essa transição para o pop, onde comecei a trabalhar com artistas do pop. Hoje eu produzo de tudo. E tenho não só uma carreira como produtor, mas tenho também as minhas músicas, que eu lanço como produtor, mas com o meu nome. Tenho hoje o Baile do Papato, que é um evento meu, shows que eu faço. E tenho o meu selo, Papatunes, que foi uma coisa que contribuiu muito para o meu crescimento. Quando eu completei 10 anos de carreira, em 2016, eu fundei o selo Papatunes, para continuar fazendo o que eu fiz com a ConewCrew, mas com novos artistas: descobrir e apostar em novos talentos, que foi o que eu acabei fazendo e ainda faço até hoje”.

E sempre foi uma meta sua lançar o seu próprio selo?

“No início não, porque eu ainda não tinha experiência e bagagem para isso. Quando eu vi que eu tinha muita coisa para fazer a mais, assim, e eu tinha experiência, tinha vivência, e contatos, eu sabia que eu podia fazer. E foi quando eu fundei a Papatunes, quando eu percebi que estava preparado. Eu me estruturei para isso, também. Eu construí um estúdio, eu tenho uma equipe de vários setores que trabalham juntos – e eu consigo entregar para o artista tudo que ele precisa para caminhar na carreira musical”.

Papatinho, você já produziu para artistas de projeção nacional e internacional. E, falando em carreira internacional, é algo que você quer focar?

“Com certeza. Eu comecei a viajar um pouco antes de fundar a Papatunes, e eu já tava com um sonho grande de sair do Brasil e expandir mais ainda. Eu acho que o produtor não tem limite, não tem barreiras. Porque eu posso parar no Japão amanhã, e estar lá no estúdio com um japonês, produzindo uma música para ele, sabe? [risos] Não tem limite. E isso é o que me empolga mais ainda para isso”.

“Eu já fiz muitas parcerias: conheci Snoop Dogg, conheci Black Eyed Peas, o Will.i.am – vários artistas que eu sempre fui fã e acompanhei viraram parceiros. Assim como aconteceu no Brasil, aconteceu lá fora também. E eu trabalho mandando músicas para artistas dos EUA, México, Argentina, não tem limite de área. Isso é muito legal”.

E sobre projetos futuros, tem algo que você possa adiantar? Novas músicas, colaborações, ou até mesmo a próxima edição do Baile do Papato?

“A gente já está pensando na próxima edição do Baile do Papato! Mas o foco agora é o Rock in Rio, que eu vou me apresentar com um showzão lá, no Palco Sunset [com o ConeCrew]. Tenho que estar preparado, com a cabeça boa, porque falta menos de um mês”.

“Para esse documentário, tem uma música exclusiva, que a gente fez para o documentário, e que está só na Amazon Music. É uma música que já foi lançada, com Papatinho, Kawe e L7NNON, chamada ‘Cifrão’. É meu último lançamento, muito legal também. E tem vários outros projetos que eu vou lançar, que o pessoal tem cobrado muito. Tem uma música com Juliette, L7NNON, Xamã e Welisson – que é o Papasessions, um projeto acústico lá do canal do Papatunes. O pessoal está aguardando bastante. E várias outras coisas. Estou produzindo o álbum do L7NNON novo, também. Tem muita coisa em paralelo”.

Para finalizar, o que o público pode esperar do show no Rock in Rio?

“O show no Rock in Rio vai ser uma coisa muito especial e única, diferente de tudo que a gente já fez. A gente está preparando umas surpresas, coisas que eu nunca nem fiz na vida, e que estamos preparando só para esse show. E eu tenho os ensaios todos marcados para a gente testar tudo isso que eu quero. E o pessoal só vai descobrir lá na hora, e vai ser muito legal! Tenho certeza de que vai dar tudo certo”.

Foto: Divulgação

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