O cantor, compositor, produtor musical e multi instrumentista Jones encontrou na criação artística o seu propósito e registrou essa jornada sonora de autodescobrimento em seu álbum de estreia, intitulado “Só o Começo”. Conhecido por seus trabalhos de produção e composição ao lado de artistas como Alok, Djonga, Lagum, Anavitória e KVSH, Jones conta mais em entrevista ao Tracklist sobre o processo criativo do disco, inspirações, o que o trabalho – que traz uma fusão eclética de estilos musicais – representa e mais.
Entrevista: Jones
Tracklist: O que mais pode nos contar sobre o processo criativo e o lançamento do seu álbum de estreia, “Só o Começo”?
Jones: Foi uma imersão de um ano e meio no estúdio. Abri mão de todos os fins de semana e feriados, festas, amigos, etc. Fiquei apenas focado em gravar e compor. Essa disciplina permitiu que o álbum acontecesse, pois naturalmente há dias que a gente está menos propício a criar, mas todo dia foi importante para descobrir qual caminho seguir na letra, na melodia e na produção.
As músicas são muito trabalhadas e possuem várias camadas de instrumentação e ambientação. Eu queria que quem escutasse pudesse fechar os olhos e se imaginar em algum lugar. Uma das formas de deixar o álbum coeso, mesmo sendo tão eclético, foi utilizar as mesmas técnicas e timbres para essa ambientação em várias faixas. Desde o lançamento eu tenho contado que ele foi feito para ouvir em sequência e as pessoas que tem escutado dessa maneira estão se identificando muito com toda a história. Sempre alguma música diz muito sobre o momento de vida em que elas estão passando e isso é muito legal.
Sendo seu primeiro disco autoral, o que as músicas desse trabalho representam para você?
Representam quem eu sou de verdade hoje. A minha mais profunda forma de ser. Essas músicas são muito sinceras e contam uma história real. Eu digo que se alguém quiser me conhecer, basta escutar o álbum na íntegra. Também representam minha forma de pensar, ser livre para criar. Eu resgatei ideias desde a minha infância até hoje e isso me dá uma sensação de fim de ciclo, para que outro possa começar.
De onde vieram suas principais inspirações para as faixas?
Existia uma vontade latente gigantesca de falar o que eu penso, de mostrar quem eu sou. Esse álbum é uma reconexão com a minha essência e passa por várias fases da minha vida. Tive relacionamentos que, mesmo complicados, foram inspiradores. Vivi sentimentos de desejo, prazer intenso e frustrações, que se tornaram letras e melodias. No fundo eu estou sempre perguntando: “Por que isso está acontecendo?”, questionando qual o propósito de tudo. E essa foi a minha maior inspiração para realizar esse álbum.
Além desse novo lançamento, já pensa nos próximos passos musicais?
O próximo passo é a produção do meu novo show. Mal posso esperar para tocar essas músicas em suas versões ao vivo e me conectar ainda mais com as pessoas. Eu aprendi muito no processo de produção de “Só o Começo” e, por mais que ele tenha acabado de sair, eu estou ansioso para começar a compor e produzir novas músicas e entender a vibe do próximo álbum. Pode ser que saiam alguns singles nesse intervalo, já que vou experimentar muita coisa e ainda tenho muitas ideias boas que não entraram nesse trabalho.