Paris é conhecida como a cidade do amor, mas para Gabriel Gonti esse título pertence a outro lugar: o Rio de Janeiro. Entre encontros e desencontros amorosos, o cantor se inspirou na energia apaixonante da Cidade Maravilhosa para lançar o EP “Tô Pela Cidade”, já disponível nas plataformas digitais. Em entrevista ao Tracklist, Gonti conta sobre suas inspirações e mais detalhes do trabalho.
Além de quatro faixas, o projeto vem acompanhado de quatro produções visuais que contam sobre um casal que vive os altos e baixos de um relacionamento, uma história de amor que se complementa, usando a cidade como cenário. Trata-se de um projeto muito influenciado pela MPB e pelos sons de um Rio de Janeiro mais leve, ensolarado e romântico.
Entrevista: Gabriel Gonti
Tracklist: Como foi o processo de trazer a energia do Rio de Janeiro para seu novo EP, “Tô Pela Cidade”?
Gabriel Gonti: O Rio tem tudo a ver com essas músicas. Nas composições, na energia dos clipes e até na mudança de estilo rítmico. Tem música que tem Bossa Nova, como o violão de “Tô Pela Cidade”, então é bem solar, bem carioca mesmo, para trazer essa energia do Rio e para trazer uma energia boa, bem para cima. Eu acredito que o Rio foi uma grande inspiração para esse EP.
Sobre a produção das faixas, o que mais pode contar sobre suas composições?
A produção foi uma surpresa muito boa! A gente fez uma sessão de composição em São Paulo, coisa que eu nunca tinha feito, a não ser em casa com os meus amigos. Essa sessão foi desafiadora e engrandecedora ao mesmo tempo, com músicos que eu admiro muito e que fizeram parte da composição e produção das músicas, como o pessoal da CANETARIA, o Marco Lima, o Iuri Rio Branco, o Tiê Castro… Foi muito inspirador.
Eu gostei muito do resultado. Foi diferente do que a gente já havia lançado. É um EP diferente, que me tirou de um cenário que eu estava acostumado. Isso é bom e eu gostei de me colocar nesse lugar. A produção foi de muito aprendizado, de muito astral e as composições têm tudo a ver com as coisas que eu vivo. Eu acho que a gente foi chegando em histórias, né? Quando vamos compor junto, um pergunta para o outro ali qual que vai ser a onda que vamos seguir. São histórias que eu gostaria de viver ou histórias que eu até vivi. Tem de tudo um pouco nas composições desse EP.
Depois de tantas parcerias de sucesso, pensa em colaborar com mais artistas para lançamentos futuros? Quais gostaria?
Eu sempre fico muito feliz com essas parcerias. A gente troca um com outro e aprende um com o outro. Tem tantos nomes! A Maria Rita produziu uma música nossa, “Odoyá”, e seria uma honra cantar ao lado dela. Também tem outros grandes artistas que me inspiram muito. As bandas mineiras, como eu, Jota Quest, Skank. O próprio Juliano, que é filho do Samuel Rosa, e nós temos uma composição juntos também. Ao mesmo tempo que eu quero as grandes referências ao meu lado, eu também quero os meus amigos, que estão sempre por perto, trazendo suas identidades e a gente trocando juntos. É massa demais.
E como está sendo a turnê atual e como estão os preparativos para os próximos shows do novo EP?
A turnê está sendo muito legal. Colocar as músicas no show, criar a dinâmica do show, as falas… e a gente vai se descobrindo muito nessa caminhada. Descobrindo o que a gente mais gosta e o que o público mais gosta. Só posso dizer que isso tudo é feito com carinho demais. Muita troca e muita entrega.
Todo mundo que trabalha para fazer isso acontecer tem uma uma rede de pessoas, cada um com a sua força, para chegar até o palco. Então é muito prazeroso. É como se desaguasse no palco todo o trabalho que a gente faz nos bastidores. Isso é primordial para que a gente entregue a melhor energia para desanuviar as coisas difíceis da vida, que a gente sabe como é. Eu sinto que esse é o meu papel enquanto músico e pessoa. O que dá mais prazer é essa troca com a galera.
Você lançou o clipe de “Coração de Neve”, finalizando a série de vídeos lançados com o EP. Qual história você quis contar com esses visuais?
Eu adorei fazer o clipe de “Coração de Neve”. Um clipe que a gente fez andando de bike na floresta da Tijuca, que é um lugar que eu pedalo direto e que tem uma energia surreal, que nos recarrega. Eu uso muito o esporte para me recarregar na natureza, é uma das formas de terapia para mim. O clipe mostra isso. Como se fosse uma desilusão amorosa, que eu estou usando os meus artifícios para esquecer uma pessoa de coração gelado. É uma brincadeira em cima disso, divertida e contemplativa da vida. É isso que esse clipe demonstra. Eu curti muito gravar esse clipe e eu adoro essa música também.
O Pedro Ortega [diretor dos clipes] fez um trabalho muito legal amarrando as histórias, e a Natália Lorran, que contracenou comigo, também foi demais. No último clipe, que é “Coração de Neve”, é como se a gente tivesse terminado, como se ela fosse uma menina de coração gelado. As histórias se interligam umas nas outras, desde o primeiro lançamento, “Primeiro Bom Dia”, depois “Tô Pela Cidade”, “Novela Favorita” e finalizamos com “Coração de Neve”, para encerrar esse ciclo. Fiquei feliz demais com o resultado.