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Entrevista: Fresno fala sobre milésimo show da carreira, novo álbum e mais

A banda lançou, recentemente, o disco “Eu Nunca Fui Embora – PARTE 2”

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Foto: Cred. Camila Cornelsen

A Fresno realiza, na próxima sexta-feira (18), um show muito especial: o milésimo da carreira da banda! O evento acontece no Espaço Unimed, que fica localizado na cidade de São Paulo.

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Além de representar um momento importante na carreira do grupo, o concerto marcará o início de uma nova fase de apresentações. Isso porque o trio lançou, recentemente, a Parte 2 do álbum “Eu Nunca Fui Embora”! Com 7 faixas, o trabalho apresenta músicas como “Se Eu For Com Você”, com NX Zero; “Camadas”, com Chitãozinho & Xororó e “Diga Parte Final”, com Filipe Catto.

Em entrevista recente ao Tracklist, a Fresno (formada por Lucas Silveira, Gustavo Mantovani e Thiago Guerra) falou sobre o milésimo show da banda, a produção do novo disco e mais. Confira abaixo!

Entrevista: Fresno comenta milésimo show da banda, novo álbum e mais

A Fresno está prestes a alcançar um marco muito significativo: o milésimo show da carreira! E esse evento vai acontecer já na próxima semana, no Espaço Unimed. Queria saber a importância desse show para vocês, e o que está se passando na cabeça de vocês em um momento como esse.

Vavo: “É muito doido, porque 1000 shows é muita coisa, né. Se tu for fazer uma divisão entre 25 anos, vai dar 40 shows por ano – o que não parece tanto, tem gente que toca 100 vezes por ano. Mas é uma parada muito intensa, porque são mil vezes subindo no palco, mil deslocamentos, mil vezes em que um grupo de pessoas foi até um local para assistir a gente. A Fresno é uma banda que já tem 25 anos… e, vai, de todas as bandas que começam, que passam de 2 anos, quantas chegam aos 25? É uma porcentagem muito pequena. E isso é algo que está baseado na nossa relação; mesmo tendo trocado alguns integrantes ao longo do tempo, a gente sempre uma relação muito boa e uma amizade muito grande entre todos nós”.

“E tem a nossa relação com os fãs, que talvez seja o maior combustível da banda. É o que manteve essa nossa chama acesa ao longo de tanto tempo. É o fã que sempre quer saber sobre o nosso lançamento, que sempre vai na nossa turnê nova, é o fã que sempre compra o CD, ou o vinil, ou a camiseta quando lançamos. Então, isso nos faz ter forças para compor discos novos e continuar na estrada depois de tanto tempo; e para continuar fazendo isso pelos próximos vários anos, porque é algo que vai andando aí tranquilamente. É o nosso emprego, mas é uma parada que a gente gosta, que é divertido e que a gente pretende continuar fazendo por bastante tempo. 1000 é só uma marca, mas 2000 está logo aí!”

Guerra: “E nós estamos preparando esse show, que vai ser muito massa, vai ter uns momentos emocionantes. O público vai pirar – e a gente também vai estar lá, emocionados. Vai ser um show especial, acho que vai ser o maior show solo da banda em São Paulo, em uma casa que é maior do que a da última turnê. Então, isso mostra que estamos em um momento muito bom da carreira. E é muito legal comemorar, nesse momento, além dos 1000 shows e os 25 anos, o melhor momento da carreira da banda. É uma felicidade total. Vai ser uma festa linda”.

O que mais vocês poderiam adiantar sobre o concerto? Alguma surpresa a ser revelada?

Lucas: “Não, a gente não vai dar spoiler nenhum [risos]. Ao mesmo tempo, a gente sabe que as pessoas vão criando umas expectativas muito loucas. O nosso show completo já tem 20 e poucas músicas, mas ainda tinha uma galera falando: ‘Nossa, eles vão tocar todas, com a participação de todos’. Mas as pessoas tem agendas muito difíceis de conciliar. Para gravar já foi difícil”!

“Mas o que a gente promete é que esse show é uma construção que a gente tem feito desde o começo do ano, algo que a gente vem melhorando. E, sim, o show de São Paulo vai ser o culminar de toda essa experiência que a gente acumulou esse ano. Por ser o show 1000, vai ter uma dose extra de festividade,; musicalmente falando, obviamente terá novidades, até porque a gente acabou de lançar a segunda metade do disco. Mas é que, principalmente, o show da turnê ainda não aconteceu em São Paulo. A gente tocou em festivais, fizemos show com a Pabllo, fizemos outras coisas que não são o show completo. Mas agora chegou a vez de fazer isso, e esse vai ser o mais completo de todos”.

E esse show acontece algumas semanas após o lançamento de “Eu Nunca Fui Embora – PARTE 2″. Estão animados para ver a recepção dos fãs a esse novo repertório? Como estão os preparativos?

Guerra: “Acho que eles já vão estar gritando tudo, cantando tudo! Os fãs da Fresno não desapontam, a galera já deve estar comendo as músicas com farinha. Eu aposto que vai ser uma catarse, assim. Eles sempre fazem desse jeito, não acho que vai ser diferente”.

Lucas: “Se tu pegar as nossas músicas mais ouvidas dos últimos 7 dias, são só as novas. Então, assim, o fã da Fresno está, basicamente, ouvindo só as novas – porque ele está justamente se preparando para esses shows. E, para uma banda com um tamanho de história como a Fresno, é muito raro conseguir fazer o seu Top 5 do Spotify mudar. Uma banda que é muito estabelecida não consegue fazer algo, nem mesmo momentaneamente, maior que os seus maiores hits. E é natural que, em cada cada disco, a gente fique com alguns highlights. É muito difícil que algum disco inteiro seja decorado por todo mundo. Não é assim que funciona. Mas os fãs acabam sempre se apegando a uma ou outra música de cada disco que a gente faz. Então a gente vai renovando esses hits da banda, ao ponto de não existir um consenso entre os fãs. Se tu for pegar a fila de um show, e perguntar: ‘Qual é a sua preferida?’ Vai ouvir 40 músicas diferentes”.

E, falando sobre o novo álbum, ele chegou com uma mistura de sons – mas sem tirar a essência da Fresno. Para vocês, qual é a característica do álbum que mais se destaca? O que “Eu Nunca Fui Embora – PARTE 2” tem de melhor?

Guerra: “Eu acho que a questão da comunicação vai mudando. Não diria ‘melhor’, sabe? Mas eu vejo como uma evolução. Acho que a gente vai amadurecendo e perdendo, talvez, a ansiedade e a coisa que às vezes tira o rumo do jovem – que tem muita energia, mas que, às vezes, não consegue apontar para o lugar que ele quer, porque ele é fácil de mudar. Acho que quando você vai amadurecendo, essa energia vai mudando, e vai virando um entendimento maior sobre o que se está fazendo, sobre os objetivos, acho que vai trazendo essa equalização mais forte”.

“Então acho que o disco é um produto maduro de uma banda madura. Não necessariamente melhor, porque tem gente que vai dizer: ‘Ah, eu preferia tal coisa’. Mas eu acho que o que a gente sente, de dentro da banda, é esse ponto de maturidade. E eu acho que isso é uma coisa que a gente conseguiu trazer com o passar do tempo na música. Mas ‘melhor’ é algo difícil de dizer, porque cada momento é um momento. Mas eu acredito que estamos na melhor fase”.

Em contrapartida, qual foi o maior desafio na produção desta segunda parte do projeto?

Lucas: “Para lançar um disco… parece que você já está fazendo algo que não é natural. Porque, quando a gente começou a lançar discos, e fazer músicas que tocavam em rádios, por exemplo, pensava-se assim: ‘, essa música está com uns 4 minutos, ela é muito grande’. Depois, veio: ‘Nossa, essa música está com 3 minutos, ela é muito grande’. Hoje, eu percebo uma boa parte das pessoas – da música pop, não estou falando das bandas alternativas e tal – estão fazendo música pensando em 15 segundos, 30 segundos. Ou então fazem uma música que é uma junção de vários momentos de 15 segundos, para ver se algum deles viraliza de alguma forma. A mudança do consumo de música vem governando a mudança da produção de música. Daí, quando tu chega e faz um álbum que propõe 40 e poucos minutos de músicas novas para as pessoas ouvirem, já é um negócio diferente, se tu for pensar com os olhos só do mercado, da tendência”.

“Mas o nosso fã é um fã que não apenas quer um álbum da banda: ele quer um conceito completo, um grupo de músicas… e se tiver em CD, em vinil, ele vai querer ter, para pegar naquilo. Então a gente já percebe o nosso público como um grupo mais maduro e que gosta de consumir música ‘à moda antiga’, assim. E o desafio é justamente fazer com que milhares de pessoas disponibilizem o tempo de ouvir um disco, e que não seja uma vez só. Às vezes tu vai ouvindo mais vezes, para aquele disco ir entrando na sua vida. Mas toda semana tem vários lançamentos novos. Se a pessoa está muito em cima das coisas novas, ela acaba às vezes não ouvindo um disco três, quatro vezes. É por isso que a gente costura isso com a nossa turnê, para fazer com que cada cidade tenha um pico de pessoas ouvindo aquele som para tentar acompanhar o setlist ao máximo. Então é desafiador nesse sentido, mas ao mesmo tempo é algo que a gente já fez dezenas de vezes. Uma dezena de vezes, no caso, porque esse é o nosso décimo disco”.

O álbum está recheado de colaborações incríveis, mas queria destacar a faixa “Se Eu For Com Você”, que é uma parceria com o NX Zero. Como foi o processo de produção da música?

Lucas: “Essa música surgiu há bastante tempo, foi uma das primeiras feitas para esse álbum. E a gente sempre brincava com o fato dela ser ‘meio NX Zero’. Ela tem um andamento parecido, uma região parecida com as músicas de uma fase bem clássica do NX. E, ao mesmo tempo, a gente teve uma reaproximação muito grande esse ano; a gente faz muitos shows – tenha sido com o NX Zero ou com o Di Ferrero em carreira solo –, estamos muito juntos na estrada. E percebemos que nunca tinha rolado esse feat. Então ele é meio que uma reparação histórica; e acho que veio em um momento muito bom para as duas bandas. Mesmo com o NX Zero parado, eles vêm de uma turnê muito vitoriosa; e para nós, também, poder celebrar essa história que a gente tem em comum é um negócio muito massa. Tem coisas que a gente só conseguiria conversar com eles – sobre coisas que a gente viveu juntos nessa parada de ser banda, de fazer sucesso e de enfrentar as dificuldades juntos. É muita história envolvida”.

E o que vocês querem que as pessoas absorvam desse novo trabalho?

Guerra: “Acho que o que eu quero é que a galera escute bastante. Que taque o play nesse disco, que está lindo, que a gente fez com muito amor. E que compareçam nos shows, porque eles sempre têm aquela energia a mais. Essa é uma turnê que a gente começou a desenhar no começo do ano, mas que é agora que vai se iniciar fortemente. A gente ainda entra no ano que vem com toda essa nova turnê, e vamos passar pelo Brasil todo aí. Cola com a gente que vai ser lindo demais”!

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