A cantora e instrumentista carioca Dora Morelenbaum lançou, recentemente, o álbum “PIQUE”! O lançamento marca seu primeiro projeto completo como artista solo, que chega depois de um grande sucesso com a banda Bala Desejo.
Leia mais: Keane se apresenta de forma enérgica em São Paulo; veja fotos
Na obra, a artista explora variados gêneros musicais, como MPB, R&B e soul – e afirma, ao mesmo tempo, sua identidade artística. Com 11 faixas, o disco é amarrado por uma característica em comum: a temática do amor, em suas diversas facetas.
Em entrevista recente ao Tracklist, Dora Morelenbaum fala sobre a construção do álbum “PIQUE”, as parcerias formadas para a produção do projeto e mais. Confira abaixo!
Entrevista: Dora Morelenbaum
Você lançou, na última semana, o álbum solo “PIQUE”. Primeiramente, como você apresentaria esse projeto?
“‘PIQUE’ começou a partir de uma ideia de um discurso sonoro e estético, e se tornou um caminho no qual eu abri algumas janelas partindo da canção e para além dela. O álbum virou um espaço de experimentação de novas subjetividades e paisagens em nuances de som, palavra e imagem, com um outro olhar sobre o belo e o sublime que inclui em si também o ruído, e constrói texturas que fazem parte da paisagem sonora que enxergo à frente”.
Esse é seu primeiro álbum solo, que vem após um trabalho constante com a banda Bala Desejo. Portanto, qual foi o maior desafio enfrentado na produção de seu trabalho como solista?
“Independente de ter banda ou não, acho que o maior desafio é ocupar as funções para além da música. Em banda, isso de alguma forma se divide e suaviza; não ter que dar a última palavra em todas as decisões. Mas é muito interessante também testar estabelecer esses limites individuais”.
Enquanto produzia o disco, você experimentou alguma grande diferença no seu processo de criação – em comparação com seu processo criativo relacionado às músicas da banda? Se sim, em qual sentido?
“Toda. Existe muita riqueza no trabalho coletivo, por tudo ser colocado em questão e reconsiderado várias vezes até chegar em consenso. Isso dá complexidade para cada camada, e pode sobrepor os limites de cada um. Por outro lado, é também muito interessante quando se realçam esses tais limites, quando a individualidade é exaltada e aprofundada em si, as definições de linguagem ficam mais claras. As duas experiências são muito positivas uma para a outra”.
“PIQUE” é um projeto com diversas facetas e ritmos. No entanto, há um tema central entre as canções: o amor, que é abordado em várias perspectivas. Isso foi proposital, ou algo que você também foi descobrindo ao longo do processo de criação?
“Eu comecei o processo do álbum pensando em sonoridade, na produção e nos arranjos e juntei as músicas que achei que poderiam abranger esses assuntos. Depois que juntei tudo e vi pela primeira vez o todo, percebi que todas eram, de alguma forma, canções de amor. Só que cada uma de uma perspectiva e sensação diferentes. Isso acabou delineando o contorno do álbum, essa mesma estrutura base das canções visitadas por caminhos diferentes”.
A obra é coproduzida por Ana Frango Elétrico. Como surgiu essa colaboração entre vocês?
“Eu e Ana já colaboramos há um tempo. Ana também coproduziu meu primeiro albinho, ‘Vento de Beirada’, de 2021; e o álbum do Bala Desejo. Eu cantei nos últimos dois álbuns dela e arranjei também. A gente se complementa em muitos lugares, musicalmente, e eu sempre admirei muito a forma como ela trabalha. Aí a decisão de chamar ela pra produzir ‘PIQUE’ foi fácil, e estava totalmente dentro do que eu pensei para os caminhos sonoros”.
Outro grande colaborador do álbum é Tom Veloso. Como foi trabalhar neste projeto com ele?
“As primeiras músicas que estruturaram a ideia do álbum são parcerias minhas com o Tom. Outras, como ‘Petricor’, chegaram mais pro final e amarraram as paisagens do álbum. Ele me mostrou essa música e eu fiquei doida. Pirei na melodia em cima daquela harmonia quase que mântrica. Ele já tinha uma parte da letra e eu terminei. Amo compor com o Tom”.
Por fim, qual faixa – ou faixas – você destacaria entre todas do disco?
“Todas as músicas do álbum foram pensadas dentro desse mesmo universo sonoro, e as texturas e paisagens se complementam. Ouça ‘PIQUE’ do início ao fim”!
Não perca nenhuma novidade! Nos siga no X/Twitter, no Instagram e no TikTok.