O anúncio do mais novo álbum do City and Colour têm trazido notória repercussão no Brasil. “The Hurry and de Harm” como o próprio Dallas Green intitula o álbum mais honesto dele.
Marcado pela influência folk-indie e o típico country,Green apesar da nacionalidade canadense e pela grande influência de sua ex banda de post-hardcore Alexisonfire, consegue traduzir de maneira genuína sua verdade expressa na música. Há uma grande naturalidade na estrutura do álbum desde o momento de composição até às capturas de estúdio.
The Hurry and The Harm,sucede o disco Little Hell (2011) que teve como principais singles músicas que fizeram e fazem Green ser conhecido aqui no Brasil. O principal deles é “Fragile Bird” lançado em 5 de abril do mesmo ano.
A base desse projeto é um folk bastante contagioso, com uma levada de banjo,gaitas e acordes bem parecida com o country americano. Tal influência é notada pela escolha da cidade para a gravação. Tudo feito no Blackbird Studios de Nashville,Tennessee. Com uma voz envolvente, Dallas tem um timbre grave e ao mesmo tempo sereníssimo que se adequa perfeitamente a atmosfera “folkness” do projeto. Além disso, ele está muito acima da média como intérprete e músico, mostrando muitas performances raras e únicas a cada palavra cantada.
Outra coisa encantadora é a incrível sensação emotiva transcrita nos versos das canções. A música “Of Space and Time” consegue externar isso de maneira fascinante. Agora a faixa 7 do disco “Thirst” é a nova música de trabalho. Outra faixa que denota tamanha riqueza de arranjos é “Paradise” que soa com um ar nostálgico. O álbum literalmente é uma ‘viagem de um estado de espírito’.
A evolução artística de Green é notória diante das letras de superação (vide “Commentators”). “Two Coins” mostra o equilíbrio de uma voz tranquila com a introspecção dedilhada muitas vezes de maneira irônica e ao mesmo tempo otimista. Liricamente Green afirma que “olha para trás, o disco como um todo, de um monte de músicas que lidam com ele à procura de algo e que agora sabe que escreveu as músicas perto do fim do Alexisonfire. Diz também “não ter muita fé em si mesmo, por isso é difícil ter muita fé em algo que criou”. Modéstia a parte este disco é algo prazeroso de se apreciar.
Dallas sempre soube que queria escrever e cantar, principalmente para si. City and Colour ainda não se apresentou no país, mas essa é uma grande oportunidade de conhecer o trabalho da banda, que infelizmente, ainda, é pouco conhecida aqui. Conhecer esse trabalho que é demasiadamente original seria muitíssimo interessante. Para as pessoas que adoram coisas novas e se aventuram no universo folk e são tremendos apreciadores do romantismo e dos mais variados sentimentos City and Colour é a banda ideal.
Banda:
Dallas Green: voz,violão,guitarra,gaita
Jack Lawrence: baixo
Dante Schwebel: guitarra
Doug MacGregor : bateria
Matt Kelly: pedal steel e teclados