Por Lidiane Nóbrega e Sabrina Simão – Muito além do reggae, Bob Marley é considerado um dos maiores nomes da música mundial e, como cada vez mais comum, o artista ganhou uma cinebiografia para chamar de sua. O jamaicano, que completaria 79 anos no dia 6 de fevereiro, teve sua vida retratada em “Bob Marley: One Love”, que estreia nos cinemas nesta segunda-feira (12).
O filme perpassa um período muito específico da carreira do cantor. Para quem espera conhecer o início da vida do cantor, pode se decepcionar. Com direito a alguns flashbacks, os telespectadores só conseguem acompanhar os preparativos para o “Smile Jamaica” (1976) até o “One Love Peace Concert” (1978).
“Bob Marley: One Love”: legado do cantor vai muito além da música
Os conflitos políticos e sociais da Jamaica são evidenciados no começo do longa, quando homens armados entram na casa de Marley em uma tentativa de assassinato. Na ocasião, Rita Marley, a esposa do artista, está do lado de fora da casa e é baleada, mas felizmente sobrevive. Apesar do atentado, o show – que tinha a finalidade de declarar paz entre os partidos políticos – acontece e resulta em um novo conflito. Convencido pela banda, Marley crava de vez sua saída do país rumo ao Reino Unido.
A partir disso, a obra mostra o processo de produção e gravação do nono álbum de estúdio de Bob Marley & The Wailers, intitulado “Exodus”. O disco foi sucesso de vendas e o filme fez uma passagem rápida para mostrar o alcance obtido pelo projeto.
Mensagem como ponto-chave das músicas
De forma bem natural, o público é embalado por clássicos da estrela. As faixas surgem sutilmente entre um acontecimento e outro, e sucessos como “One Love”, “Redemption Song” e “Waiting in Vain” fazem com que quem assista cante sem perceber.
A voz de “Three Little Birds” é interpretada por Kingsley Ben-Adir, com uma atuação que merece elogios. Além dele, o outro destaque vai para Lashana Lynch, que interpreta Rita. Os integrantes de sua banda, os Wailers, no entanto, não têm tanto destaque no roteiro.
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O que pode decepcionar os fãs é o fato de que talvez a produção não tenha conseguido entregar tanta profundidade em quem realmente foi Robert Nesta Marley. A participação de Ziggy Marley, filho do cantor, na criação da cinebiografia parecia prometer maior aproximação das relações pessoais de Bob. Outro fator não tão explorado pela narrativa de “Bob Marley: One Love”, por exemplo, foi o câncer que resultou na morte precoce do músico.
De forma geral, o filme cumpre o que se propõe ao mostrar o estrelato e apresentações importantes nesse período da carreira dele. O longa vale a pena ser assistido, mas tentou mostrar tamanha genialidade em um recorte temporal curto.
Nota: 7/10