É sempre um perigo quando faço essas análises porque o risco de uma má interpretação do clipe é muito grande. Por conta disso, sempre sou muito cauteloso quando venho aqui fazer a minha análise das produções, porque sei que pode ser que eu fale alguma coisa sem realmente ter entendido aquilo que estou criticando.
É com esta visão que eu começo essa análise e peço que tenham isto em mente quando a lerem:
A faixa “Pretty Girls” foi lançada já há algum tempo na mídia, mas fazem meses que as especulações sobre a mesma rodam na internet.
Em pouco tempo, Iggy Azalea se tornou um grande fenômeno e, depois de uma parceria com Jennifer Lopez (outra musa pop), ela chega a uma consagração em sua carreira: uma parceria com ninguém menos que Britney Spears.
Britney, por sua vez, está saindo de uma fase muito boa. Depois de uma longa temporada de shows em Las Vegas e um álbum que, mesmo sem a repercussão esperada, foi um ótimo álbum, agora aparentemente quer subir sem parar.
Quando a faixa saiu, a primeira coisa que me veio a mente foi a proximidade que o refrão e a batida tem com “Fancy”, hit que consagrou Iggy, mas achei que era só alguma coisa de minha cabeça. O clipe foi lançado na ultima quarta feira (13/05) e, de alguma forma, eu tive a mesma impressão. Mas vamos por partes porque existem alguns pontos a serem levantados com este clipe:
O primeiro foi, talvez, o que mais me deixou intrigado. A letra traz a tona um discurso que vem sido muito resgatado, não só no pop internacional, mas também aqui no Brasil com Anitta e Karol Conká, que é a questão do empoderamento feminino. Esta questão já foi inclusive levantada aqui no lançamento do clipe “Salute”, do Little Mix.
Visto isso, minha maior critica vai ficar para a falta de mulheres no clipe. As duas ficam rodeadas de homens durante praticamente o clipe inteiro. Agora, vamos com calma porque é aí que entra a questão em que tudo depende de como vamos ver o clipe.
Eu entendo que a proposta é elas terem estes homens aos seus pés, e é isso que as confere o poder – a brincadeira com a coisa de “ser só mais um rostinho bonito”, que, ao mesmo tempo, carrega o poder de conseguir o que quer. Porém, acho que, hoje em dia, o feminismo é tão difundido porque é necessário. Então, quando se passa um clipe com uma mensagem de empoderamento feminino com tão poucas mulheres, essa mensagem acaba perdida.
O segundo ponto a ser comentado é a estética do clipe: divertida. Dentre todas as palavras que existem no vocabulário, a que mais se encaixa para esta situação é esta, e aí o clipe tocou no ponto que queria.
Todo o clipe gira em torno destas duas “meninas” que se divertem no mundo conseguindo o que querem sendo bonitas e a produção passa isso para o espectador. Mas – sempre tem um “mas” – existe uma linha tênue entre a utilização de muitas cores para remeter a essa diversão e a bagunça, e o clipe chegou a ultrapassar um pouquinho.
Além disso, como disse anteriormente, a sensação que tive foi de ver uma continuação do clipe de “Fancy”, tanto com a faixa como no vídeo.
Antes que comecem a reclamar, eu já deixo claro que não acho isso de todo mal. Como já mencionei aqui, a criação de uma identidade é muito importante para um artista, desde que esta identidade não vire um pretexto para fazer sempre mais do mesmo.
Por fim, gostaria de destacar como Britney aparece neste clipe retomando um pouco sua majestade. As cenas que aparece dançando me lembraram clipes antigos, como “Toxic”.
Como um todo o vídeo é divertido, ficaram faltando alguns elementos que fariam toda a diferença na ideia geral do clipe mas nem tudo são flores. Outra coisa que conta muito é o comedimento; menos pode ser mais em muitos casos.
Nota final: 7,5
Um comentário
Leave a Reply