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Entrevista: Rod Melim fala sobre “Inimaginável”, turnê e mais

O artista voltará aos palcos no próximo domingo (9), em São Paulo

Rod Melim
Foto: Divulgação/Crédito:@_brunini

Inimaginável pensar na banda Melim separada, mas a carreira solo de Rod Melim está mais real do que nunca! Cerca de dois meses após sua estreia como solista com o single “Mina Sereia“, o cantor surpreendeu novamente os fãs, na última quinta-feira (30), com o lançamento da primeira parte de seu tão aguardado álbum “Inimaginável“.

E se em “Cupido” – faixa que ganhou um videoclipe nesta sexta-feira (31) -, ele aguarda respostas e pede ao destino uma flecha certeira, parece que o universo atendeu ao seu chamado. Após um hiato de um ano longe dos palcos, Rod está pronto para reencontrar seu público e viver esse novo momento de sua trajetória musical.

Em uma nova conversa com o Tracklist, o cantor deu detalhes sobre o processo criativo do disco, comentou sobre a emoção de retornar aos palcos e o que os fãs podem esperar do futuro. Confira!

Ao Tracklist, Rod Melim fala sobre “Inimaginável”, carreira solo e mais

Rod, na nossa última entrevista, você mencionou que descreve esse álbum como “novo Rod” mas também fiel às suas origens. Como você equilibrou inovação com a essência que os fãs da Melim já conhecem e amam?

Então, tudo começa quando a gente tá escrevendo as músicas. Eu não crio nada antes da música estar pronta, porque às vezes a gente quer se prender a algo e quando você vai, de fato, elaborar, você não atinge aquele resultado. E é um pouco frustrante isso. Então, assim, eu falei: ‘vamos fazer as músicas primeiro, vamos ver o que que sai de novo e com base no que a gente tiver de melhor, a gente arranja, produz aquilo ali e ve o que soou novo’.

A gente fez bastante música, eu e autores parceiros também, compusemos junto com coisas que eu já tinha prontas em 2023, mais ou menos umas 40 músicas. E ao mesmo tempo que eu estou compondo, eu não seleciono já o repertório, porque depende muito do segmento musical. Depende, enfim, do que a gente vai escolher pra seguir como música de trabalho. Depois que estava tudo pronto, selecionei as músicas que eu mais gostava. E aí, a intenção é manter uma carreira pop em que a gente consiga dar uma sequência para todas as pessoas que curtem o som da nossa banda. Mas também não fazer algo que seja puramente uma continuidade que soe até como se fosse uma cópia.

Então assim, assim como na banda a cada álbum a gente tem a preocupação de tentar trazer algo diferente, eu acho que eu consegui trazer em “Mina Sereia”, por exemplo, na questão do arranjo, super pop, com looping, com beatbox, já um tomzinho de modernidade, que a gente talvez não se arriscava tanto no Melim. O “Inimaginável” trouxe uma coisa bastante abrangente, uma música profunda, com cordas, enfim, um assunto também interessante. A “Desinteressante” trouxe uma coisa mais cômica e até mais de uma exposição, falando sobre si de uma forma ‘desotimista’, sei lá. Na verdade o refrão é otimista, mas que inicialmente nem tinha sido feito pra mim. Eu nunca ia passar a gravar essa música, mas aí o assunto ficou tão legal, divertido, que eu curti ter falado sobre isso, sabe? Porque se a gente também faz uma coisa muito nichada e muito num caminho só, depois fica mais difícil de você se abrir.

E eu acho legal sempre ter alguma coisa, uma pontinha pra lá, outra pra cá. Então dividi os segmentos em pop, reggae, MPB, enfim, pop rock também. Uma coisa um pouquinho mais orgânica que vai, talvez, comunicar junto com i show, assim, de algo que as pessoas possam vibrar um pouco mais e curtir esse equilíbrio das músicas, dos arranjos. Enfim, é difícil dizer exatamente o que é diferente e o que é igual, mas acho que tem, sim, de fato os dois. É uma coisa que lembra e também uma coisa mais inédita.

Você mencionou que reuniu 40 composições e escolheu 14 para compor o álbum. Como foi esse processo de seleção? Houve alguma música que ficou de fora e que você gostaria de lançar no futuro?

Tem. A gente vai lançar a segunda parte do álbum, né? Provavelmente no meio do ano. A gente não definiu nada ainda, mas deve ser ali mais no meio do ano. E tem muitas músicas que eu curto demais, assim, que já estão prontas, mas eu ainda vou escrever mais coisas, porque só fecha mesmo o repertório quando vai levar pra produção e até lá a gente vive insatisfeito.Se o álbum estiver ótimo, aí você faz mais uma, mais uma, mais três, mais cinco, pra ter certeza de que realmente você não vai conseguir fazer nada melhor do que já tá ali escolhido.

Então até o dia de entrar no estúdio eu vou estar fazendo música, mas já estou bem satisfeito com as coisas que a gente já tem. Enfim, acho que a primeira parte tá bem legal, tá bem forte, e agora a gente não pode deixar a peteca cair, né? Naturalmente vamos fazer essa comparação da primeira com a segunda parte, e eu quero que haja um equilíbrio de músicas boas e de produções para que as pessoas, enfim, curtam o trabalho. Depois a gente pretende lançar também outras coisas. Quero fazer, de repente, um disco acústico de todas as canções da primeira parte e da segunda de “Imaginável”. Enfim, uma coisa vai puxando a outra e quero ter constância nos lançamentos. Mas, acima de tudo, qualidade, que é a coisa mais importante.

“Inimaginável”, a faixa-título, que confesso ser a minha favorita até o momento, foi escolhida para abrir o álbum. O que torna essa música tão especial para definir a narrativa do disco?

Esse tema é um tema muito criativo, um tema muito abrangente. E toda vez que a gente vai escolher um nome pro álbum, a gente pensa em coisas que possam trazer nos conteúdos a mudança de estado emocional das pessoas. E essa palavra, que surgiu na composição da própria música, acabou sendo o nome da faixa e o nome do álbum, é uma palavra diferente, que eu não costumo ouvir tanto, nunca vi em trabalho nenhum. E foi sugerido por um dos meus sócios numa reunião de briefing e tal.

A minha única preocupação em relação a esse tema era de contextualizar as outras músicas pra que ficasse tudo fazendo sentido e foi a forma que a gente encontrou de trazer as capas para cada música, fazer os posts com cada tema de cada música de uma forma inimaginável e aí pra mim já fez sentido no contexto. E o tema é um tema que pode levar a gente pra onde a gente quiser. A gente pode fazer, como por exemplo, a nossa audição que a gente fez agora com os fãs, foi na Roda Gigante. E é uma coisa que eu nunca tinha vivido, nunca nem tinha ido na Roda Gigante, que eu me lembro. E poder cantar lá nas alturas, enfim, com a galera, foi uma coisa realmente inimaginável. Então, acho que a gente acertou nesse primeiro tema.

A música é uma música que inicialmente nasceu pop e se transformou numa coisa um pouco mais, talvez, um pop rock. Até com bastante referência de um artista que eu gosto muito, que é o Coldplay. Trouxe uma canção deles, que é “Paradise“, que tem o lance das cordas, que até incentivou a gente a colocar as cordas. Aquelas cordas não existiam no começo da canção, elas estavam mais no meio, e quando a gente decidiu que ela seria a primeira faixa do disco, eu achei algum arranjo de cordas que pudesse colocar no início da música, que fizesse sentido, e achei que ficou muito bonito dar uma preparação assim, porque a pessoa vai ouvir um tom de saudade também de alguém que já tá há um ano sem fazer algo inédito, enfim. Me emociona ouvir aquilo ali. E muitas pessoas, incrivelmente, vieram me dizer que essa música é a preferida.

E não era a nossa aposta inicial. Quando a gente ouve o álbum, a gente tende, geralmente, a acreditar que as músicas mais pop do disco vão performar melhor. Mas a “Inimaginável”, ela tem os dois. Ela tem a profundidade e o conteúdo da letra e tem o refrão fácil. Então, ela realmente pode surpreender. E até agora tem surpreendido. E acho que ela vai levar muita força, também, das pessoas terem a curiosidade de clicar pra ouvir porque ela tá levando o nome da turnê e do álbum. Então assim, naturalmente esse nome já fica rodando na nossa cabeça. Enfim, fico satisfeito. Gosto muito da canção e acho que ela merece essa atenção toda.

Logo após a chegadas das 7 faixas nas plataformas digitais, na sexta-feira (31), já teremos o lançamento do videoclipe de “Cupido”. O que você pode nos adiantar sobre a produção?

A ideia do clipe de “Cupido” foi bem desafiadora pra poder gravar em uma diária. A gente vai contando uma história em que vão se passando as épocas. Então são quatro épocas. Começa no passado e vai chegando até o tempo atual. E ficou bem legal! Ficou um clipe que você não se cansa, sabe, de assistir. Quando viu, já passou. Conseguimos também justificar o inimaginável. Assim como em “Mina Sereia”, que a gente colocou uma menina se transformando em sereia, que é algo que, enfim, fica aí nos mitos, né. Enfim, o Cupido também, a gente fez uma brincadeira e colocou uma participação, teoricamente. Mas baseou mais nessa coisa da pessoa que tá ali aguardando a resposta e tentando de tudo pra poder fazer contato com o Cupido. Enfim, ficou um clipe bonito. Vai causar uma coisa nostálgica nas pessoas que viveram nas épocas anteriores. Algumas coisas que vão trazer esse tom nostálgico. Gostei muito do resultado da edição do clipe.

Já na próxima semana, no dia 9, você retorna aos palcos. Quais são suas expectativas para este primeiro show como solista e como está sendo preparar um repertório que mescla as canções de “Inimaginável” com os clássicos da Melim?

Eu tô muito, muito animado pra fazer esse show. Convidei os familiares, amigos, enfim, tem muitos fãs que acompanhavam a gente na época antiga, que já estão ali com o ingresso comprado, esperando pra viver esse momento. E espero, desejo que o show seja um show incrível, que tenha muita emoção, mas ao mesmo tempo muita vibração positiva.

A gente tá fazendo tudo com o maior carinho do mundo. Preparamos uma lojinha pra que a gente tenha alguns produtos ali, pra que a pessoa possa também viver essa coisa do físico ali, de botar uma faixinha na cabeça, de comprar um boné, uma camisa, uma pulseira, uma paleta, alguma coisa. Enfim, já preparamos o nosso backdrop também de atendimento. Estamos aí finalizando o cenário novo, que é o cenário que a gente vai rodar pra turnê e agora como a gente vai se apresentar em alguns palcos grandes e outros não são tão grandes, enfim, a gente teve que ter um desafio de fazer um cenário em que a gente conseguisse se adaptar e, enfim, eu não posso falar muito, mas a gente conseguiu achar algo em que fosse adaptado e que para todos os lugares levasse o mesmo show.

Estou realmente ansioso para fazer esse show e acho que as pessoas vão curtir muito a experiência como um todo. São Paulo é um lugar que as pessoas sempre nos receberam muito bem. É um lugar que foi escolhido a dedo pra gente fazer esse lançamento. A nossa intenção também é mostrar pras pessoas do meio, pra contratantes, pra portais, pra influenciadores e pessoas viverem esse momento ali pra entender mais ou menos o que a gente vai levar na nossa turnê.

Passando o lançamento, e o show, o que vem depois? Quais são os seus planos para essa nova fase? Podemos esperar uma turnê ou mais lançamentos?

A gente vai começar com um show de lançamento e depois pretende fazer um show também de lançamento no Rio. Pretende fazer os shows em outros lugares também, a gente vai sentindo como é que as coisas vão desenrolando. Enquanto isso, a gente vai gravando a segunda parte do álbum, rodando as rádios, fazendo a divulgação dessa primeira parte. Eu acho que quando você lança e dá start no primeiro trabalho, as coisas começam a surgir naturalmente. E a gente tá se organizando já há um ano para que tudo se encaixe, enfim, e a gente consiga cumprir todas essas agendas e as coisas que surgem. E logo mais vem a turnê, assim que a gente sentir como vão ser as vendas dos shows de lançamentos, enfim, dos lugares que a gente for. E até em shows abertos também, a quantidade de público e a performance das músicas também. A gente vai mapear os lugares em que a gente quer estar ou consegue estar e vai fazer essa turnê inimaginável, tentar replicar esse show de lançamento, mas dependendo da forma como for, a gente pode incrementar mais algumas coisas ou mudar também algumas coisas.

E tem sido muito legal fazer o repertório, mesclei aí músicas, não só o grande sucesso da Melim, Mas algumas músicas que eu gosto muito também, por exemplo, “Transmissão de Pensamento“, que é uma música que eu sempre cantei muito no show, que a gente não chegou a trabalhar, mas eu sei que as pessoas tinham esse momento muito como momento meu, então eu decidi manter. “Gelo“, “Dois Corações“, enfim. Tem algumas outras músicas que eu gosto muito também, fora, sei lá, “Meu Abrigo“, “Ouvi Dizer” que eu pretendo levar e também não vou ficar rígido em uma coisa só. A gente fez algumas em alguns shows, eu posso de repente pegar e fazer outras, enfim. Vai ficar uma coisa um pouco mais flutuante, assim. E vou colocar todas as músicas novas no novo show, obviamente.

E algumas releituras também de artistas que eu gosto, que tenham a ver com as frequências também. A gente geralmente gosta de tocar reggae também, de outros artistas, mistura, faz um bloco com as nossas músicas. Enfim, tem alguns artistas que a gente ainda não homenageou que eu tenho vontade de colocar ali e começar a falar sobre essa referência, enfim. Pra quem sabe mais pra frente, de repente, fazer um feat com determinado artista. Tem várias coisas legais aí por vir.

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