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Entrevista: Paris Paloma comenta o álbum “Cacophony”

O disco de estreia da artista inclui faixas como “labour” e “last woman on earth”

paris paloma
Foto: Cred. Phoebe Fox

A artista britânica Paris Paloma lançou, recentemente, o seu álbum de estreia – intitulado “Cacophony”! Com 15 faixas, o projeto mistura canções influenciadas pelo dark pop, folk e indie a letras que evocam diversos sentimentos.

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Entre as músicas do disco, está “labour”, single que viralizou nas redes sociais e entrou nas paradas da Billboard. Além disso, o trabalho inclui “last woman on earth”, que chama a atenção para um grande problema social: a violência contra as mulheres em todo o mundo.

Em entrevista recente ao Tracklist, Paris Paloma falou sobre o seu primeiro álbum de estúdio e deu mais detalhes do processo artístico por trás de seu trabalho. Confira abaixo!

Entrevista: Paris Paloma

Você lançou, recentemente, seu primeiro álbum de estúdio, intitulado “Cacophony”. Como você definiria esse projeto?

“É definitivamente um trabalho que realmente mostra o meu crescimento ao longo dos últimos dois anos. Eu escrevi todas essas músicas no período dos últimos dois anos, e elas refletem a jornada por trás de todas as adversidades mentais que eu estava enfrentando, e a jornada mental até onde estou agora”.

Entre as faixas do disco, está “labour”, uma canção que explodiu nas plataformas. Por que você acha que as pessoas se conectaram com esta faixa em específico?

“Na época, eu não sabia, porque estava apenas escrevendo sobre meus próprios sentimentos. Mas ‘labour’ é algo universal porque conta histórias pelas quais todas as mulheres passam. Na verdade, eu acho que sabia disso na época; mas o que quero dizer é que não sabia que teria um efeito tão grande ao redor da faixa. Mas é sobre mulheres falando sobre o patriarcado, e não há uma mulher que não se identifique com isso – porque somos afetadas por isso em todos os lugares. Então estou muito grato que ‘labour’ tenha sido uma música que reuniu as mulheres por este motivo”.

Outro grande destaque do projeto é a faixa e o videoclipe de “last woman on earth”. Para você, qual é a importância de abrir discussões – como a que retrata nesta música – em sua arte?

“É imensamente importante; agora mais do que nunca, quando há esta epidemia de violência contra as mulheres em todos os países. E, sabe, há muito diálogo sobre isso, e falam: ‘Nem todo homem é um violentador’, e isso é verdade, mas é algo que todas as mulheres pensam o tempo todo, é algo que sempre está em nossas mentes. Escrevi ‘last woman on earth’ pensando nesta sensação – a de fugir constantemente do perigo que você corre como uma mulher que vive sob o patriarcado”.

E, falando em arte, o álbum foi inspirado por diversas obras de literatura e cinematografia. Quão grande é a influência de outros tipos de arte em seu trabalho?

“Uma influência enorme, massiva. Estudei Artes Plásticas e História da Arte; entrei na Universidade e cheguei à música através da escrita criativa e da poesia. Essas formas de arte foram minhas primeiras experiências com a escrita e ainda vivem através da minha música”.

E quais são seus livros e filmes favoritos?

“Eu amo os dois filmes de ‘Knives Out’ (‘Entre Facas e Segredos’). Estou muito animada que eles estão filmando outro, porque eu simplesmente os amo muito! Outro filme entre os meus favoritos de todos os tempos é ‘Emma’, de Autumn de Wilde. E meus livros favoritos são ‘A Canção de Aquiles’ e ‘Circe’, de Madeline Miller; e ‘The Silence of the Girls’, de Pat Barker“.

E você já teve algum contato com arte brasileira – seja algum filme ou livro?

“Na verdade, não sei. Não consigo pensar em nenhum agora. Mas sei que adoraria se alguns dos meus ouvintes me enviassem alguma recomendação”!

Outro grande ponto do seu trabalho é a parte visual e, como você havia comentado, você tem um diploma em Belas Artes. Como você diria que esse conhecimento afeta o seu processo criativo musical?

“Esse conhecimento está imensamente relacionado ao meu processo criativo na música. Sou uma pessoa muito visual, e adoro a ideia de construir um mundo em um sentido emocional. E, para mim, isso anda de mãos dadas com os elementos visuais da música e do mundo que você está criando”.

O disco “Cacophony” ainda é muito novo. Neste sentido, o que você almeja conquistar com esse trabalho?

“Eu só espero que, com o tempo, as pessoas se sintam emocionalmente ligadas a ele. É algo para o qual elas podem retornar quando precisarem encontrar consolo ou catarse, ou aliviar a dor ou a solidão. Porque a criação dele certamente aliviou a minha. Espero que as pessoas se sintam ouvidas escutando as músicas do álbum”.

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