Na última sexta-feira, 3 de março, Gabs Noah lançou seu primeiro single do primeiro EP solo, “Samba”. A música veio durante um sonho com Roberto Carlos, cantor preferido de seu pai, dedilhando uma canção na sua frente.
Em entrevista ao Tracklist, Gabs Noah, artista não-binárie, conta como foi esse processo de transcrever o novo single, além de adiantar um pouco do que esperar do seu novo EP, que está sendo produzido por Mônica Agena, ex-guitarrista da Natiruts e banda preferida de Gabs.
Entrevista: Gabs Noah
Como foi transcrever uma música que veio, literalmente, de um sonho? Essa adaptação foi difícil?
Foi fluida igual ao sonho. No próprio sonho prestei muita atenção nos acordes que o Roberto Carlos estava fazendo, acordei com a mente focada e anotei os acordes, logo em seguida testei no violão e eles encaixavam perfeitamente. Já peguei o violão, na sequência expliquei pra minha esposa, Jess Bortoletto, o que estava acontecendo, que acordei “correndo” e ela que mexe com ervas logo pegou um incenso de alecrim que ajuda na concentração, ficou passando pelo quarto, enquanto eu escrevia a letra de “Samba”. Isso não demorou nem 20 minutos, e ela nasceu. Falo isso sorrindo aqui!
Além de “Samba”, pretende lançar mais singles antes do seu primeiro EP? Pode adiantar algo sobre isso?
Sim! São seis sons nesse EP. Se esse primeiro single eu falo que foi um presente do Roberto Carlos por ter me dado em um sonho, o próximo single foi um outro presente de uma outra artista que eu admiro e tenho a sorte de ser amigo demais, que é a Ana Gabriela. O próximo single se chama “Filme Antigo”, que é uma composição dela, mas foi gravada na minha voz. Assim, o plano é trazer para o mundo um single por mês!
Como está sendo a produção do trabalho, ainda mais que está ao lado de uma artista da qual você é fã?
Que pergunta feliz, abri um sorriso aqui só de ler ela. A Mônica [Agena] é demais, é incrível poder conhecer alguém tão de perto e virar fã das duas partes da pessoa: pessoal e profissional. As duas mentes foram muito abertas nesse processo, sempre a gente se escutando e dividindo todas as opiniões. Acabamos a produção dessa e já estou com saudade de produzir outros sons com ela. Coração sempre aberto para fazer mais vários outros trabalhos com ela.
Com sua nova fase, como está sendo escrever sua trajetória agora como artista solo?
Tenho a sorte de dizer que só sou solo na frente das câmeras, porque por trás estou com uma equipe linda, que me acompanha e me dá força pra tudo. Seja em uma crise que eu tenha receio de alguma coisa, seja na felicidade, num brinde, em uma comemoração. Eles estão sempre ali comigo.
A gente vai produzir as comunicações visuais dos outros singles agora, e estamos todos muito empolgados. São sempre dias felizes quando estamos juntos fazendo coisas pra minha carreira. Eu sempre comentei o quanto eu queria ter uma banda e não ser solo, mas a vida me mostrou que essa banda veio de uma outra forma, uma parte da banda fica na frente da câmera e a outra atrás, fazendo todo o outro processo e tudo acontecer. Feliz demais com isso e na equipe somos cinco. Eu, Jess Bortoletto e Iago Leite na produção, Felippe Abackerli com imagens e Jefferson Fidelis na comunicação, fora outros amigos que sempre que possível, tão colocando a mão na massa. Obrigada, vida!