Nessa quinta-feira (19), Jão deu início a sua nova era “Pirata“. Diferentemente de tudo o que já ouvimos do cantor, o novo álbum traz uma nova roupagem a Jão. Se aventurando por novos ritmos e melodias, o cantor encontrou uma forma mais otimista e extrovertida de falar de seus relacionamentos. Com produções bem trabalhadas e diversas harmonicamente, Jão se aventura principalmente pelo techno e consegue transformar canções tristes em dançantes. Uma notícia que surpeendeu a todos foi a ausência de “Amor Pirata“ na tracklist.
A seguir, a equipe do Tracklist faz um review faixa a faixa de “Pirata”, novo trabalho de Jão. Confira!
Por Brenda Saraiva, Bruno Leandro, Marcus Gralha e Nina Dacier
Review: “Pirata” – Jão
Clarão
A faixa que abre o trabalho nos surpreende positivamente. Além de trazer referências de seus antigos álbuns e de “Pirata”, os primeiros 40 segundos nos faz imaginar que o álbum seguirá a linha dos trabalhos antigos do cantor. Mas a virada melódica da música traz o que o novo trabalho se propõe: falar sobre um amor do passado, mas que deixa a melancolia apenas nas letras enquanto as músicas são construídas de forma dançante. “Clarão” fala de um amor intenso, que marcou muito Jão, mas que ele precisa deixar ir.
Não Te Amo
“Não Te Amo” fala de processo de superar o término do relacionamento e das dificuldades que surgem nesse tempo. Com uma melodia pegada no techno Jão canta sobre as lembranças e memórias que criou com x parceirx (e da dificuldade em esquece-las), além das fugas que a bebida o proporcionava como no refrão ”Eu juro eu não te amo, eu só bebi demais, amor”.
Idiota
“Idiota” tem uma pegada dançante e fala sobre amar demasiadamente o parceiro em um relacionamento que a intensidade não está recíproca. Não que Jão considere isso algo ruim, pois traz os pontos positivos desse relacionamento. Mas, ao mesmo tempo, se o cantor considera um idiota por se doar totalmente ao relacionamento, enquanto o seu parceiro não se entrega de forma completa como entrega no refrão “Eu espero enquanto você vive, mas não esquece que a gente existe”.
Santo
Em “Santo” conhecemos um Jão seduzente e cafajeste. Cantando sobre os amores líquidos que a modernidade impõe cada vez mais, a canção fala sobre relacionamentos momentâneos, sejam eles de uma noite ou temporada de verão.
Acontece
Na faixa, Jão canta sobre lembrança e falta em um contexto de fim de relacionamento, tudo isso com instrumental dedilhado que vai crescendo a partir do refrão dando mais emoção e seguindo para o segundo verso. Após o último refrão, o instrumental vai acabando e finaliza apenas com a voz do cantor, trazendo um carga emocional muito maior para a música.
Você Me Perdeu
Em “Você Me Perdeu” reencontramos o Jão que conhecemos nos primeiros dois álbuns. Com voz e violão, o cantor fala sobre as dores de relembrar dos momentos bons do relacionamento, que acabou esfriando e levou eles a darem o famoso “tempo”. Contudo, Jão dá a entender que enquanto sofria com a pausa do relacionamento, seu parceiro já estava partindo para outra “Cê foi muito longe para perder o tédio e você me perdeu”.
Meninos e Meninas
“Meninos e Meninas” fala sobre as experiências que Jão teve no processo de descoberta da sua sexualidade e com os meninos e meninas que se relacionou. A canção, possui uma pegada mais adolescente, ao contar sobre os amores de Jão, flutuando melodicamente entre uma vibe festa e que, do nada entra uma pegada de reggae. O cantor ainda deixou no ar um ano que marcou bastante sua vida: 2013 (conta pra gente o que rolou, Jão)
Coringa
O primeiro single da nova era nos deu uma prévia do que esperar do novo álbum. “Coringa” é algo totalmente novo no universo melódico de Jão. A faixa fala de um relacionamento que não estava no script, mas que se tornou um algo “fora da lei” com muita cumplicidade e intensidade.
Doce
Ao escutar o início de “Doce”, o ritmo da canção nos dá a ideia de uma canção uma animada. Um belo engano, já que “Doce” é uma das faixas mais profundas e tristes do álbum. Nela Jão cantava sobre uma vontade de incotrolável de estar com alguém, mas que, por algum motivo, não pode se entregar à aquela pessoa.
Tempos de Glória
Jão se entrega em um tom mais reflexivo na faixa de 2:27 de duração. A música é um conto sobre a trajetória de duas pessoas, já o instrumental, há algumas quebras, se inicia com um violão, no pré-refrão, entra apenas o piano e finaliza com uma ponte perfeita em um solo de guitarra e apenas as vozes de fundo harmonizando enquanto Jão canta sobre incerteza.
Olhos Vermelhos
Sem sombra de dúvidas, “Olhos Vermelhos” é a música mais profunda e sentimental do álbum. A faixa traz um sentimento de solidão ao mesmo tempo em que Jão parece gritar por liberdade. Harmonicamente, é uma das canções mais bem construídas no álbum com a junção de guitarra, saxofone e bateria em conjunto com os momentos de voz e violão.
“Pirata” surpreendeu positivamente e mostrou as multifacetas de Jão. O cantor mostrou que é possível falar de relacionamentos e amores que não deram certo de uma forma animada.
Nota: 9,4