Nick Van De Wall, mais conhecido no meio artístico como Afrojack, contou em entrevista ao Tracklist sobre sua parceria com David Guetta, as expectativas para o mundo pós pandemia e como a WALL Recordings não é apenas uma gravadora/selo para lançar as produções dos artistas. O projeto ambicioso conta com a experiência do holandês a frente dos negócios, seu objetivo é formar artistas e não apenas lançar suas produções.
Leia a entrevista com Afrojack na íntegra:
TRACKLIST: Primeiramente, gostaria de falar um pouco sobre ‘Hero’, seu último single com David Guetta, como foi o processo de produção dessa música?
AFROJACK: Bom, o processo demorou alguns anos, começou há dois anos e meio em Los Angeles com Stargate. Nós finalizamos ela em 2020, meados de Fevereiro e nossa intenção era lançar a música no Ultra Music Festival, quando tudo fechou por conta da pandemia. E aí não sentimos que era a hora de lançar uma música como ‘Hero’, então a seguramos e em meados de Janeiro desse ano nós decidimos que era o momento certo, foi quando começamos todo o processo de lançamento. Foi um processo bem legal e divertido.
TRACKLIST: Existe alguma diferença em trabalhar novamente com David Guetta depois de tantos hits produzidos em conjunto? ‘Titanium’, ‘Hey Mama’, entre outros…
AFROJACK: Na verdade não, ele é como meu irmão. Sabe quando você mora com a família, vai na cozinha e encontra seu irmão? Somos dessa maneira. Claro que quando não nos encontramos por muito tempo é ruim, mas chegamos no nível que não precisamos mais verbalizar para dizer as coisas. Nos entendemos muito bem.
TRACKLIST: Como foi a experiência de tocar no Eurovision? O evento está ficando bem popular no Brasil depois que Maneskin bombou no TikTok!
AFROJACK: Foi muito divertido, não foi muito um show em si, era algo mais elaborado para a TV. Então eu não estava alí como um DJ e sim como um performer. Mas foi bem divertido pois eu tive que compor para o programa e eu nunca havia trabalhado com produção para TV ou Cinema antes. Mas poder estar em um show que 200 milhões de pessoas assistiram, foi ótimo. Foi mais de 1 ano de trabalho para colocar tudo no ar da maneira que foi, e fiquei muito feliz que as pessoas gostaram. Poderia ser apenas algo que as pessoas falassem “Ah, apenas um DJ, que chato”. Mas a reação foi muito positiva e isso foi bem legal.
TRACKLIST: Estamos há quase 16 meses em quarentena, isolados. O que mudou no Afrojack DJ e Produtor de antes e depois do isolamento por conta da pandemia?
AFROJACK: Bom, o projeto Afrojack como DJ teve de pausar. Agora Afrojack como produtor teve muito mais tempo, principalmente para cuidar da WALL Recordings, minha empresa. Eu tive muito mais tempo para acompanhar de perto, tudo é comandado por mim e por meu time. Com essa pausa nas viagens eu pude dar uma maior atenção e entregar um melhor serviço para os artistas que estamos assinando na gravadora. Nós não conseguimos fazer uma turnê junto, mas conseguimos preparar esses artistas para a carreira quando tudo voltar ao normal.
TRACKLIST: Eu estava pra perguntar sobre isso, como é a experiência de comandar uma gravadora como a WALL Recordings?
AFROJACK: Pra mim não é apenas uma gravadora. É uma empresa que desenvolve artistas. Nós damos a oportunidade e a opção, claro, do artista crescer em todos os aspectos. É isso que fazemos, o que é diferente de todas as gravadoras que normalmente apenas lançam e esperam que dê certo. Mas nós apoiamos em todas as frentes, desde educação musical, até financeira, de como contratos funcionam, como gerir a carreira, tudo isso está incluso no nosso trabalho. Estamos tentando construir um novo ecossistema para os artistas, principalmente da cena eletrônica.
TRACKLIST: Vocês estão sempre juntos na Twitch, jogando com os artistas da casa, são fãs de Call Of Duty, que provavelmente é a maior franquia da nossa geração. Você teve a oportunidade de trabalhar diretamente com o jogo, sua música ‘Unstoppable” fez parte do Call Of Duty: Black Ops 3. Como foi essa experiência? Você tem interesse em voltar a produzir com, e para, a comunidade gamer?
AFROJACK: Sim, com certeza. Eu estou aberto a isso, eu já fiz música para Final Fantasy, que é um dos meus jogos favoritos. Eu não sei se joguei mais Call Of Duty ou Final Fantasy durante minha vida, então eu estou sempre aberto a isso. O mais importante é que o trabalho funcione comigo, que eu sinta que tem qualidade e que funciona. Então estou de braços abertos a isso. Mas minha prioridade é desenvolver os artistas na WALL e também o time de streaming de lá.
TRACKLIST: Você ainda não tocou em nenhum grande festival desde que os shows voltaram e, pelas redes sociais, mostra como está ansioso para isso. Você tem Creamfields, EDC Las Vegas, entre outros festivias. Como estão suas expectativas para esses eventos?
AFROJACK: Eu espero, tem muita coisa rolando no backstage. Existem muitas liberações, vistos, quais vacinas são aceitas em cada país, então está tudo muito bagunçado até esse momento. Eu espero que dê tudo certo, mas não posso garantir devido a situação atual, existem grandes chances de eu ter que adiar a volta aos festivais.
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