Taylor Swift e Corinthians aparentam ter muito mais em comum do que poderíamos imaginar. Como torcedor do Sport Club Corinthians Paulista desde que me entendo por gente, e apaixonado por música na mesma medida, é extremamente divertido acompanhar os mundos se encontrarem de uma maneira tão legal.
Taylor Swift e Corinthians: como tudo começou?
Danilo Soares é o grande responsável pelo início deste movimento. Ele é o criador da página Timão Dados, que no dia 24 de julho de 2020 postou um levantamento com os resultados do Corinthians antes e depois de uma lançamento de disco da Taylor.
Naquele momento a postagem teve uma boa repercussão, mas com uma pontinha de dúvida. Taylor tinha acabado de lançar o “Folklore”, em 24 de julho de 2020. Será que o Corinthians seguiria invicto em seu próximo jogo? Pois aconteceu! Dois dias depois, o Corinthians venceu o Oeste por 2×0 pelo Campeonato Paulista.
Uma relação que se desenrolou por mais tempo
Sem sombra de dúvidas, a torcida do Corinthians comemorou o feito e começou a torcer para a loirinha lançar discos com mais frequência. O que ninguém esperava era que, repetindo o que foi feito com o “Folklore” – um lançamento surpresa -, Taylor voltaria a lançar mais um disco em 2020, o “Evermore”, no dia 11 de dezembro.
Por sua vez, no mundo futebolístico, o Corinthians não vinha de uma sequência boa de jogos. Naquele momento, o próximo jogo seria contra um time que, até então, estava na primeira posição do Campeonato Brasileiro: o São Paulo, que alcançava resultados impressionantes, como 10 vitórias em 12 jogos. Seria possível vencer o invencível rival?
Sim, seria. Coincidência ou não, graças aos deuses da música, Taylor Swift anunciou o “Evermore” em 11 de dezembro, e a partida entre Corinthians e São Paulo aconteceria também dois dias depois, em 13 de dezembro (vale lembrar – o número da sorte da cantora).
E o que aconteceu? A concretização em sua forma absoluta do movimento Taylorinthians. Corinthians venceu por 1×0 a partida, e instaurou uma série de derrotas nos jogos seguintes do São Paulo, que veio ainda a perder o título do campeonato.
E aí, a internet entrou em polvorosa. Se antes da partida tínhamos promessas, receios e dúvidas, no final da tarde do dia 13 de dezembro, o cenário era de euforia. Um dos torcedores prometeu escutar a discografia inteira da loirinha caso o Corinthians vencesse, e assim o fez, com direito a review e tudo.
Uma mão lava a outra
Porém, tudo na vida é uma via de mão dupla. Da mesma forma que Taylor Swift ajudou o Corinthians, tínhamos de retribuir toda a ajuda. E claro, acharam os dados para isso.
Sempre que Taylor Swift foi indicada ao prêmio de álbum do ano no Grammy e o Corinthians ganhou o jogo antes da cerimônia, Taylor levou o prêmio para casa. Vamos aos dados:
Em 2010, “Fearless” venceu a categoria após o Corinthians ganhar do Palmeiras de 1×0. Em 2016, “1989” foi consagrado na premiação após vitória contra o São Paulo, por 2×0. E em 2021, “Folklore” levou o prêmio para casa horas depois de Corinthians vencer o São Caetano por 1×0.
Ainda não está convencido de que a união Taylorinthians é real? Então se prepara: em 2014, quando o Corinthians foi derrotado para o São Bernardo, por 1×0, Taylor também não levou o Grammy de álbum do ano – “Red” perdeu para “Random Access Memories”, do Daft Punk. Eu falei um pouco mais sobre essas coincidências (ou não) no episódio “Taylor Swift: Folklore mereceu o Grammy?” do Lista Vip, podcast de música e entretenimento do Tracklist.
Agora a minha torcida é para que o Corinthians consiga a transferência do local do show da Taylor Swift no Brasil: tirar do estádio do maior rival, o Palmeiras, e trazer para o estádio do Timão em Itaquera.
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Ah, e você pode estar se perguntando: “Vale para os relançamentos de Taylor Swift?” Sim! Corinthians segue invicto antes e depois do lançamento de “Fearless (Taylors Version)”, em 9 de abril.
Além do meme (e do futebol)
Poderíamos passar o dia aqui falando apenas sobre os dados e como é curiosa a relação entre Taylor e Corinthians, mas muito além disso, essa parceria é extremamente importante para a evolução do futebol como um todo.
Por muito tempo, estádios e torcidas de futebol reproduziram comportamentos extremamente machistas e homofóbicos, de seus cânticos a atitudes. E apesar dos esforços dos clubes para acabar com esses preconceitos, nada funciona tão bem como algo orgânico, 100% natural, como é a união da torcida do Corinthians com a Taylor Swift.
Quando que imaginaríamos que uma cantora pop seria convidada para ser comissão de frente de uma escola de samba de um time – no caso, a Gaviões da Fiel? Sim, o Corinthians sempre foi o time do povo, mas isso não significa que nunca ocorreram casos de machismo e homofobia, e isso em qualquer torcida, de qualquer time. Recentemente nosso amado Gilberto, o Gil do Vigor, não só contou como sentia medo de ir ao estádio, como sofreu, de maneira covarde, ataques homofóbicos de um dos diretores do Sport de Recife.
Então a união Taylor Swift e Corinthians, e de qualquer cantor ou cantora pop com torcidas de futebol, de uma maneira educada, divertida e saudável, é extremamente positiva. O objetivo é que a união siga por muitos e muitos anos, até por que sou corinthiano e já estou ansioso para o próximo lançamento.
O futebol pode – e deve – ser um local de acolhimento, alegria e diversão. E a música é um ótimo caminho para que se possa chegar a esse local. Deixo para vocês um dos meus vídeos favoritos envolvendo música e futebol. Em 2018, a Dua Lipa fez o show de abertura da final da Champions League, o maior campeonato de futebol de clubes do mundo. E a torcida do Liverpool cantou a plenos pulmões o refrão de One Kiss, sua parceria com o Calvin Harris.
Mais do que nunca, Taylorinthians é uma das poucas instituições que funcionam nesse país. E se você, assim como eu, gosta de dados curiosos, seguem mais alguns: