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Rio2C discute Inteligência Artificial x Direitos Autorais na indústria da música; saiba mais

O evento corre entre os dias 4 e 9 de junho, no Rio de Janeiro

rio2c 2024
Foto: Divulgação

O Rio2C 2024, maior encontro de criatividade e inovação da América Latina, teve início nesta terça-feira (4)! O evento aborda alguns temas centrais da indústria criativa, com foco para o debate sobre a inteligência artificial versus direitos autorais e estratégias de marketing digital.

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A abordagem do tema no evento vem a partir de três talks e masterclasses. Desta forma, o Rio2C abre espaço para reflexões sobre a evolução do streaming, os benefícios e ameaças da IA para os compositores, questões éticas, políticas internacionais e regulatórias voltadas para o artista; além de lançar luz sobre o tema na fotografia, nas artes e na economia.

Entre os painéis ofertados pela conferência, está a masterclass “E A.I,??? De quem é a música?”, que está marcada para as 10h desta quarta-feira (5). A roda conta com a presença dos porta-vozes André Agra, Diretor Global de Operações da ONErpm; e Flávia Tygel, compositora e produtora musical.

“E A.I,??? De quem é a música?”: a discussão sobre a IA e os direitos autorais

Com a evolução e popularização das ferramentas de IA em diversas áreas – incluindo a indústria criativa e o mercado musical –, também crescem as discussões sobre as questões éticas e regulamentações voltadas para o uso destas tecnologias.

É neste tema que se pauta o painel “E A.I.??? De quem é a música?”. Em resposta ao Tracklist, os porta-vozes André Agra e Flávia Tygel compartilharam um pouco de suas visões acerca do assunto.

“O tema da inteligência artificial está em voga na maioria das rodas de conversa. Por um lado, há pessoas preocupadas em manter empregos que poderiam ser substituídos pela IA; e, por outro, pessoas entusiasmadas pela facilidade em substituir tarefas trabalhosas com alguns comandos simples. Na música, especificamente, a IA já está muito presente em vários níveis, desde a criação total de músicas até a utilização das ferramentas como suporte criativo para arranjadores, músicos, produtores e artistas”, disse André.

Ele prosseguiu: “Entender o limite entre o uso como uma ferramenta de apoio e a criação total pela IA pode ser fundamental para separar como encarar o tema de formas diferentes. É necessário se discutir os direitos autorais sobre conteúdos gerados por IA e garantir que criadores humanos serão recompensados justamente; inclusive levando em consideração que a IA usa como ‘inspiração’ os conteúdos criados por seres humanos, que devem ser recompensados por seu trabalho intelectual e criativo. Sem a referência do trabalho de humanos, a IA não teria como ‘criar’ conteúdos que fizessem sentido para os seres humanos”.

Flávia também falou sobre o uso destas tecnologias no meio musical. “Percebo a inteligência artificial como ferramenta. Sobretudo se tomarmos como medida a velocidade em que a tecnologia avança, fechar a escuta para essa realidade seria remar contra a correnteza. O importante é regulamentar. E, no que diz respeito à minha área de atuação – que é a composição de trilha sonora -, atuar cada vez mais na formação de compositores e profissionais com boa base, criatividade para engendrar música, tendo a tecnologia como apoio e não como substituto criativo”, falou.

“O ponto crucial é a proteção da autoria. De novo: a regulamentação”, afirmou. “E acredito que sempre haverá o diferencial da criação enquanto transgressora de uma realidade padrão, aquela ideia genuína que é humana, é consciência expandida e nesse sentido, é insubstituível. Vivemos de materializar nossa imaginação e isso é intangível e, por isso, imprevisível. Esse aspecto humano não penso ser substituível”.

Rio2C 2024: veja a programação do evento e como conseguir ingressos

Além da roda de debate “E A.I,??? De quem é a música?”, a atual edição do Rio2C discute a inteligência artificial e os direitos autorais em outros talks, como “Perspectivas em Transformação: Streamings, AI e Direitos Autorais na Ótica de Annabella Coldrick”, que ocorre na próxima quinta-feira (6); e “Música e IA: Sintonizando Direitos Autorais em uma Era de Inovação”, marcada para a sexta-feira (7).

Além disso, a programação da conferência se estende ao longo de 6 dias, com dezenas de rodas de debates voltadas à inovação e criatividade. A descrição de todos os talks e masterclasses do evento estão disponíveis na página oficial.

O Rio2C 2024 acontece entre os dias 4 e 9 de junho, na Cidade das Artes, localizada na cidade do Rio de Janeiro. É possível garantir ingressos para a conferência em diversas categorias, como Day Pass, Festivalia, Creator e Industry. Confira preços e mais informações aqui.