Por Tarcisio Boquady – A estreia do Primavera Sound Los Angeles nessa sexta (16) se mostrou como uma edição mais focada na música experimental e independente, mas sem abrir mão de atrações de peso como Lorde, Arctic Monkeys e Nine Inch Nails.
O ensolarado e quente dia no Los Angeles State Historic Park em Downtown, LA, cercado por duas linhas de trem que não paravam de passar, dando um toque cenográfico bem interessante, somadas à icônica silhueta dos prédios de Downtown ao fundo com pôr do sol, foi o local que proporcionou um fluxo de surpresas e descobertas, diante de uma curadoria tão diversificada.
Realmente, um festival para circular entre os palcos e ter uma experiência expansiva, passando por uma infinidade de dimensões sonoras. O Tracklist esteve presente e te traz destaques do primeiro dia de festival!
Saiba como foram os shows do primeiro dia de Primavera Sound Los Angeles
Lorde brindou o nascimento da lua com todo o seu poder solar, cheio de sensualidade e maturidade. A dramaticidade impactante que apresenta no cover de “Cruel Summer“, do Bananarama (também regravado pelo Ace of Base nos anos 90), demonstra bem tudo isso.
De forma geral, o show foi muito bem pensado para passar sua mensagem sobre como temos que cuidar do meio ambiente, aproveitar a vida e a natureza para manter a saúde mental em dia.
Além da apresentação em Los Angeles, Lorde também se apresenta com sua tour Solar Power na edição de São Paulo do Primavera Sound que acontece em novembro de 2022.
As britânicas Shygirl e PinkPanthress têm uma verdadeira remixagem de estilos em suas bases, bem condizentes com as músicas ultra remixadas, como chip music, que vemos muito hoje no TikTok, por exemplo.
ShyGirl, atração também confirmada no Primavera Sound São Paulo em novembro desse ano, tocou seus sucessos “Cleo”, “Firefly” e tocou a inédita “Poison” que integra seu próximo álbum “Nymph”, previsto para 30 de setembro. Ela entrega em seu set pop, hip hop, house, techno, drum’n’bass até fazer uma menção ao seapunk que estourou no início dos anos 2010.
Já Pinkpantheress, sem largar sua bolsa o show inteiro, tocou muito dubstep com textura vaporwave e referências gritantes ao pop japonês e coreano.
Da mesma forma, o palco eletrônico foi abençoado pela entidade de Detroit Omar S e as enérgicas Eris Drew b2b Octo Octa que, apenas com vinil, tocaram vertentes de house, techno, disco chegando até a tocar trance em alguns momentos. Ponto alto foi Omar S tocando uma versão remixada de “SuperModel (You better work)” do RuPaul, que fez o público cantar muito. Sets memoráveis!
Por sua vez, Jehnny Beth fez um show punk tão intenso e visceral que houve um problema técnico justo na última música: um cover de “Closer” do Nine Inch Nails, atração principal do segundo dia do festival. O público logo pediu para ela cantar à capela, incentivando-a fazendo um coro e assim ela encerrou sua participação de forma triunfante e cheia de gratidão.
Um dos shows mais aguardados da noite foi o da banda Darkside, formada por Nicolas Jaar e Dave Harrington. A banda estava sem tocar havia 8 anos e, após romper o hiato ano passado ao lançar o album “Spiral”, finalmente fez sua reestreia ao vivo nesta edição do Primavera Sound LA, tocando músicas também do álbum de estreia “Psychic”. A cenografia teve papel fundamental na concepção do show, envolvendo instalação, iluminação e artes performáticas, fazendo do show um verdadeiro ato de arte contemporânea.
Por fim, a descoberta especial do primeiro dia de Primavera Sound Los Angeles foi Mustafa: um verdadeiro poeta canadense que canta com sua alma e traz arranjos folk introspectivos, criando verdadeiras paisagens sonoras. Vale conferir!
Acompanhe a cobertura do Primavera Sound Los Angeles no Tracklist!