Por Fernando Marques e Manuela Sant’Ana – Marcado pelo retorno dos cinemas e por séries que ditaram trends e virais, 2022 nos presenteou com produções incríveis, marcantes e surpreendentes, desde uma nova roupagem para personagens idolatrados até novos universos – ou multiversos – prontos para serem explorados. Pensando nisso, o Tracklist separou os 25 melhores filmes e séries de 2022 em duas listas: uma dos 12 melhores filmes e outra, das 13 melhores séries. Confira!
Observação: a lista de melhores filmes e séries de 2022 foi definida a partir dos seguintes critérios: opinião dos redatores e da equipe do Tracklist; e opinião da crítica especializada. Nos especiais do Tracklist, foram selecionados materiais lançados de 1º de janeiro a 16 de dezembro de 2022.
OS 25 MELHORES FILMES E SÉRIES DE 2022
Os 12 melhores filmes de 2022
12º – “Medida Provisória”
Primeira obra de ficção dirigida por Lázaro Ramos, “Medida Provisória” é o premiado filme brasileiro que conta com Taís Araújo, Alfred Enoch e Seu Jorge no elenco. A trama conta a história de um futuro distópico em que o governo brasileiro decreta uma lei que obriga pessoas negras a migrarem para a África para retomarem suas origens.
O filme teve sua estreia mundial em 2020, mas enfrentou diversos problemas de produção e distribuição. Entretanto, conseguiu ser lançado nos cinemas neste ano e foi sucesso de crítica e público. Segundo análise da Comscore publicada em outubro, “Medida Provisória” teve a segunda maior estreia nacional do ano.
11º – “O Menu”
Uma requintada experiência gastronômica nada convencional. “O Menu”, dirigido por Mark Mylod, nos apresenta a um restaurante limitadíssimo em que poucos têm a oportunidade de apreciar sua comida. Liderado pelo chef Julian Slowik (Ralph Fiennes), seu extremo perfeccionismo se dispõe em seus pratos, o que divide o filme em partes, trazendo ao espectador uma verdadeira refeição visual em belíssimas imagens.
Porém, o filme não se limita à comida. Seus clientes, por outro lado, guardam suas próprias histórias – o que agrega ainda mais ao suspense de pensar no porquê esses personagens estão ali, e como se comportam diante do caótico jantar. Destaque para a desconfiada Margot (Anya Taylor-Joy) e seu par, o fã de culinária Tyler (Nicholas Hoult).
10º – “Avatar: O Caminho da Água”
Funcionando como um grande espetáculo visual, “Avatar: O Caminho da Água” é uma reflexão de fácil digestão quando o verdadeiro show é apresentado na tela. Com uma história um tanto quanto básica, que não deve ganhar a todos, o longa sustenta suas 3 horas de duração no show audiovisual de James Cameron.
Visualmente, o filme eleva o patamar de forma pouco vista anteriormente, mostrando que é possível criar uma imersão visual com qualidade quando se tem tempo – e dinheiro – para isso.
9º – “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre”
O peso do luto está mais do que presente em “Pantera Negra: Wakanda para Sempre”, filme que funciona quase que como uma homenagem ao ator Chadwick Boseman (1976-2020). Ainda maior em universo do que o primeiro longa, “Wakanda Para Sempre” traz reflexões sobre a vida, a morte e o amor.
Já como história, apesar de ser uma grande produção, o filme peca em funcionar apenas como uma ponte para as próximas produções dos estúdios Marvel e não se sobressai como uma história única dentro da linha do tempo. Ainda assim, há o que comemorar.
8º – “X – A Marca da Morte”
Em “X”, o terror slasher é ambientado nos anos 70 e acompanha um grupo (Mia Goth, Jenna Ortega, Brittany Snow, Kid Cudi, Martin Henderson) que aluga uma casa em uma fazenda para produzir um filme adulto.
Entretanto, as coisas não saem como planejado. Pelo contrário, os personagens vão um a um se perdendo na história. A trama está ligada ao filme “Pearl”, que integra a próxima posição da lista – ambos foram lançados este ano.
7º – “Pearl”
É difícil falar de “X – A Marca da Morte” sem citar “Pearl”. Dirigidos por Ti West, ambos se encontram no mesmo universo, com a mesma atriz (Mia Goth) – dando um show de atuação – vivendo duas protagonistas diferentes, porém ligadas pelo mesmo objetivo de vida: a fama, o estrelismo e o desejo de reconhecimento, e fazendo de tudo para conquistá-lo.
“Pearl” é a história de origem da vilã de “X – A Marca da Morte” e acompanha a jornada da personagem em sua busca incessante do seu grande sonho. Para entender o seu passado, “Pearl” retoma 60 anos e faz o telespectador compreender suas violentas e duvidosas atitudes, trazendo um ótimo complemento para fechar o ciclo do primeiro longa.
6º – “Elvis”
O espetáculo visual de “Elvis” impressiona ao contar a trajetória do cantor pelas mãos do diretor Baz Luhrmann. Contada a partir do ponto de vista de seu empresário, Tom Parker, interpretado pelo brilhante Tom Hanks, acompanhamos como, segundo ele, criou o astro que hoje conhecemos como “O Rei do Rock and Roll”.
Quem ficou responsável por viver o artista foi o ator Austin Butler. A sua similaridade com Elvis Presley (1935-1977) é encantadoramente assustadora, tanto na interpretação como nas performances no palco. Isso aproxima ainda mais o público que conhece o cantor, ou que está tendo a oportunidade de conhecê-lo nos dias atuais, em uma biografia contada por meio de muita música, conflitos, fama e contradições.
5º – “Top Gun: Maverick”
Um dos filmes mais bem sucedidos do ano em termos de bilheteria, “Top Gun: Maverick” é um suspiro de ar fresco nos filmes de ação com boa construção de personagem. Sequência direta do primeiro filme, lançado em 1986, a continuação acompanha a redenção de Maverick (Tom Cruise) em uma jornada quase que suicida para evitar uma guerra.
O grande mérito do longa é a construção dos personagens, criando camadas que geram identificação com o público e nos fazer torcer para que a missão seja bem sucedida, além de deixar um gostinho de quero mais. A trilha sonora conta com Lady Gaga e OneRepublic.
4º – “Não! Não Olhe”
O que você faria se observasse um fenômeno estranho no céu? A premissa de “Não! Não Olhe” conta exatamente o que qualquer um faria se tivesse a oportunidade: tentaria registrar em câmera para divulgar e contar para o mundo todo, mesmo que pareça ser uma tarefa impossível e um tanto quanto perigosa.
Indo além do que apenas um filme de suspense e mistério, o novo filme de terror de Jordan Peele é um fascinante registro de como fenômenos estranhos precisam ser levados a sério, e não apenas se deixar levar pela curiosidade ou eventual dinheiro. É mais sobre aprender a lidar, conhecer e domar o desconhecido, como tentaram os irmãos HJ e Emerald (Daniel Kaluuya e Keke Palmer).
3º – “The Batman”
O grande trunfo da DC em 2022 foi “The Batman”, o longa dirigido por Matt Reeves e estrelado por Robert Pattinson e Zoe Kravitz deu um novo ar para os filmes baseados em quadrinhos. Bruce Wayne está em busca por respostas sobre seu passado enquanto enfrenta um de seus mais fortes oponentes, Charada (Paul Dano).
Além de desvendar o quebra-cabeça que envolve a trama, o longa nos acolhe intimamente aos traumas e consequências das decisões de Batman. Ao mesmo tempo, vemos a importância de sua figura como vigilante das ruas para uma melancólica e criminalizada Gotham City. O filme se consagra também como um dos melhores do ano por toda sua performance técnica.
2º – “A Mulher Rei”
Trazendo uma história retratada na África Ocidental com detalhes, camadas e nuances, “A Mulher Rei”, filme estrelado e produzido por Viola Davis, se destaca como um dos melhores lançamentos de 2022 e promete ser lembrado por longos anos. A trama acompanha a história de Nanisca, responsável por garantir que as guerreiras do exército feminino Agoije fossem treinadas para proteger o Reino de Daomé, atual Benim.
A história é baseada em fatos reais e o filme passou por diversos desafios de produção até conseguir ser lançado em sua totalidade, como conta Viola Davis em entrevista a Pedro Bial durante sua passagem ao Brasil.
1º – “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”
Listado no primeiro lugar de melhores filmes do primeiro semestre de 2022 pelo Tracklist, “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” não perdeu seu posto como o melhor do ano no geral. A grande produção visual de Daniel Scheinert e Daniel Kwan (os “Daniels”) é deslumbrante por sua imensa criatividade, diversidade de cenários, personagens e tudo o que um filme de multiverso pode oferecer, diferente do que vemos em filmes de herói.
Na verdade, a nossa maior heroína é Evelyn Wang, interpretada com maestria por Michelle Yeoh. No filme, sua personagem explora habilidades e vive a vida de outras “Evelyns” de realidades paralelas a sua, enquanto ela tenta reconciliar sua desestruturada família – o marido Waymond (Ke Huy Quan) e a filha Joy (Stephanie Hsu) – e aliar tudo isso ao lutar pelo bem em que acredita. É uma profunda e cômica viagem ao confronto familiar, autoconhecimento e superação.