Por: Andressa Cerqueira e Luciana Lino — Bring us back para o show do Evanescence no Rock in Rio 2024. Ninguém quer acordar após a apresentação de uma das bandas que mais marcaram o rock nos anos 2000. O grupo retornou ao Rock in Rio neste domingo (15) com a turnê do álbum “The Bitter Truth”, de 2021.
Com o vocal rasgante de Amy Lee e uma banda extremamente afiada, o grupo começou a apresentação com “Broken Pieces Shine”, do disco mais recente. Com uma bandeira do Brasil maquiada na bochecha, a vocalista se sobressai pela sua presença de palco. Correu, brincou e aproveitou o espaço sem deixar de fazer sua performance com maestria — os vocais que conquistaram o mundo no começo do século parecem os mesmos em 2024: potentes, enérgicos e impressionantes.
A vocalista também se declarou ao país diversas vezes. “É uma honra estar aqui com várias bandas maravilhosas (…) amo vocês”, exclamou. A última vez do grupo no Brasil foi no ano passado para shows em cinco cidades – todos esgotados.
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Amy Lee, do Evanescence, abraça público ao arriscar ‘My Immortal’ em português
Com o público atento no começo da apresentação, o ponto alto do momento foi “Going Under”, canção que ganhou projeção em 2003 com o álbum “Fallen”. Porém, em outras faixas, como “The Game Is Over”, o público localizado nas laterais se mostrou um pouco disperso.
A atenção voltou a ganhar fôlego a partir de “Take Cover”. Em “End Of The Dream”, Amy se deslocou para a passarela e foi ovacionada pela plateia, que se entregou completamente em “Call Me When You’re Sober”, sucesso lançado em 2006.
A noite seguiu com “Imaginary” e “Use My Voice”, que fala sobre a importância de se pronunciar. “Vocês são poderosos, fortes e não estão sozinhos. Não deixem ninguém dizer a vocês quem vocês são”, disse Amy antes da performance, que teve coro dos presentes.
Engana-se quem achou que a noite não tinha como melhorar. A dobradinha final em “My Immortal” e “Bring Me To Life” mostrou o impacto do Evanescence sobretudo na nostalgia do público. Na primeira, o gramado do Rock in Rio se emocionou com as lanternas dos celulares acesas — um show a parte do público retribuído à altura pela frontwoman — Para demonstrar o tamanho do amor e da gratidão que sentia, Amy arriscou um português, surpreendendo todos os presentes — e, certamente, aos telespectadores.
“Eu nunca vou deixar isso passar. Não há como, nunca acaba, você sabe”, cantou arrancando um misto de suspiros e gritos do séquito de fãs que se apertava para acompanhar ao show.
Na última, era difícil ver alguém sem braços erguidos, com os pés no chão ou sem celebrar o alcance vocal de Amy e do som explosivo da banda.
Vale falar também que um dos destaques do show foi a performance de Amy Lee no piano, um momento que reforça ainda mais sua presença como uma figura emblemática na memória do Evanescence. Desde o início da banda, o piano tem sido um instrumento essencial para a identidade musical do grupo, e ela, além de seus vocais poderosos, também é conhecida por suas habilidades com o piano, que ajudam a construir a atmosfera sombria e emocional das canções. Essa entrega, sempre presente em suas apresentações, consolida ainda mais seu papel como uma das maiores frontwomen do rock.