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Entrevista: Dennis comenta carreira, influências e mais

Os ingressos para o ‘Baile do Dennis’ ainda estão disponíveis pelo site Sympla

Foto: Divulgação

O ritmo contagiante do funk brasileiro está prestes a tomar conta de São Paulo mais uma vez. Este sábado, o Campo de Marte será o palco de mais uma edição do icônico Baile do Dennis, evento que se consolidou como uma das maiores celebrações do gênero no país. Criado por Dennis, renomado produtor, compositor e DJ, a comemoração promete uma experiência inesquecível com shows repletos de luzes, fumaça, pirotecnia e, claro, muita música.

Conhecido por suas performances enérgicas e por misturar diferentes estilos musicais, ele transformou o Baile do Dennis em um espetáculo aguardado por milhares de fãs. Este ano, o evento é ainda mais especial, pois coincide com as celebrações do seu aniversário, tornando a festa uma comemoração dupla.

Em recente entrevista ao Tracklist, o músico falou suas experiências desde o início da carreira, suas influências, a evolução do funk, os desafios enfrentados e sua visão sobre o futuro do gênero. Confira!

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Em entrevista, Dennis fala sobre carreira, preconceitos, internacionalização do funk e mais

Dennis, você começou sua carreira muito cedo. O que fez despertar seu interesse para trabalhar com o funk e por quê?


Sempre fui apaixonado por música, nasci e fui criado em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, então o funk é algo que sempre esteve presente na minha vida. Nos bailes, eu ia só para observar os DJs tocando, prestava atenção em todos os movimentos.

Quais foram suas principais influências musicais quando você começou?


As minhas influências vieram do funk carioca dos anos 90. Os artistas que foram pioneiros e iniciaram essa trajetória para todos nós que viemos depois. MCs como Cidinho e Doca são duas fortes referências para a minha trajetória.

Para você, qual são as principais diferenças e semelhanças entre o funk no início da sua carreira até os dias atuais?


O funk era um ritmo que muitas pessoas tinham preconceito. No início, uma das dificuldades era em fazer parcerias com artistas de outros ritmos, por exemplo. As parcerias eram muito concentradas entre o próprio pessoal do funk. Hoje isso mudou e tenho feat com artistas dos mais variados gêneros, inclusive com cantores internacionais. ‘Tá OK‘ foi um sucesso tão grande que ganhou remix com Karol G e Maluma. E esse é um movimento que têm crescido, de artistas internacionais incluírem as batidas do funk em suas produções.

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Você acredita que o funk ainda enfrenta preconceitos? Na sua visão, como podemos combatê-los?


Infelizmente o preconceito ainda existe. As pessoas não entendiam a cultura e a realidade por trás do movimento. Mas essa percepção está mudando cada vez mais, estamos crescendo, ocupando cada vez mais espaços. No início deste mês, o funk foi celebrado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro em um evento que reuniu alguns dos precursores do movimento. Outro passo importante foi a aprovação do Dia Nacional do Funk pelo Senado. Gradualmente, e com muito trabalho, o preconceito tem sido combatido.

O funk tem ganhado popularidade fora do Brasil. Como você vê essa internacionalização e qual é o potencial do funk no cenário global?

Acredito que o funk continua e continuará em ascensão. Já conquistamos muita coisa, mas ainda há muito espaço para crescer. E essa internacionalização do ritmo é muito positiva e com certeza o funk tem muito potencial no cenário global por ser um ritmo que está em constante evolução e isso deixa ele sempre atual e relevante. É um fator que contribui para despertar o interesse de artistas ao redor do mundo.

Quais são os desafios e oportunidades dessa expansão para artistas brasileiros?


Esse crescimento com certeza abrirá muitas portas para os artistas brasileiros. É muito bom ver o funk chegar em outros países, é uma sensação muito boa! A gente foi quebrando barreiras, e conquistando cada vez mais espaço e respeito no mercado.

Como você imagina o futuro do funk nos próximos anos? Quais tendências ou inovações você acredita que surgirão no gênero?


O funk vai crescer ainda mais, romper fronteiras e ser um ritmo cada vez mais presente em produções ao redor do mundo. Acredito que essa é a tendência para os próximos anos. Que vamos ver ainda mais artistas brasileiros do funk se apresentando no exterior, fazendo parcerias com cantores internacionais, levando o nosso funk para diversos lugares.

Qual você considera ser o legado do funk para as gerações futuras?


Acredito que contribuí para quebrar um pouco do preconceito com o ritmo e também para popularizar ele em todo o país. O funk é um movimento potente, e transforma realidades. Me sinto honrado em ser parte da história, em ser um dos representantes do funk Brasil afora e quero contribuir cada vez para o crescimento do ritmo.