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Bring Me The Horizon em São Paulo hipnotiza fãs com show distópico

Banda se apresentou no Allianz Parque nesse sábado (30)

Foto: Divulgação

Bring Me The Horizon honrou suas origens britânicas e pontualmente às 21h iniciou o que estava prometido ser o maior show de suas carreiras – e de fato foi. Na noite de ontem (30), o Allianz Parque, em São Paulo, foi palco de um espetáculo grandioso que marcou um capítulo importante na trajetória do Bring Me The Horizon. Parte da turnê NX_GN WRLD TOUR, o show foi o maior show solo da história da banda, reunindo uma legião de fãs ansiosos para testemunhar a mescla de caos e emoção característicos de suas apresentações.

Antes mesmo da entrada triunfal de Oliver Sykes e sua banda, o público foi aquecido por três shows de abertura poderosos: Motionless In White, Spiritbox e The Plot In You – cada um trazendo sua própria energia para compor a atmosfera da noite.

Ao longo da apresentação, o BMTH equilibrou o novo e o clássico. Enquanto os fãs mais recentes foram contemplados com faixas do “Post Human: NeX GeN”, como “DArkSide”, “LosT” e “AmEN!”, os saudosistas vibraram com hits atemporais como “Sleepwalking” e o icônico “Can You Feel My Heart”, que viralizou em 2021 e cativou muitos fãs.

Bring Me The Horizon em São Paulo tem narrativa pós-apocalíptica e momentos emocionantes

O espetáculo foi muito mais do que um show; foi uma experiência imersiva. A passagem do Bring Me The Horizon por São Paulo transformou o Allianz Parque em um cenário cinematográfico, onde um mundo pós-apocalíptico ganhou vida. Entre um ato e outro, interludes com personagens animados, como a misteriosa Eve, conduziram o público por uma narrativa onde criaturas controlam o que restou da humanidade. Esses elementos, aliados à estética de ficção científica, criaram um clima distópico, trazendo uma narrativa envolvente à apresentação.

Um dos momentos mais tocantes da noite foi a breve aparição no telão de uma foto de Oliver Sykes ao lado de Chester Bennington, do Linkin Park, em uma homenagem que destacou as influências e a trajetória do BMTH. A imagem foi acompanhada por um vídeo que celebrava a evolução da banda, arrancando reações emocionadas da plateia. Antes do último ato, Oliver dedicou a música “Drown” a um fã chamado Pedro, que faleceu este ano, enquanto o público levantava balões brancos em homenagem. Em seguida, o vocalista desceu até a plateia e cantou junto aos fãs na grade.

O Brasil no coração de Oli Sykes

Oliver mostrou, mais uma vez, o carinho especial que nutre pelo Brasil. Casado com uma brasileira, o vocalista brincou: “não sabia que ao casar com uma brasileira eu estaria me comprometendo com uma nação inteira”, arrancando risadas e aplausos. O show foi recheado de interações em português, com Oliver constantemente pedindo “mais mosh pits” e se conectando com os fãs espontaneamente.

Outro destaque foi a participação de MC Lan e Di Ferrero, que subiram ao palco para uma versão explosiva de “Antivist”. A colaboração inesperada animou a plateia e, após o show, MC Lan revelou que Oliver Sykes fará uma participação em seu próximo álbum, gerando ainda mais expectativa para o futuro.

Conexão com o público é ponto alto – porém com alguns percalços

A plateia, que lotou o estádio em um público recorde para a banda, foi uma atração à parte. Mosh pits tomaram conta de vários momentos do show e a energia coletiva elevou a experiência. Contudo, a presença ilegal de sinalizadores – apesar de ser uma prática comum em shows de metal – causou desconforto em alguns setores, já que a fumaça atrapalha a respiração.

Mesmo com essa agitação por conta dos sinalizadores e pequenos problemas técnicos, como o som baixo em dois momentos da apresentação, o show se manteve espetacular e a performance vocal de Oli foi um ponto de grande celebração. Conhecido por enfrentar desafios com suas cordas vocais no passado, ele provou que está em plena forma, entregando um som limpo mesmo depois de correr pelo palco todo.

Para quem desejava algo mais intimista, o BMTH também realizou um show na Audio Club, em São Paulo, na quinta-feira (29) com uma estrutura menor mas com a mesma complexidade visual e reservado apenas para um público de 3 mil pessoas.

O maior show solo da carreira do Bring Me The Horizon foi em São Paulo e ficará na memória dos fãs brasileiros como um marco. A entrega da banda, a estrutura, as colaborações inesperadas, o carinho pelo nosso país e o espetáculo visual foram a combinação perfeita para consagrar a noite. Se restava alguma dúvida do porquê do BMTH ser uma das maiores bandas de sua geração, elas foram definitivamente respondidas.