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Conheça “Noite Ilustrada”, o novo livro de Thedy Corrêa

Thedy CorreaO artista gaúcho Thedy Corrêa é fã de cinema argentino, de rock inglês, de quadrinhos norte-americanos, de futebol brasileiro e de mais manifestações culturais. Tendo muitas referências, ele entendeu que não deveria limitar o talento somente como vocalista e compositor da banda Nenhum de Nós e resolveu trabalhar na literatura. Assim, o roqueiro acaba de lançar o terceiro livro, intitulado “Noite Ilustrada”.

A obra é o primeiro lançamento do autor pela editora “Belas Artes”. Em 127 páginas, distribuídas em 40 poemas, o artista discorre sobre medos, receios, frustrações, cotidiano e perspectivas sobre o futuro. Livre das “amarras” de qualquer estilo literário, o cantor-escritor transforma o transtorno de perder o sono em arte.

Ao longo dos textos, quando parece dialogar com seu eu interior, Thedy Corrêa conversa com o leitor. No provocante poema “As leis da física”, por exemplo, o autor assume um tom desafiador e pergunta se “você pensa antes de falar?/você abre a boca pra pensar?”, além de também questionar se “depois de despertar/você gosta/do que o espelho tem para mostrar?”.

O intrigante poema ”De trás para frente” é um dos pontos mais brilhantes do livro. Neste texto, ele narra a “queda de braço” com um exemplar de um jornal. Ao parar na sessão de palavras cruzadas, o autor observa e anota “brasil na vertical/saúde na horizontal”. No fim das contas e depois de muita exaustão, nosso herói decide apagar a luz e dar um descanso para um dos mais vorazes instrumentos do chamado “quarto poder”.

Por meio dos traços de alguns dos dos mais bem conceituados e competentes ilustradores do Brasil, os versos das poesias viram imagens. Para ilustrar o poema “A porta embriagada”, um dos mais instigantes do livro, que trata da questão dos demônios interiores que atormentam qualquer ser humano, Fábio Santos amalgamou  pop art + surrealismo, criou um fascinante personagem que lembra o icônico ator Cary Grant saindo de algum lugar do “País das Maravilhas”. Já na ilustração do poema “Sopro de estrelas”, Mike Deodato Jr. propõe a expressionista figura de um arauto da solidão caminhando pelo asfalto negro de violência das grandes cidades.

Por fim e não menos importante, é inevitável deixar de concordar com Márcia Tiburi, autora do prefácio do livro, quando ela pontua que “cada um desses poemas-textos poderia ser uma canção”. A obra é um convite para ler e ouvir o que as intermináveis noites de insônia têm a nos ensinar. Em “Noite Ilustrada”, Thedy Corrêa consolida-se como um perfeito cronista do cotidiano e transforma falta de sono em arte.

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